Desde há séculos que houve fortes relações entre quadrazenhos e valverdenhos. Houve tempos em que alguns dizem que Valverde d’el Fresno pertenceu a Portugal até ao reajustamento de fronteiras dos séculos XV e XVI. A completa demarcação da fronteira foi mandada fazer por D. João III em 1538.
Na bibliografia que consultei, não encontrei, porém, evidências de Valverde ter feito parte do reino de Portugal. No tempo de D. João I houve vários encontros entre os moradores de Penamacor e os valverdenhos para resolver arrestos de gados que pastavam nos baldios reclamados por ambas as partes, o que dá a entender que Valverde pertencia a Castela. Daí até à Restauração não encontrei documento algum sobre o ser ou não ser Valverde território português, não obstante haver donos portugueses de terrenos para lá da actual fronteira. Durante o domínio filipino, de 1580 a 1640, com Portugal anexado a Castela, as relações entre quadrazenhos e valverdenhos devem ter-se intensificado, dado não haver barreiras à circulação de um lado para o outro da actual fronteira.
A partir da Guerra da Restauração nem sempre as relações entre quadrazenhos e espanhóis foram as melhores e Valverde passou para o domínio de Portugal entre 1644 e 1668.
Em 1646 os quadrazenhos derrotaram grande porção de soldados espanhóis, impedindo-os de incendiarem a povoação, como haviam feito em Aldeia da Ponte e Nave, obrigando-os a fugir espavoridos. Em 15 de Maio de 1646 trava-se em Alfaiates um recontro com os castelhanos que tinham duas companhias de infantes e 150 cavalos. Foram derrotados pelos portugueses que apenas tinham 40 cavalos. Foram mortos 21 castelhanos, aprisionaram 17 e muitos cavalos e retiraram-lhes a presa que haviam feito em Quadrazais e Soito, a qual lhes foi devolvida.
Em 1651 os quadrazenhos infligiram grande derrota aos espanhóis, que vinham dos lados de Penamacor e Sabugal e pretendiam saquear Quadrazais. Em Abril de 1653 o capitão Francisco Martins Guaião, incorporado no comando de D. Rodrigo de Castro que entrara em Espanha e pretendia tomar Ciudad Rodrigo, soube por um língua de Villamiel que uma sentinela paga da raia, do lugar de Quadrazais, pelo seu posto deixava entrar os castelhanos a troco de dinheiro, e tocava arma (rebate) já a tempo que haviam feito presa. Foi preso. Confessou o crime por dinheiro e tentou negociar com o capitão que lhe entregaria a tropa de Valverde se lhe perdoasse. Não obteve o perdão, tendo ficado preso.
Em 1661 o conde de Mesquitela veio de Trás-os Montes socorrer Riba Côa contra o Duque de Ossuna, que já havia sido derrotado no Alentejo. Este mesmo Duque de Ossuna perdeu 200 homens no Soito ainda nesse ano de 1661. Nesse mesmo ano Fernão Teles transpôs a fronteira e tomou os castelos de Eljas e Valverde del Fresno e nomeou ele próprio as autoridades para a povoação de Xalma. Em 1664 o duque de Ossuna atacou Castelo Rodrigo mas, em 7 de Junho, perdeu a batalha de Salgadela (Castelo Rodrigo), tendo deixado muitos haveres na fuga.
Apesar disso, no século XVII uma mulher de Valverde, Maria Castelhana, instalou-se em Quadrazais, tendo tido um filho espúrio (ilegítimo), de nome António, nascido em 1697 na casa de Baltazar Afonso.
Entre 1701 e 1714 desenrola-se a Guerra da Sucessão de Espanha, após a morte de Carlos II de Espanha, em que Portugal se posicionou ao lado dos ingleses e de outros contra Espanha.
Em 8 de Maio de 1704 registei a morte de três quadrazenhos em um choque (combate): António Mendes, António Martins Mata e António Esteves; e em 15 de Novembro de 1704 foi morto Martim Afonso, solteiro; em 2 de Janeiro de 1705 foi morto pelos castelhanos António Martins; em Maio de 1705 morreram em combate: Domingos, Manuel Dias, outro Manuel Dias (genro de Paulo Fernandes), Manuel, filho de Sebastião Martins, Estêvão, filho de Manuel Fernandes, e Manuel Francisco, do Parque do Sabugal; em 3 de Junho de 1705 foram mortos pelos castelhanos Estêvão Afonso e Manuel, filho de Domingos Afonso; em 23 de Setembro de 1705 foi morto o soldado Afonso Campos.
Em 1707 os castelhanos conseguiram saquear Quadrazais, tendo levado tudo o que era móvel, a ponto de nesse ano não se ter podido cultivar as fazendas. Em 1709 dá-se a batalha de Castelo Rodrigo e o cerco de Alfaiates. Em Sacaparte o inimigo trazia 500 cavalos e outros tantos infantes. Aos de Alfaiates juntaram-se tropas (milícias das ordenanças) do Soito, Quadrazais, Malcata e Sabugal, que obrigaram à retirada dos castelhanos, tendo feito vários prisioneiros e tomado cavalos.
