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Página Principal  /  Angola • Covilhã • No trilho das minhas memórias  /  A grande travessia
02 Abril 2021

A grande travessia

Por António José Alçada
António José Alçada
Angola, Covilhã, No trilho das minhas memórias antónio josé alçada, dundo 1 Comentário

No dia 27 de Março, faz oito meses que deixei a família e o nosso país. Nunca tinha estado tanto tempo fora, e encaro como mais uma experiência pessoal e voluntária. Como tudo na vida, muita coisa correu bem, mas outra nem tanto. Mas o ser humano sabe que o dia a dia é por si só, um desafio.

A grande travessia
A grande travessia

Felizmente, consegui fugir aos confinamentos europeus, não deixando de ter de cumprir as medidas adoptadas pelas autoridades angolanas de quarentenas, em caso de viagens ao estrangeiro, máscara obrigatória em qualquer lado e testes ao SARS-COV2 em deslocações internas.

Mas mesmo gozando de um confinamento apenas ao nível do território da província, há sempre um desgaste, pelo facto da família estar muito longe. E essa reflexão não deixa de ser relevante: Valerá a pena tanto sacrifício?

Essa dúvida ficará sempre. É um balanço injusto, porque a família deverá estar sempre em primeiro lugar.

Na realidade acho que tive muita sorte de ter vindo para a Lunda Norte, sem menosprezar outos territórios angolanos, que de facto não conheço. O povo é afável, muito educado e, na verdade, não é difícil estabelecer «pontes». E esses laços, que se criam, têm ajudado a sentir-me útil na sociedade local, tendo em conta as dificuldades que estes povos africanos estão a passar devido à pandemia, que acresceu os problemas que já tinham.

A missão em si, também é interessante. Transmitir conhecimento, dotar quadros técnicos de competências e poder dar opiniões que vão de encontro aos objectivos: a sustentabilidade económica, social e ambiental. Mas o inverso também acontece. Tenho aprendido muito sobre este modo de vida, onde muita coisa esquecida com o tempo tive oportunidade de relembrar. E mesmo na aborgagem técnica, onde os meios são escassos, muita coisa levo na bagagem, e quem sabe, poderá ser util caso um dia possa ensinar ou até dar formação.

Reconheço que até agora, com a viagem a meio, estou muito realizado. Esta experiência lavou-me interiormente, principalmente no que refere aos bens materiais e, em termos de conhecimento técnico e humano, um complemento inesperado, considerando que sou europeu.

Ao contrário do que esperava ainda não vi crocodilos, leões, cobras ou gibóias. Tenho visto lagartos, ligeiramente maiores que os do meu terraço, aí em Portugal, e as tradicionais moscas e mosquitos.

Tive muitas maleitas mas foram provocadas por acções externas, e reconheço que os médicos tudo fazem para ajudar. Tanto no público como no privado. Mas obviamente há excepções como em todo o lado. Tenho ouvido queixas do público mas também do privado.

Espero ter forças para continuar. Motivação não falta, mas a saude começa a ser um problema a equacionar. No entanto, entendo que valeu a pena esperar por este sonho a concretizar-se.

E de facto só posso dizer que se especula muito de «coisas» que nunca vi, nunca senti ou até tenha vivido.

E também sei que, felizmente, muitos leitores e leitoras, têm acompanhado regularmente estas crónicas no Capeia Arraiana, dando-me alento para privar convosco factos inesqueciveis.

Vamos continuando!

Dundo, 23 de Março de 2021

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«No trilho das minhas memórias», crónica de António José Alçada

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1 Comentário

  1. Avatar Weyi Bênção Responder
    Sábado, 3 Abril, 2021 às 18:56

    👌🏾👌🏾👌🏾👏🏽👏🏽👏🏽

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