:: :: PR3 – SBG – NASCENTE DO CÔA – FÓIOS :: :: Continuando a percorrer os trilhos do nosso território, esta semana partilhamos um curto vídeo editado por nós, com imagens recolhidas em algumas das caminhadas que calcorreamos pelo Calcanhar do Mundo – Fóios, quando fizemos o percurso Pequena Rota: PR3 SBG – Nascente do Côa.
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PERCURSO PEDESTRE DE PEQUENA ROTA – PR3 NASCENTE DO CÔA – FÓIOS
Informações mais especificas ou técnicas sobre este e outros percursos de pequena rota do nosso território, estão disponíveis e acessíveis através das hiperligações elencadas nos axiomas do Teorema do Território dos 5inco Elementos, que partilhamos no final da crónica. Importa salientar que este percurso cruza e sobrepõe-se em parte do seu traçado com o percurso da Grande Rota do Vale do Côa.
Este PR3 é um percurso por excelência que nos permite percorrer um museu ao ar livre, com acesso a diferentes exposições permanentes ou temporárias.
Como permanentes temos as gigantescas e diversas esculturas geomorfológicas esculpidas por mão divina através da mãe natureza, bem como as panorâmicas e demais fenómenos geológicos, paisagísticos e naturais resultantes da imensidão e diversidade existente na Serra das Mesas – Nave Molhada.
Como exposições temporárias, estamos a referir-nos à oportunidade de visitar aquele museu natural, em diferentes épocas do ano, o qual tem o dom e cuidado de, em cada quatro meses, apresentar nova e diferente «roupagem em todas as salas da exposição».
Visitar e percorrer este museu natural, em diferentes momentos, são experiências sensoriais memoráveis. A luz, a cor, os aromas, a temperatura, as texturas, não só nos permitem sentir diferentes sensações em cada época, como diferentes serão também aquelas, consoante o momento do dia em que o fazemos. Uma experiência sensitiva interactiva. Pois percorrer aquele trilho no inverno, outono, primavera ou verão, mais próximo do nascer ou do pôr do sol, produz e provoca, garantidamente sensações muito diferentes.
Esta experiência é tão ou mais interactiva e sensitiva porque nos permite, tocar, palpar, subir, escalar e desfrutar em pleno das enormes e fabulosas obras ali expostas.
Da visita a este museu a céu aberto destacamos aquelas que não queremos deixar de mencionar como sendo exclusivas e singulares, entre múltiplas outras possibilidades que ali existem. Como é o facto de termos a oportunidade de assistir neste trilho, ao vivo e a cores, ao brotar de uma nascente de um Rio. A nascente do Rio Côa. Que, não bastando o facto de ser uma nascente de um rio, acresce-lhe ainda a exclusividade de ser um dos poucos rios que corre de Sul para Norte. Que por sinal nasce numa serra, de nome próprio, Mesas, mas ao que parece também já foi conhecida por Nave Molhada.
Mas este nome próprio de «Mesas», decorreu do facto de ali bem junto à nascente do Côa, verificar-se um fenómeno geológico raro, para não dizermos garantidamente exclusivo, pois desconhecemos se existem outros, mas sabemos que é raro e como rara é também a sua beleza e, como tal, é assim que queremos valorizá-lo. O fenómeno a que nos referimos são a existência dos enormes cubos em granito, talhados e esculpidos de forma geométrica, como só os Deuses sabem fazer e que obrigou, segundo reza a lenda, ali a reunir quatro Bispos, cada um posicionado num cubo especifico de uma mesma mesa comum, na qual decidiram e chegaram a acordo sobre a organização jurisdicional e concomitante delimitação e dependência curial ou eclesiástica dos territórios referentes seus próprios bispados.
Consideramos obrigatório ainda neste trilho ir até ao miradouro do «Cancho Sozinho», indicado no percurso. Mas esta indicação não está tão clara quanto isso, pelo que é nossa dica alertar, que o miradouro, refere-se à vista que se obtém do alto dos barrocos ali bem próximos da placa que indica o lugar. Um reforço da informação correcta a indicar melhor o sítio, ajudaria e muito os caminheiros. Pois dali podemos observar uma das melhores vistas sobre o território de nuestros hermanos! Soberba a vista daquele lugar e vale mesmo a pena conseguir aceder aquele lugar.
Se as imagens e as palavras não forem suficientes atrevam-se a verificar vocês próprios aquilo que aqui revelamos.
Além destes atractivos, outros existem para reforçar e motivar-vos a fazer aquele trilho:
– Os milenares castanheiros que pelo seu porte e ancestralidade encantam e surpreendem;
– A existência de uma estação de biodiversidade demarcada com oito painéis informativos sobre flora e fauna existente nas proximidades da Nascente do Côa – Serra das Mesas;
– Fenómenos geológicos como a «carambola» que mais parece uma caravela quinhentista que ali ficou petrificada para a eternidade, tal como se de um símbolo das bem-aventuranças desta gente, que de tudo fez um pouco para garantir a sua sobrevivência em território e condições tão severas e agrestes;
– A gigantesca geoforma esférica da pedra bolideira;
– O monumental cercado, feito com barrocos de granito da serra, de onde parte o tradicional encerro no dia da capeia anual.
