:: :: TRILHO DO MANEGO :: :: Retomando o «trilho» iniciado na crónica da semana passada, sobre os percursos pedestres do nosso território e cumprindo a nossa promessa, partilhamos hoje o nosso sentimento e algumas das fabulosas imagens do «Trilho do Manego», que percorremos no verão passado.

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TRILHO DO MANEGO
QUADRAZAIS
Pelo que conseguimos apurar, este trilho terá sido executado pela Junta de Freguesia de Quadrazais/Ozendo. A quem reforçamos os nossos parabéns e nosso bem-haja, por tão bela e graciosa iniciativa.
Estas imagens, que aqui partilhamos num breve vídeo caseiro, editado e produzido por nós, não conseguirão, de todo, reproduzir a beleza, as sensações e as emoções sobre tudo aquilo que sentimos e experienciámos naquele percurso. Ora espreite!
Caso queira percorrer este trilho e não encontre as orientações, siga em direcção à Casa de Turismo Rural, que por sinal tem o mesmo nome do trilho – Casa do Manego – ou então use o melhor sistema de navegação de todos os tempos, o sistema «AVP – Abra o Vidro e Pergunte».
Partimos de Quadrazais, fomos até à Barragem do Sabugal e depois fizemos o percurso inverso, retornando ao ponto de partida pela outra margem. Não o percorremos todo porque tivemos alguma dificuldade em nos orientarmos e como nos demorámos na contemplação de todo aquele paraíso à beira Côa plantado, acabámos por ficar sem tempo para o fazer na totalidade, face aos receios de eventuais enganos no seu traçado.
Sendo esta falta de orientações e marcas no terreno uma grande menos valia, para tão magnifica iniciativa.
Carece aquela iniciativa e investimento de mais apoios, para que seja efectivada quanto antes, a demarcação e homologação de mais este percurso, tal como foi efectuado com outros que existem no nosso território. Pois aquela sinaléctica homologada iria permitir a qualquer pessoa fazer o trilho em total autonomia e com outra tranquilidade e segurança.
Podemos improvisar com fitas, setas, mariolas e outras marcações, mas estas serão sempre marcas e orientações que apenas servem para quem conhece ou demarca o percurso, nunca o serão para todos outros que precisam das orientações oficiais e homologadas, representativas de segurança, confiança, cuidado e para uma boa imagem de marketing que traga a este trilho a dignidade que ele tão bem merece.
Assim como a Grande Rota do Vale do Côa, só teria a ganhar se o integrasse no seu traçado que está actualmente a ser revisto.
Excelente iniciativa que bem podia ser adoptada por todas as outras 12 autarquias que são «banhadas» pelo Rio Côa, de forma a criar-se um extensivo e longo trilho que nos permita caminhar sempre ao longo e junto do rio!
Assim haja aquela mesma vontade para aproveitar esta dádiva de Deus através da mãe Natureza, que não devíamos desperdiçar.
Como diz o Miguel Torga… «O destino, destina, mas o resto é comigo».
Quis o Universo, Deus, a Natureza ou o Destino que o rio brotasse e passasse por aqui, queiramos nós aproveitar e criar as melhores condições para podermos todos nós e quem nos visita beneficiar e desfrutar daquele nosso bem maior.
Iniciámos o percurso bem cedinho, trespassando o silêncio das ruas de Quadrazais, estranhamente tranquilo, num verão atípico, do qual não temos outra memória, em que não cruzamos com vivalma, até que adentramos pelo caminho de terra batida em direcção ao Côa, em busca do Trilho do Manego.
