A minha aldeia sempre teve muito pão (centeio). Era uma das bases da alimentação. Veja o valor alimentar que tem. Mais adiante pode ver mais algumas cenas da minha «guerra», contadas à minha maneira…

O centeio era abundante
Esta sempre foi uma terra de muito centeio. E «… não se pense que o centeio, em dose normal na alimentação dos humanos, não tem qualidades. Pelo contrário: é dado como um dos alimentos mais saudáveis e o seu glúten é apresentado como menos maléfico do que o que comemos no pão actual (trigo). Por exemplo, e só para relativizar a questão: aos diabéticos, hoje, é recomendado centeio em vez de trigo… Na sua composição (do centeio) entram as seguintes substâncias: Manganésio, considerado um componente «excelente»; e mais seis substâncias classificadas com «bom» e que são as seguintes: fibras, selénio, triptofanos, fósforo, magnésio e proteínas». Pode ler mais… (Aqui.)
Expressões populares com graça
Vá lendo e divirta-se (e há muitas mais, como verá): «– Aquela é cá um mostrunço; – Manhusco!; – Aquele anda sempre com macacadas; – Aquilo é um cepo; – Estás um bom agoniado; – Saíste-me um bom amigo da onça; – Hoje dormi que nem um prego; – Aquilo é que é um águia…; – É um pato; – Caiu que nem um patinho». E tantas, tantas mais!… (Aqui.)

A minha tropa foi entre 1971 e 1974
Tal como venho prometendo, vou percorrer e lembrar para si os anos mais complicados da vida de um ser humano: foram 39 meses, quase, dos quais 26 em cenário de guerra. Nesta narrativa que lhe trago, estou em Buco Zau, Cabinda, em meio de um cenário e de uma vivência infernal, de guerra pura e dura…
Um acidente, no meio do Maiombe, em zona de guerra
«No Natal de 73, depois de ter ficado uns dias abandonado ao pé de um rio sem viaturas – a Berliet blindada, aquele monstro, tinha derrapado e enfiou com os Unimogs todos no rio (erro técnico meu: nunca os Unimogs deviam ter ficado atrás da Berliet naquela subida íngreme). Isto passou-se a uns quilómetros do PenKacta. Mais tarde o Maia (engenheiro mecânico e grande amigão) foi-me buscar, rebocando tudo. Vínhamos com uma fome de cão. Pois bem: no Quartel a malta já estava numa de jantar de véspera de Natal – e o acepipe era o quê? Gazela guisada. Soube bem com’ ò caraças, meus amigos…». Vejam bem o que escrevi, pois podia ter havido azar a sério… (Aqui.)
Do ouro no rio ao café na fazenda
«Uma das maiores, se não mesmo a maior fazenda de café de Cabinda, ficava ali mesmo, no Buco Zau. A Fazenda começava logo à saída da Vila e estendia-se por muitos hectares. Toda ela, plantada de cafèzeiros. O café era uma das maiores riquezas locais, de facto. O café da Fazenda Alzira tinha muita fama». Siga aqui histórias de ouro no Rio Luáli e da produção e comércio de café em grão… (Aqui.)
Até para a semana, à mesma hora, no mesmo local!
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«A Minha Aldeia», crónica de José Carlos Mendes
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