Embora não tenhamos conhecimento profundo e íntegro de tudo quanto por cá existe nem da forma como foram conduzidas as negociações ou implantação dos serviços, equipamentos ou projetos, gostaríamos de destacar em sete áreas distintas, as iniciativas ou estratégias que nos parecem ser considerados de maior relevo e que contribuem para a dignificação do concelho, com a devida ressalva e meritório reconhecimento a todos aqueles que os desenvolveram, colaboraram e que dão ou deram forte contributo para a sua implementação e continuidade. (Parte 3.)
I – Estratégias e estruturas de incentivo económico-empresarial
Zona Industrial e Armazenagem do Sabugal e a criação do Parque Empresarial do Alto do Espinhal – Em que o primeiro teve uma excelente adesão, com a instalação de várias e diversas empresas e até obrigou à sua expansão. O segundo continua à procura de novos empresários que ali se queiram instalar. Uma coisa é certa, a criação de infra-estruturas de base são da responsabilidade do município, já a captação de investidores e/ou instalação de empresas parece-nos ser da responsabilidade do município e de todos os sabugalenses. Assim haja quem queira investir, pois não faltam condições e espaço no Território.
Edificação do Mercado Municipal e a Central de Camionagem – São instalações municipais disponíveis para atividades económicas no Sabugal.
Protocolo entre o Município do Sabugal e o grupo empresarial Bi-silque – Instalação no Soito de uma unidade industrial, tendo o espaço, antigas instalações da Ranking, sido cedido pela autarquia, o que permitiu a criação de 60 postos de trabalho.
Centro Tecnológico Transfronteiriço do Soito – Edifício da antiga fábrica de refrigerantes da Cristalina que esteve devoluto, abandonado e muito degradado durante décadas e que em nada valorizava a freguesia nem a zona envolvente, dado o elevado amontoado de lixo e sucata que ali se acumulou ao longo dos anos, mas que foi a seu tempo dignamente recuperado e é com agrado que se pode constatar que existem atualmente várias empresas de negócios que optaram por ali se instalar, verificando-se uma ocupação bastante aprazível e aceitável.
Parque Eólico do Concelho – Não obstante o impacto ambiental e o qual precisa de ser determinantemente recondicionado, importa reconhecer a criação de um avultado e crescente parque de produção de energia eólica, resultou nas inerentes contrapartidas financeiras para o município, face aquele licenciamento e concessão, bem como para os proprietários privados onde aqueles foram instalados.
Mercado da Terra – Programas regulares de mercados da Terra, para promoção e venda de produtos regionais e artesanais, que parece estar a trazer alguma procura e boa aposta na divulgação de pequenos artesãos e produtores do concelho, contribuindo assim positivamente para a economia das famílias. Fica a sugestão: e porque não tentar associar estes mercados aos eventos das Capeias Arraianas, dada a forte afluência de pessoas, poderia ser arquitetada uma possibilidade de criar estruturas que pudessem ser facilmente colocadas pelas ruas das aldeias onde se realizam aqueles eventos.
Enertech Sabugal – Feira das Tecnologias para a Energia – Evento que visa reflectir, expor e dar a conhecer as potencialidades de valorização económica e de aproveitamento energético das fontes naturais na eficiência energética e almeja atrair mais investimento para o território.
Campo Experimental da Colónia Agrícola de Martim Rei – Protocolo com a Direção Regional Agrícola e das Pescas do Centro, para recuperar e instalar uma coleção Nacional de Variedades de Castanheiros e de Aveleiras, para conhecer a adaptação de novas variedades e fazer a caracterização das variedades nacionais. Onde é possível adquirir os seus produtos, bem como castanheiros para plantação.
Requalificação do Parque Termal do Cró – Obra de enorme relevo e referência para o concelho após várias décadas em que as termas estiveram encerradas e abandonadas. De salientar que o município tem continuado a assegurar a seu funcionamento mesmo após todas as contrariedades decorrentes da pandemia e rescisão do protocolo por parte dos privados que estavam a explorar o Parque Termal.