Em 1727, já mais calmos os ânimos, o quadrazenho António Martins casou com Ângela Morales, de S. Martín de Trevejo, onde ficaram a residir.
A partir de 1731, feita a paz com Castela, já se encontram registos de espanhóis a serem padrinhos de crianças quadrazenhas, de quadrazenhos a casar com espanholas e uma quadrazenha que casa com um habitante de Valverde d’el Fresno. Neste século XVIII instalaram-se em Quadrazais um homem de Valverde e um casal vindo de Placenza, a alguns quilómetros de Valverde.
Em 12 de Janeiro de 1731 foram padrinhos de baptismo em Quadrazais Pedro Barro e mulher, naturais da Vila das Corjas (Castela). Em 3 de Junho de 1734 Domingos Posteiro casa com Maria Martins Ramos, de Casas de Barbio (Almara-Mérida). António Beites estava casado com Maria Martins, de Navas Frias. Em 18 de Fevereiro de 1741 são padrinhos de baptismo João Domingos Borrego e filha Maria, naturais da Vila de Valverde (Castela). Em 13 de Março de 1741 são padrinhos D. Sebastião Lopes e mulher Dona Ângela Maria Cloyo, de Nascam (Espanha). Em 16 de Abril de 1742 o Rev. D. Sancho Calderón de Guevara, de Valverde (Castela), baptizou lá Manuel, filho de portugueses, em necessidade. Em 8 de Julho de 1743 é madrinha de um baptizado Ângela Maria, de Toledo (Castela). Em 1 de Setembro de 1753 Ana Brasca, filha de Matias Brasco e Isabel Brasca, da Torre de Seta (Castela), casa em Quadrazais com António Vaz Martelo. Nesse ano são padrinhos de baptismo Idario Martins e Maria Isabel Rodrigues, esta natural de Fargias (ou Targias) em Castela. Ainda em 1753 é padrinho de baptismo D. Ventura, de Ergas (Castela).
Entre 1756 e 1763 Portugal e Castela opuseram-se na Guerra Fantástica, ou «Guerra dos Sete Anos», em que os portugueses foram comandados pelo conde de Lippe, que reorganizou as tropas portuguesas.
Em Abril de 1768 são padrinhos Francisco Parro e Isabel Mansa, da Vila de Valvom (Ciudad Rodrigo) e Maria Martins, de Mérida, casou com Domingos Posteiro. Em 28 de Janeiro de 1774 João de Aguiar casou com Rosa Romeira, esta da Casa Pilar, Nasoncia (Castela). Em 3 de Dezembro de 1775 foram pais Sebastião Lopes, filho de Sebastião Lopes, de Tornosillo (Castela) e Maria Amara, do Ozendo. Em Julho de 1776 João de Aguilar e Rosa Romeira, ambos de Casa Pelada (Placenza-Castela), residentes em Quadrazais, baptizaram aqui uma filha. Em 11 de Abril de 1779 foi madrinha de baptismo Ana Vaz, natural de Gerjas (Castela). Em 28 de Março de 1780 o Dr. D. Bernardo Melico, de Castela, foi aqui padrinho de baptismo. Em 3 de Setembro de 1781 o padre Manuel Cavalheiro, de S. Martinho (Castela) veio a Quadrazais baptizar uma criança.
Em 1788 estava preso em Castela, havia cinco anos, o quadrazenho António Martins Mata, sem se dizer o motivo. Em 24 de Dezembro de 1791 Luís Nunes, de Valverde, cujos pais eram do Soito e da Nave, casou com a quadrazenha Rita Afonso. Em 19 de Junho de 1796 o Rev. João Afonso, de Valverde, baptizou uma criança em Quadrazais.
De 1807 a 1813, época das Invasões Francesas em que os espanhóis alinharam ao lado dos franceses contra Portugal, as relações não foram as melhores. Nestes anos desapareceram os livros de Registos Paroquiais relativos aos anos de 1796 a 1808, embora, mais tarde tenham sido refeitos, em parte, por memória. Tê-los-ão queimado ou levado? Oxalá ainda venham a aparecer na casa de algum espanhol ou nalgum museu em Espanha!
Nos anos seguintes foram padrinhos de crianças quadrazenhas os seguintes castelhanos: em 1815 José Monteiro e esposa Joana Cardoso, de Almedilla (mais que uma vez).
Em 1821 Miguel Gracias de Mello, de Ciudad Rodrigo, e Isabel Martins, de Vila Boa, baptizaram aqui uma menina de nome Inês.
Em 1819 casa aqui António Melchior, de Eljas (que em Quadrazais dizem Gerjas).
