:: :: PR2 – SBG – VALE DO CESARÃO – VILAR MAIOR :: :: Continuando a percorrer os trilhos do nosso território, esta semana partilhamos novo vídeo, com imagens do percurso Pequena Rota: PR2 SBG: Vale do Cesarão – Vilar Maior.
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PERCURSO PEQUENA ROTA: PR2 VALE DO CESARÃO – VILAR MAIOR
Informações mais especificas sobre este PR2 nos axiomas pentagonais do Teorema do Território dos 5inco Elementos, no final da crónica.
Este PR2 é um percurso de 360º por cerca de 10 quilómetros em volta do castelo.
Além de todo o vasto património natural e humanizado e seus encantos, este percurso torna-se ainda mais rico e diferencia-se de outros pela oportunidade que temos em descobrir e desfrutar de um vasto e atractivo património histórico e arqueológico.
Não se espante se for surpreendido no caminho pelo voo rasante dos multicoloridos abelharucos, avistar uma poupa com muita circunstância ou enxergar em alto voo uma águia-calçada, pois são alguns dos adereços vivos deste atraente percurso. Além da águia com aquele curioso nome, temos oportunidade também de percorrer neste trilho, uns troços de calçada medieval de um antigo caminho que ligava Vilar Maior a Castelo Bom.
E por falarmos de aves, esta é uma oportunidade para visitar um ancestral pombal, com uma curiosidade muito peculiar, que é a sua edificação de planta circular, que remete para a prática columbófila de antanho, muito abundante no Baixo-Côa, mas este exemplar é único nas terras de Ribacôa. Mais um axioma exclusivo deste território.
A não perder, a visita ás três sepulturas antropomórficas escavadas em penedos graníticos e a uma ancestral lagariça também ela escavada num penedo.
Esta é uma caminhada pelas típicas canadas. Património rural referente às formas como os caminhos são ladeados por muros erguidos em pedra seca para delimitar as propriedades e impedir que os animais saltassem ou entrassem em propriedade alheia. Os muros destas canadas apresentam uma forma muito particular neste trilho, os quais são rematados no cimo com lajes diametralmente colocadas numa «verticalidade diagonal», fazendo lembrar um capeamento ou rendilhado em pedra.
Dependendo do sentido que optar para calcorrear este percurso e dependente da época (com excepção dos meses de estio), no princípio ou no final do percurso vai poder desfrutar do forte e agradável som das correntes de água do rio Cesarão, que dão um certo fulgor ao trilho.
Podemos tentar descrever tudo e muito do que podemos apreciar neste belo percurso, mas aquilo que pretendemos é apenas despertar em vós a curiosidade e vontade para irem até lá e convidar amigos para um dia bem passado. Não nos adianta, revelar, expor ou partilhar, selecionando as melhores imagens ou palavras, pois entendemos que o melhor resultado será sempre cada um de nós passar pela experiência de adentramento pelo magnifico património do nosso território, preservando assim o contacto e ligação às nossas raízes.
A caminhada estimula os sentidos e a imaginação e este desafio para caminhar, explorar e desfrutar do nosso território talvez seja a maior virtude do propósito destas crónicas, incentivar-vos a conhecer mais e melhor o tanto que cá temos. Temos muita curiosidade em conhecer o mundo e muita tendência a menosprezar ou a tirar valor ao que está aqui mesmo ao nosso lado. Tomaram os escoceses, para não dizer outros abencerragens nacionais ou estrangeiros, terem um belo castelo medieval como este nosso, ali colocado em sítio e local estratégico e altaneiro, que nos acompanha ao longo de todo o percurso e, no final da caminhada, poder escalar livre e gratuitamente às suas muralhas, para dali observarmos o trilho calcorreado, podendo perfazê-lo em curta escala no círculo muralhado do castelo. Duas visões e perspetivas num só percurso. A perspetiva ao longo do percurso para o castelo e a do castelo para o percurso trilhado.
Não deixe de visitar as ruínas da Igreja de Santa Maria, construída muito possivelmente nos finais do séc. XII, a qual foi destruída em 1923, em resultado de um incêndio.