Construção do Hotel que, ao que parece, foi uma contrapartida exigida pelo município nas negociações com a empresa que ganhou a concessão e esteve a explorar as Termas, o que permitiu atempadamente colmatar o encerramento de outra unidade que existia, dando assim possibilidade de continuarmos a receber grupos de maior dimensão no concelho.
AgroRaia – «Feira Agrícola da Raia» – Uma iniciativa e organização da Associação das Freguesias da Raia Sabugalense, mas financiado e apoiado na logística pelo município. Teve as suas primeiras edições no Soito, mas que depois se tornou itinerante, percorrendo diversas freguesias. Cremos que as duas primeiras edições edições foram no Soito, a terceira em Quadrazais, a quarta em Aldeia Velha, a quinta em Alfaiates, a sexta nos Forcalhos, e a sétima edição em Malcata.
Podemos validar a iniciativa como uma boa imagem de marca da vasta e potencial actividade agrícola do nosso território. Feiras anuais onde se expõe a maquinaria, animais e produtos da actividade agrícola concelhia e a qual inclui uma mostra e degustação de sabores raianos, workshops e actividades de animação. Mas o certame poderia ganhar dimensão, potencialidade e melhor eficiência e facilidade na sua organização, caso se fixasse numa das freguesias raianas que reúna as melhores condições para o efeito. De todas em que participámos, gostamos especialmente da que foi organizada em Alfaiates, na Sacaparte, dadas as óptimas condições do espaço para este tipo de evento.
Temos presenciados significativos melhoramentos de vias, ruas, largos e praças pelas diferentes localidades do concelho. Muitas destas obras e as de maior investimento, têm sido alvo de muitas críticas face ao dispendioso gasto com algumas delas. Importa ressalvar e tentar clarificar que muito daquele investimento, foi efectuado com base em financiamentos através de fundos europeus, resultantes de programas específicos para aquele efeito (Planos Estratégicos de Desenvolvimento Urbano (PEDU) e dos Planos de Ação de Regeneração Urbana (PARU).
Negligente seria o município ou aqueles que o dirigem e dele fazem parte, caso não tivessem elaborado planos e respectivas candidaturas para concretizar aquelas melhorias ou projectos.
Aquelas verbas só poderiam ser aplicadas para aquele efeito. Há outras prioridades no concelho!? Com certeza que há.
Mas existem possibilidades de financiamento como houve para estas obras? Se calhar não!
E a seu tempo com certeza outros projectos e financiamentos se seguirão. Como são os mais recentes casos do «Acordo de Gestão» entre município da Guarda e Sabugal com a Infraestruturas de Portugal, para melhoramentos da tão almejada ligação à Guarda e para a qual foram disponibilizados cinco milhões de euros.
Assim como o contrato-programa entre o Município do Sabugal e o Município de Penamacor, sobre a criação da Área Integrada de Gestão da Paisagem (AIGP) «Terras do Lince – Malcata», após o parecer favorável da Direção-Geral do Território que «visa implementar uma abordagem territorial integrada baseada no ordenamento e gestão da paisagem, numa escala que promova a resiliência aos incêndios, a valorização do capital natural e a promoção da economia rural, na reserva Natural da Serra da Malcata» com a disponibilização de 50 mil euros para cada um dos municípios na fase de arranque…. (+ Info Aqui.)
Bem como o recente protocolo celebrado entre os municípios do Sabugal e Penamacor com o ICNF, sobre um modelo co-gestão partilhada da Reserva Natural da Serra da Malcata. «O documento define os termos da cooperação pretendida entre as entidades signatárias, regulando o suporte técnico e operacional previsto, assim como o apoio financeiro de 100 mil euros».
Ficamos por aqui e retornaremos a outros projectos na próxima crónica, sobre o que o concelho de Sabugal fez, faz e fará mais e melhor!
(Continua…)
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Bem hajam pela vossa curiosidade e leitura!
Prá semana temos mais!
Até lá! Cuidem-se e cuidemos dos nossos!
Meu abraço dos 5inco costados!
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«Território dos Cinco Elementos», opinião de António Martins
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Setembro de 2014.)
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