Percursos Pedestres – Pequenas e Grandes Rotas do nosso território!

Somos um dos concelhos do país que disponibiliza mais quilómetros em percursos pedestres, homologados pela Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal… (Aqui.)
Treze percursos de Pequena Rota (PR) inferiores a 30 quilómetros, contabilizando as respectivas variantes e dois percursos de Grande Rota (GR) com mais de 30 quilómetros (ver axiomas no final da crónica) e outras rotas temáticas, ainda que não estejam homologadas, mas fazem parte de possíveis roteiros de pedestrianismo. Esta é uma iniciativa que merece o nosso reconhecimento e valorização neste tipo de estratégia e investimento local, dado que nos permite calcorrear e percorrer o nosso território, numa experiência de maior contacto com a força e beleza da natureza e conhecer por dentro o nosso imenso território.
Aproveitamos o tema, para reforçar, que muitos daqueles percursos já precisam de uma intervenção urgente para assegurar a sua melhor manutenção. Pois já percorremos a generalidade dos percursos homologados existentes e constatámos que alguns painéis informativos encontram-se já muito degradados, algumas placas ou sinaléticas foram destruídas ou arrancadas e existe uma outra falha na sua demarcação.
Iremos nas próximas crónicas partilhar aqui no Capeia Arraiana algumas imagens com breve descrição daqueles percursos por nós calcorreados.
A este propósito, somos de opinião que o nosso território, as comunidades locais e quem nos visita, desfrutaria muito mais e melhor do Rio Côa, caso houvesse mais e melhores trilhos ou rotas, caminhos limpos, bem cuidados e bem demarcados, junto ao rio, para aproximar mais as pessoas daquela riqueza natural, ao devolver o rio aos habitantes locais e visitantes, permitindo-lhe mais facilidade no acesso às suas margens e leito.
Foi com agrado que constatámos que, no passado ano de 2020, foi criado um novo trilho, o qual é agora possível percorrer de forma muito próxima e em constante contacto com o leito do rio Côa. Um percurso criado, limpo, cuidado e organizado, pelo que apurámos, pela Junta de Freguesia de Quadrazais/Ozendo, denominado por Trilho do Manego. Nossos parabéns pela iniciativa e voltaremos a este tema e trilho já na próxima crónica.
No seguimento desta temática e porque tivemos conhecimento que a Grande Rota do Vale Do Côa (GRVDC-GR45) iria ser revista e eventualmente corrigido parte do seu traçado, tomámos a iniciativa e enviámos através de email para a entidade gestora e promotora da GRDVC – Associação de Desenvolvimento Regional Territórios do Côa, com a nossa sugestão de possíveis melhoramentos, na esperança de que aqueles possam de alguma forma contribuir para melhorar o traçado e o serviço de apoio existente aos caminheiros/pedestrianistas daquela Grande Rota…
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Já percorremos algumas etapas da Grande Rota do Vale Do Côa (GRVDC) e temos constatado, em artigos de opinião na internet, alguns desabafos menos abonatórios nas redes sociais sobre quem tentou fazer toda aquela rota. Artigos e comentários nos quais os caminheiros manifestaram as dificuldades que tiveram em percorrer toda ou parte da GRVDC sem se perder.
Aqueles caminheiros constataram, tal como nós, que uma das menos valias do traçado da GRVDC, prende-se com o facto de que em muitos troços das suas etapas, mais ou menos longos, o trilho/traçado da Rota afasta-se muito do rio!
Verificámos também por experiência própria que existem partes ou troços de algumas etapas que estão mal sinalizadas, assim como a falta de placas e orientações ou sinalética regulamentar em locais chave, como é o caso onde existem bifurcações ou encruzilhadas. Situações que criam graves desconfortos para quem está a fazer a Grande Rota em autonomia. Com mochila às costas, no final de uma etapa de 20 ou 30 kms, ter que percorrer ±10kms, sem estar a prever aquele desvio forçado na fase final, isto porque não foi possível seguir a rota como estava demarcada, não é de todo muito agradável, acreditem!