A não perder muitos outros fenómenos geológicos que estão referenciados no percurso. Se bem que os painéis informativos destes fenómenos já precisam de uma substituição urgente face ao avançado estado de degradação em que se encontram e que impossibilitam a sua consulta.
A juntar a tudo isto não podemos deixar de referir o núcleo museológico, situado no Centro Cívico do Fóios, onde foi concretizado o projecto «Portas do Côa», o qual é constituído por duas exposições permanentes, que visam interligar a nascente à foz do Côa, onde estão patentes algumas gravuras e peças de enorme valor e apreço patrimonial do Vale do Côa… (Aqui.)
Caso para dizermos se Riba-Côa não vai ao Vale do Côa, vem o Vale do Côa a Riba-Côa. Sempre é uma forma de podermos ter no nosso território acesso ao magnífico património mundial da UNESCO, pois ali podemos observar algumas representações das figuras de arte rupestre do Côa.
E ainda o recém-criado Centro de Interpretativo da Natureza localizado na própria Serra das Mesas. O qual desconhecemos se já está em funcionamento, mas que o edifício nos parece já concluído e pode valer a sua visita, nem que seja pela vista panorâmica que se alcança naquele sítio. Mas o qual ainda não tivemos oportunidade de visitar.
Para finalizar nada como um piquenique no espaço fluvial que existe junto à povoação. Onde sempre é possível conviver com a gente local e desfrutar de muitos e bons mergulhos nas águas mais puras do Côa, face à proximidade da nascente.
Caso não haja tempo para organizar e preparar um piquenique para desfrutar na caminhada, existem nos Fóios umas outras mesas, sempre postas e à vossa espera para um bom repasto raiano no restaurante El Dorado. E, quem sabe, poder desfrutar de um chupa-mel como sobremesa.
Ainda que os motivos sejam outros, mas se os Fóios são apelidados de «calcanhar do mundo» e os seus naturais de «chupa-méis», só pode ser pelo contacto e forma de bem receber, doces como o mel e devido à forma tão bela como foi tão bem decalcado o traçado geomorfológico naquele nosso território.
Ao caminho… porque, como diz Saramago «sempre chegamos ao sítio onde nos esperam».
Voltamos a elencar os axiomas pentagonais do nosso teorema, referentes aos trilhos que iremos partilhar e percorrer nas próximas crónicas!
Cinco percursos Pedestres Pequena Rota em Riba Côa
– PR1 SBG – Meandros do Côa (Sabugal)… (Aqui.)
– PR2 SBG – Vale do Cesarão (Vilar Maior)… (Aqui.)
– PR3 SBG – Nascente do Côa (Fóios)… (Aqui.)
– PR4 SBG – Vilares (Soito/Alfaiates)… (Aqui.)
– Trilho do Manego – Quadrazais (percurso traçado mas não demarcado). Vídeo… (Aqui.)
Cinco Percursos Pedestres Pequena Rota no Baixo Côa
– PR5 SBG – Penha do Lobo – Penalobo… (Aqui.)
– PR6 SBG – Rota dos Casteleiros – Sortelha/Casteleiro… (Aqui.)
– PR7 SBG – Caminho Histórico de Sortelha… (Aqui.)
– PR8 SBG – Termas Do Cró… (Aqui.)
– PR9 SBG – Moira Encantada – Baraçal (ainda por anunciar no site oficial dos PR SBG)… (Aqui.)
Cinco Grande Rotas Temáticas que atravessam o concelho
– GR22 – Grande Rota das Aldeias Históricas… (Aqui.)
– Grande Rota do Vale do Côa… (Aqui.)
– Rota dos Castelos (17 castelos)… (Aqui.)
– Rota do Património – rota circular de 100 quilómetros com os principais pontos de interesse (visitáveis) do ponto de vista arquitetónico e arqueológico, do município do Sabugal referida na CETS, mas não encontrámos mais informação sobre o percurso… (Aqui.)
– Rota Portuguesa do Caminho de Salomão… (Aqui.)… que se prevê ser convertida numa Rota Turístico-Literária… (Aqui.)
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Bem-hajam pela vossa curiosidade e leitura!
Prá semana temos mais!
Até lá! Cuidem-se e cuidemos dos nossos!
Meu abraço dos 5inco costados!
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«Território dos Cinco Elementos», crónica de António Martins
(Cronista no Capeia Arraiana desde Setembro de 2014.)
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Viva Zè Manuel! Grato pelo incentivo e felicitações! Quanto ao que referes estou plenamente de acordo! Se cada um de nós der uma maçã um ao outro, cada um de nós fica com uma maçã! Se cada um de nós partilhar uma ideia, ficamos cada um de nós com duas ideias! Assim haja muitos que partilhem suas ideias e haja quem as aproveite!
Toni, Parabéns. Magnificas reportagens sobre o Património Natural do Concelho. O Município devia ter uma Pagina própria com estes conteúdos. Links das Rotas,com os respectivos descritivos.. e em cada rota com os contactos de apoios ( táxis,restaurantes,alojamento etc.) e envolver os agentes económicos interessados.