Bendita a hora em que nos atrevemos a explorar aquele fabuloso trilho, que valeu por todo o minuto de tempo ali passado, cada inspiração e expiração, cada esgar de contemplação, bem como o esforço de cada passo dado e percorrido naquele dia. Um tempo de caminhada e de encontro com este vale encantado do Côa, que valeu por cada sensação e todo o prazer sentido em cada aroma, cada brisa, cada tom de cor, cada som e por cada raio de luz, ali vividos e absorvidos naquela tranquila, harmoniosa e reparadora manhã. Não percebemos se somos nós que caminhamos ao longo do rio, ou se pelo contrário é o rio que nos leva e eleva, empurra e orienta no caminho de um sonho constante que nos comanda a vida, tal como reza a letra e canta a música da Pedra Filosofal. Assim ali a sentimos, a vida, tão concreta e definida como outra coisa qualquer, onde não faltam ribeiros mansos, pinheiros e carvalhos altos, que em verde e oiro se agitam, com aves que gritam em bebedeiras não só de azul, mas de muitas e belas cores. Saibam vocês que ali, o sonho foi vinho, foi espuma, foi fermento e tudo o quanto só os poetas dignos deste nome sabem descrever. Mas por muito que assim o sintamos, não temos engenho, nem arte suficiente, para o fazer daquela forma tão sublime como essoutros tão dignamente o fazem.
As imagens podem ser belas assim como as palavras, selectivamente escolhidas para o descrever, mas este trilho tem que ser percorrido, contemplado e vivido para que as imagens nos devolvam o real sentido. De todas as imagens, há uma que elegemos como sendo a mais representativa da felicidade ali vivida. A imagem da expressão e sorriso de orelha a orelha, de um pescador lá longe, só e isolado no meio da água, a flutuar sobre os reflexos e transparências, no imenso lago de um rio que nos Côa alma! A felicidade pode ser assim… Simples!
Viu esta imagem no vídeo!? Não? Então sugerimos que volte a ver o vídeo!
Pois como defendeu tão bem um outro e bem mais ilustre Antoine «o essencial é invisível aos olhos»!
Manegos e manêgas que estais à espera! Ao caminho que se faz tarde!
Voltamos a elencar os axiomas do nosso teorema, referentes aos trilhos que iremos partilhar e percorrer nas próximas crónicas!
Cinco percursos Pedestres Pequena Rota em Riba Côa
– PR1 SBG – Meandros do Côa (Sabugal)… (Aqui.)
– PR2 SBG – Vale do Cesarão (Vilar Maior)… (Aqui.)
– PR3 SBG – Nascente do Côa (Fóios)… (Aqui.)
– PR4 SBG – Vilares (Soito/Alfaiates)… (Aqui.)
– Trilho do Manego – Quadrazais (percurso traçado mas não demarcado). Vídeo… (Aqui.)
Cinco Percursos Pedestres Pequena Rota no Baixo Côa
– PR5 SBG – Penha do Lobo – Penalobo… (Aqui.)
– PR6 SBG – Rota dos Casteleiros – Sortelha/Casteleiro… (Aqui.)
– PR7 SBG – Caminho Histórico de Sortelha… (Aqui.)
– PR8 SBG – Termas Do Cró… (Aqui.)
– PR9 SBG – Moira Encantada – Baraçal (ainda por anunciar no site oficial dos PR SBG)… (Aqui.)
Cinco Grande Rotas Temáticas que atravessam o concelho
– GR22 – Grande Rota das Aldeias Históricas… (Aqui.)
– Grande Rota do Vale do Côa… (Aqui.)
– Rota dos Castelos (17 castelos)… (Aqui.)
– Rota do Património – rota circular de 100 quilómetros com os principais pontos de interesse (visitáveis) do ponto de vista arquitetónico e arqueológico, do município do Sabugal referida na CETS, mas não encontrámos mais informação sobre o percurso… (Aqui.)
– Rota Portuguesa do Caminho de Salomão… (Aqui.)… que se prevê ser convertida numa Rota Turístico-Literária… (Aqui.)
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Bem-hajam pela vossa curiosidade e leitura!
Prá semana temos mais!
Até lá! Cuidem-se e cuidemos dos nossos!
Meu abraço dos 5inco costados!
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«Território dos Cinco Elementos», crónica de António Martins
(Cronista no Capeia Arraiana desde Setembro de 2014.)
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