O exemplo mais paradigmático de erros na demarcação ou colocação de placas, está logo na primeira placa colocada junto da Nascente do Côa, na Serra das Mesas, em que a mesma indica/direciona para a nascente a 29 kms, quando aquela está a um metro de distância.
Supomos que as margens (até ± 10 a 15 metros) e leitos de rio são publicas e pertence a sua gestão e aproveitamento aos municípios e poder local.
Assim, cremos que sendo públicas as margens do rio, a GRVDC poderia ser mais valorizada e ganhar mais beleza se o traçado for, tanto quanto possível, marcado mais próximo do leito do rio.
O que permitiria aos caminheiros beneficiar em pleno dos diversos açudes, cascatas e praias fluviais existentes no Côa. Até porque estamos convictos que grande parte dos caminheiros/ciclistas/atletas, optarão preferencialmente por fazer a rota na Primavera/Verão. Ainda que na nossa opinião aquele percurso, feito em qualquer estação, o mais junto do rio possível, oferecerá sempre os seus mais variados encantos.
Partilhamos um pequeno vídeo de um troço por nós efectuado, mais próximo da nascente do Côa, que não está no traçado actual mas serve para ilustrar melhor esta perspectiva, em que quanto mais próximo do Côa, maior e mais bela e aprazível se tornaria aquela caminhada.
Ainda que num ponto ou outro as etapas possam desviar-se para beneficiar de uma ou outra panorâmica ou património edificado, mas seriam pontuais estes desvios e não na sua grande ou maior parte da Rota.
Vídeo com imagens recolhidas nas margens do Côa, num percurso entre Foios e Vale de Espinho…
Sugerimos ainda no email enviado, eventual melhor articulação com as autarquias locais e povoações para que sejam criados espaços e condições para serem disponibilizados beliches e instalações sanitárias (com duche de água quente preferencialmente). Nem que para aquele efeito cobrassem uma taxa por cada utente, turista, atleta, caminheiro, ciclista. Verba que poderia eventualmente reverter para apoios às associações culturais ou desportivas de desenvolvimento local. Isto à semelhança do que já acontece há muitos e longos anos nos albergues municipais nos Camiños de Santiago, em que cobram 5 a 8 euros, por cedência de uma cama e um banho quente!
São necessárias as mínimas, mas melhores condições, ao longo das diversas etapas, para pernoita de quem pretende fazer aquela Grande Rota em autonomia.
Se estas e outras condições forem acauteladas, esta Grande Rota do Vale do Côa pode bem ser uma primeira rota com as melhores condições para atrair caminheiros/ciclistas/ atletas/ turistas que gostam de percorrer trilhos por vários dias em total autonomia! Se em tempos defendíamos a aposta em passadiços, ideia que foi muito disseminada e implementada por este país, cremos e defendemos agora que podemos marcar a diferença com a criação de um projecto diferenciador deste nível, em que pouco ou nada adulteramos a paisagem natural.
Supomos não haver em Portugal uma Grande Rota com estas condições, com alojamento a preços acessíveis, e a GRVDC pode demarcar-se com esta e outras iniciativas e inovações. Alguns visitantes optarão por alojamento acessível, outros haverá que optarão pelos recursos alternativos que existem, hospedarias, turismos rurais ou alojamentos locais. Mas todos aqueles que se atreverem a efectuar esta Rota, irão permanecer três a quatro noites no nosso território, o que implicará não só a visitação do nosso património edificado, bem como o consumo da gastronomia e comercio local .
Nem os caminhos de Fátima reúnem estas condições, pois os peregrinos veem-se obrigados a recorrer a instalações improvisadas pera pernoita e descanso. Ainda que as motivações para uma peregrinação não são as mesmas de quem caminha, mas mais do que divergirem as intenções ou motivações elas complementam-se. Há muitos peregrinos que praticam caminhada regular e vice-versa.
