• O Primeiro…
  • A Cidade e as Terras
  • Contraponto
  • Cronistas
  • Documentários
  • Ficção
  • História
  • Personalidade Ano
  • Ficha Técnica

Menu
  • O Primeiro…
  • A Cidade e as Terras
  • Contraponto
  • Cronistas
  • Documentários
  • Ficção
  • História
  • Personalidade Ano
  • Ficha Técnica
Página Principal  /  Memórias de Sortelha • Sortelha  /  Casa da Câmara e cadeia de Sortelha
27 Fevereiro 2021

Casa da Câmara e cadeia de Sortelha

Por António Gonçalves
António Gonçalves
Memórias de Sortelha, Sortelha antónio gonçalves 2 Comentários

Em 10 de Agosto de 2019 publiquei aqui um artigo com o mesmo título. Passaram 18 meses e ninguém ousou fazer o contraditório. Os responsáveis pela informação turística nada alteram. A antiga Casa da Câmara e Cadeia de Sortelha foi construída (reconstruída) em meados do século XIX. (Atualização/reforço da argumentação.)

Casa da Câmara e Cadeia de Sortelha
Castelo, Pelourinho, Casa da Câmara e Cadeia da Aldeia Histórica de Sortelha

Fiz uma pesquisa na Internet e encontrei as informações seguintes:

1 – «A Antiga Casa da Câmara e Cadeia fica situada no Largo do Pelourinho e a sua construção remonta ao século XVI, tendo em conta as armas manuelinas e a datação atribuída ao pelourinho. O edifício tem dois pisos, sendo o piso inferior a cadeia e o superior a Câmara. A planta é retangular simples, com dois compartimentos por piso. Os vãos são de lintel reto, sem moldura saliente. Curiosamente, o piso inferior é encravado na muralha. Em 1855 com a extinção do concelho de Sortelha, o edifício foi transformado em escola primária, recentemente desativada. Atualmente funciona no edifício a Junta de Freguesia.» (1)

2 – Casa da Câmara e Cadeia – Do séc. XVI, onde hoje funciona a Escola Primária. (2)

Se consultarmos as atas das sessões da Câmara Municipal de Sortelha encontramos a informação que transcrevo:

Sessão de 22 de Dezembro de 1843:
«E bem assim acordarão que se devia proceder à arrematação da obra de pedraria da Cadeia desta Villa cuja arrematação teria lugar no dia sette de Janeiro proximo futuro, para cujo fim se devião passar os competentes editais…»

Sessão de 26 de Janeiro de 1844:
«… visto ter-se arrematado a obra de pedraria da Cadeia, e casa da Câmara desta villa, com as condições de sair dos muros desta villa a pedra para tal obra, por nisto se poupar alguma despesa ao concelho e haver alguns pedaços de muro que devem… acordarão que a pedra fosse tirada dos ditos muros, aonde convir e menos falta fizer…

Sessão de 11 de Outubro de 1844:
«Ordem de pagamento:
– Ao Mestre Pedreiro pela arrematação da Cadeia; ladrilho da mesma torre do sino, 104.000;
– Para os garrotes da Cadeia, 12.300;
– Para o carpinteiro que assentou os garrotes da Cadeia, 600;
– Para humas grades que levou a Cadeia numa sala livre, 1.690.»

Sessão de 07-04-1845:
«Arrematação das obras da Câmara e da Cadeia.»

Sessão de 22-06-1845:
«Apresentação do orçamento para o futuro ano económico:
– Para ferro e caixilhos da cadeia e cazas da Câmara 40.000 réis.» (3)

Novo documento datado de 1832 que reforça os argumentos:

«Auto da Câmara
Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil oito centos e trinta e dois anos nos oito dias do mez de Julho do dito anno e nesta Villa de Sortelha, e cazas da residência do Doutor Juiz de Fora Bernardo da Costa Mendonça no impedimento dos Paços do Concelho, sendo ahi prezentes o dito Ministro, e officiaes da Câmara por elle convocados para a fim de, tomar assento sobre alguns abuzos que avia no Livro de Matrículas dos Expostos Assinaturas….» (4)

Nótulas

1. Parece evidente que «não bate a bota com a perdigota». A construção/reconstrução é de meados do século XIX e não XVI!

2. Nas atas das Sessões, da Câmara Municipal de Sortelha, não consta a expressão «reconstrução»! No entanto, esta hipótese não deve ser totalmente excluída!

3. Em documentos dos séculos anteriores encontrei a expressão «Casa da Câmara», sem referência à cadeia.

4. A utilização de um símbolo nacional renascentista é insuficiente para datar o edifício.

5. Para a história de Sortelha levanta-se um novo problema:
– Onde se situava a «Casa da Câmara»?

6. Tratando-se de um site da Junta de Freguesia de Sortelha a situar o edifício no século XVI, sendo este documentário uma republicação (a anterior foi em fevereiro de 2018), parece-me lamentável o poder local não corrigir ou usar o direito de resposta. Será que consideram os Livros das Atas das «Sessões da Câmara Municipal de Sortelha», existentes no Arquivo da Câmara Municipal de Sabugal, como sendo documentos apócrifos
Enfim… presunção e água benta cada um toma a que quer!