Faça ainda uma visita à Igreja de São Pedro onde poderá apreciar duas magnificas obras dos nossos antepassados: duas pias de baptismo, talhadas em granito de relevante significado histórico, uma medieval e uma dos templários.
Tem ainda para contemplar, o casario, seus solares e o pelourinho no centro da aldeia, a ponte medieval sobre o Rio Cesarão. Aqui, junto à ponte não deixe de apreciar um método ancestral de rega, duas picotas ou cegonhas, que ladeiam as duas margens do rio.
Sugerimos ainda, o Museu de Vilar Maior… (Aqui) que possui um conjunto considerável de peças que se recolheram na aldeia e que são representativos da sua história. Entre elas podemos encontrar alguns objetos arqueológicos (ex: a pedra ajimez, um dos raros vestígios da ocupação árabe, que já referimos nestas crónicas), alguns exemplares de arte sacra, livros antigos, e objetos de cariz etnográfico, representativos de atividades agrícolas ou de uso doméstico e pessoal. Ali poderá ser observado o primeiro painel de arte rupestre pré-histórica do nosso território.
Uma excelente oportunidade para tentar descortinar as regras dos ancestrais jogos de tabuleiro: o jogo do soldado, o do moinho ou o do alquerque… (Aqui), painéis de arte rupestre, que foram gravados nas pedras pelos nossos antepassados há mais de 4000 anos… (Aqui.)
Mais importante que os roteiros e as dicas é a iniciativa e coragem de meter pés ao caminho!!! Atrevam-se que se faz tarde!
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Voltamos a elencar os axiomas pentagonais do nosso teorema, referentes aos trilhos que iremos partilhar e percorrer nas próximas crónicas!
Cinco percursos Pedestres Pequena Rota em Riba Côa
– PR1 SBG – Meandros do Côa (Sabugal)… (Aqui.)
– PR2 SBG – Vale do Cesarão (Vilar Maior)… (Aqui.)
– PR3 SBG – Nascente do Côa (Fóios)… (Aqui.)
– PR4 SBG – Vilares (Soito/Alfaiates)… (Aqui.)
– Trilho do Manego – Quadrazais (percurso traçado mas não demarcado). Vídeo… (Aqui.)
Cinco Percursos Pedestres Pequena Rota no Baixo Côa
– PR5 SBG – Penha do Lobo – Penalobo… (Aqui.)
– PR6 SBG – Rota dos Casteleiros – Sortelha/Casteleiro… (Aqui.)
– PR7 SBG – Caminho Histórico de Sortelha… (Aqui.)
– PR8 SBG – Termas Do Cró… (Aqui.)
– PR9 SBG – Moira Encantada – Baraçal (ainda por anunciar no site oficial dos PR SBG)… (Aqui.)
Cinco Grande Rotas Temáticas que atravessam o concelho
– GR22 – Grande Rota das Aldeias Históricas… (Aqui.)
– Grande Rota do Vale do Côa… (Aqui.)
– Rota dos Castelos (17 castelos)… (Aqui.)
– Rota do Património – rota circular de 100 quilómetros com os principais pontos de interesse (visitáveis) do ponto de vista arquitetónico e arqueológico, do município do Sabugal referida na CETS, mas não encontrámos mais informação sobre o percurso… (Aqui.)
– Rota Portuguesa do Caminho de Salomão… (Aqui.)… que se prevê ser convertida numa Rota Turístico-Literária… (Aqui.)
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Bem-hajam pela vossa curiosidade e leitura!
Prá semana temos mais!
Até lá! Cuidem-se e cuidemos dos nossos!
Meu abraço dos 5inco costados!
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«Território dos Cinco Elementos», opinião de António Martins
Muito obrigado Tony pelo seu empenho na divulgação do nosso património.
Estimado António Cunha! Na partilha desta crónica era minha intenção partilhar um curto video, captado numa visita em que fez de nosso Guia o estimado amigo Presidente de Vilar Maior, no qual nos explicava a origem dos pombais de edificação circular. Mas com muita pensa nossa , não o consegui encontrar nos nossos arquivos! Pois seria a cereja no topo do bolo no curto video que partilhámos nesta crónica! bem haja pela estima e atenção! abraço