Como existem inúmeros edifícios, que são propriedade das Juntas de Freguesia, ex-escolas ou outros espaços públicos livres ou desocupados, nas aldeias próximas do Rio Côa, poderia ser uma excelente oportunidade, tentar a sua reutilização, com eventual cobrança de uma taxa por aquele serviço! Só no trajeto que o rio percorre no concelho de Sabugal, existem na sua proximidade 13 povoações, em que as suas imediações são «banhadas» pelo Côa.
E a cereja sobre o bolo seria conseguir recuperar de vez as duas casas-abrigo dos ex-Guardas Florestais (uma na zona dos Foios e outra em Quadrazais) e as outras duas existentes na Reserva Natural da Serra da Malcata, não só para ali instalar possíveis albergues ou hostels ou eventualmente criar numa delas, um Centro de Interpretação da GRVDC e do Lince! Porque Não!
Na continuidade da fundamentação do «Teorema do Território dos 5inco Elementos», eis os axiomas da presente crónica, alguns dos quais iremos «percorrer» nas próximas crónicas…
Cinco percursos Pedestres Pequena Rota em Riba Côa
– PR1 SBG – Meandros do Côa (Sabugal)… (Aqui.)
– PR2 SBG – Vale do Cesarão (Vilar Maior)… (Aqui.)
– PR3 SBG – Nascente do Côa (Fóios)… (Aqui.)
– PR4 SBG – Vilares (Soito/Alfaiates)… (Aqui.)
– Trilho do Manego – Quadrazais (percurso traçado mas não demarcado)… (Aqui.)
Cinco Percursos Pedestres Pequena Rota no Baixo Côa
– PR5 SBG – Penha do Lobo – Penalobo… (Aqui.)
– PR6 SBG – Rota dos Casteleiros – Sortelha/Casteleiro… (Aqui.)
– PR7 SBG – Caminho Histórico de Sortelha… (Aqui.)
– PR8 SBG – Termas Do Cró… (Aqui.)
– PR9 SBG – Moira Encantada – Baraçal (ainda por anunciar no site oficial dos PR SBG)… (Aqui.)
Cinco Grande Rotas Temáticas que atravessam o concelho
– GR22 – Grande Rota das Aldeias Históricas… (Aqui)
– Grande Rota do Vale do Côa… (Aqui)
– Rota dos Castelos (17 castelos)… (Aqui.)
– Rota do Património – Rota circular de 100 quilómetros com os principais pontos de interesse (visitáveis), do ponto de vista arquitetónico e arqueológico, do município do Sabugal referida na CETS, mas não encontrámos mais informação sobre o percurso… (Aqui.)
– Rota Portuguesa do Caminho de Salomão… (Aqui) …que se prevê ser convertida numa Rota Turístico-Literária… (Aqui.)
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Bem-hajam pela vossa curiosidade e leitura!
Prá semana temos mais!
Até lá! Cuidem-se e cuidemos dos nossos!
Meu abraço dos 5inco costados!
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«Território dos Cinco Elementos», crónica de António Martins
(Cronista no Capeia Arraiana desde Setembro de 2014.)
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Viva José Carlos!
Grato estou eu pelo estimulo e incentivo! Não faltam belas rotas e óptimos percursos por todo o nosso território! Continuaremos na sua divulgação!
Meu abraço dos 5inco costados 🙂
Obrigado, António.
Venham mais.
Registo que a minha aldeia apresenta clima mediterrânico – há pouco disso na nossa região – certo? Abrir e ler a Rota dos Casteleiros, pf – assim chamada pois terá sido por ali que subiram da minha aldeia até Sortelha os «casteleiros» – ou seja: os pedreiros arregimentados que iam construir o castelo lá em cima: pela Calçada Romana.
Que boa leitura para iniciar esta manhã…
Grande abraço de apreço pelo bom trabalho de recolha e de incentivo a melhores condições no futuro para acolher os caminheiros.