7. Surpreendentemente, a parte mais importante do «Auto da Câmara» pode ser o que não diz!

Vejamos o início:
– «Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil oito centos e trinta e dois anos nos oito dias do mez de Julho do dito anno e nesta Villa de Sortelha, e cazas da residência do Doutor Juiz de Fora Bernardo da Costa Mendonça no impedimento dos Paços do Concelho, sendo ahi prezentes o dito Ministro, e officiaes da Câmara por elle convocados…»

O Juiz de Fora convocou os oficiais da Câmara para a sua residência no impedimento dos Paços do Concelho!
– O que se passaria?

Terão sido destruídos no período das invasões francesas?

Nas traseiras e a poente do edifício a muralha encontra-se bastante alterada e mesmo derrubada. Sabendo que foi construído ou reconstruído com pedras retiradas da muralha, é provável que as mesmas, bem como as armas de D. Manuel I e as esferas armilares, tenham vindo daí.

8. Se esse artigo fosse da responsabilidade de alguém pago a peso de ouro a informação já estaria alterada. Em Sortelha ainda existem muitos mistérios por desvendar!

9. Informar com verdade só pode enaltecer Sortelha e as suas gentes!

:: :: :: :: ::

Ver artigo publicado no dia 10 de Agosto de 2019… (Aqui.)

:: :: :: :: ::

Notas de Rodapé

1 – Artigo das Aldeias Históricas de Portugal acedido em 31 de Julho, de 2019… (Aqui.)
2 – Junta de Freguesia de Sortelha acedido em 31 de Julho de 2019… (Aqui.)
3 – Livros das Atas das «Sessões da Câmara Municipal de Sortelha», Arquivo da Câmara Municipal de Sabugal.
4 – Arquivo Distrital da Guarda, Fundo Câmara Municipal de Sortelha, Livro de Matrículas dos Expostos, 1928, folhas 8 e 8v.

:: ::
«Memórias de Sortelha», por António Augusto Gonçalves
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Janeiro de 2019.)

:: ::

Partilhar:

  • Tweet
  • Email
  • Print
António Gonçalves
António Gonçalves

Origens: Quarta-feira - Sortelha :: :: Crónicas: Memórias de Sortelha :: :: Roda dos Expostos :: :: Padres e Curiosidades desde 1617 :: :: Invasões Francesas :: :: Cemitérios e práticas funerárias :: ::

 Artigo Anterior Primeira Página (27.02.2021)
Artigo Seguinte   O postigo…

Artigos relacionados

  • Ruivós – padres e curiosidades desde 1630 (1)

    Sábado, 17 Abril, 2021
  • Cibório ou píxide da Quarta Feira

    Sábado, 10 Abril, 2021
  • «Derrama da Finta» de 1838 em Sortelha

    Sábado, 3 Abril, 2021

2 Comments

  1. António Gonçalves António Gonçalves Responder
    Domingo, 28 Fevereiro, 2021 às 8:11

    Caro José Carlos Mendes.
    Agora, deverá compreender porque não há motivos para preocupação quando falamos do nosso património!
    Em que diminui o valor patrimonial de edifício se a informação for alterada?
    Porque respondem com o silêncio …. ?
    Queira imaginar os adjetivos que apetece escrever!
    Quem tem poder de decisão nesta matéria deve pensar:
    – «Os cães ladram e a caravana passa».
    – Coitado de mim!
    Não conseguirão alterar a verdade!
    Agradeço a solidariedade, apesar de dispensar qualquer tipo de conforto!
    Quanto a comentários hoje fico por aqui ….
    Um grande abraço.
    António Gonçalves

  2. José Carlos Mendes José Carlos Mendes Responder
    Sábado, 27 Fevereiro, 2021 às 22:57

    Caro António,
    A minha total solidariedade.
    E uma nota simples: como parece segundo certa tese que os construtores do Castelo («casteleiros») acabaram por ser também os fundadores da minha aldeia… sei lá se assim terá sido… mas: a ser assim, até pode ter acontecido que dois séculos depois lá fossem novamente chamar os seus descendentes para construírem a Camara.
    Parece-me um absurdo, mas quem sabe?
    Desculpe meter o pé em seara alheia, mas não resisti: desde manhã que isto não me larga da ideia. Agora que já está escrito, vou dormir em paz…
    Gd abraço.
    JCM

Leave a Reply Cancel reply

Social Media

  • Conectar-se no Facebook
  • Conectar-se no Twitter

RSS

  • RSS - Posts
  • RSS - Comments
© Copyright 2021. Powered to capeiaarraiana.pt by BloomPixel.
loading Cancel
Post was not sent - check your email addresses!
Email check failed, please try again
Sorry, your blog cannot share posts by email.