A partir de 1832, longe já das invasões francesas, as relações dos quadrazenhos com os espanhóis voltaram a melhorar. Foram baptizadas em Quadrazais sete crianças filhas de espanhóis, talvez aqui residentes ou talvez não, dado que era frequente baptizarem-se crianças ou celebrarem-se casamentos em terras do outro lado da fronteira.
Entre 1800 e 1855 instalaram-se em Quadrazais dois casais de Espanha.
No tempo da guerra dos carlistas, entre 1833 e 1876, muitos espanhóis fugiram para Portugal. Havia mesmo uma família em Quadrazais com o apelido de Calristas (metátese de Carlistas). Foi na sequência da guerra civil entre os partidários de D. Pedro IV e os de D. Miguel, 1832 a 1834, sendo que este tinha muitos partidários em Riba-Côa, como o bando do padre João Barrocas. Muitos miguelistas vencidos e perseguidos procuraram refúgio no Algarve junto do Remexido, no Alentejo e na zona do Sabugal, onde tinham a protecção do padre João Barrocas. Um ramo da minha família «os Costa Braga», naturais de Braga, cujo nome era «os Costa Passos», refugiou-se em Avis e outro aqui em Quadrazais. O valverdenho Montejo, sapateiro que matou um homem em Valverde e, por isso, teve de fugir para Vale de Espinho, onde era moleiro e se apresentava como general carlista, foi um dos aliados da guerrilha do padre João de Matos (ou João Barrocas).
Entre 1855 e 1889 vivia em Quadrazais a Rosa Preta, castelhana, com o marido Aniceto Martins, de Vale de Espinho, e ainda Bernarda Garcia, de Piantero (Espanha), casada com Silvestre Gonçalves.
Em 5 de Janeiro de 1898 foi baptizado em Quadrazais um filho de ciganos ambulantes naturais de Cáceres.
Sobretudo nos finais do século XIX e primeira metade do séc. XX, auge do contrabando, as relações entre ambos estreitaram-se.
Em 1 de Agosto de 1936 foi baptizado em Torre D. Miguel (Cáceres), a 27 quilómetros de Valverde, o quadrazenho Dionísio Fernandes Bento. Não sei qual a razão.
Durante os anos 40 havia muitos habitantes de Valverde que vinham a Quadrazais vender laranjas de carimbo e migradas (romãs) a cheio por cheio ou bache por bache.
De 1940 a 1965 um homem de Valverde casou com uma quadrazenha e uma mulher de Lagallas casou com um quadrazenho e aqui se fixou um casal de Espanha.
Sempre houve quadrazenhos que foram proprietários de olivais em Pesqueiro, ao lado de Valverde, num dos quais morreu debaixo dum tractor o David Lourenço, após regressar de França, não há muitos anos. Um outro proprietário foi o José Manuel Bedo.
Na primeira metade do século XX, o contrabando de Quadrazais para Espanha, mas sobretudo de Espanha para Quadrazais, foi muito intenso. Moços e moças iam diariamente a Valverde ou a Navas Frias comprar uma lata de azeite, uma lata de pimentão, uns trigos espanhóis, umas boinas, sandálias, uns metros de pana, uns caramelos, galhetas, uma garrafa de anis, um frasco de Ceregumil ou uns véus para uso próprio ou para satisfazer encomendas. Houve casamentos entre espanhóis e quadrazenhas. Houve mesmo quem fosse viver para Espanha ou viesse viver para Portugal.
Já no século XX, em 11 de Janeiro de 1958 foram sentenciados em Madrid num tribunal de delitos monetários os quadrazenhos Virtuoso Afonso Pecado e José Constantino Vicada (será Pecada?), procedentes clandestinamente de França, tendo consigo dinheiro português e francês, que não declararam. Foram condenados ao pagamento de trezentas pesetas cada um. No entanto, estiveram presos desde 8 de Outubro de 1957.
Não falo dos casamentos entre portugueses e espanholas ou espanhóis e portuguesas a partir dos anos sessenta do século XX, sobretudo por serem de regiões espanholas afastadas da raia, que se conheceram em França devido à emigração, já que o objectivo deste artigo é mostrar as relações apenas entre os povos fronteiriços.
Devido ao contrabando, as relações entre comerciantes de Valverde, como a ti Tomásia e o Saturnino, e os contrabandistas portugueses, por continuadas, transformaram-se muitas vezes em amizade ou em relacionamento mútuo. Apenas com os carabineiros essa relação era quase inexistente ou mesmo de aversão. Ficou na memória dos quadrazenhos a maneira como os carabineiros atiraram ao Poím e não o deixaram socorrer, vindo aquele a morrer esvaído em sangue em plena serra. De vez em quando matavam um cavalo aos soitenhos que os usavam no transporte de minério. Lembro-me de um ou outro quadrazenho arriscar ir à raia cortar uns quilos de bife e trazê-los consigo.
A propósito da relação com os carabineiros, relato aqui uma peripécia de contrabando passada com o Batino (Albertino), que me foi contada por seu sobrinho Augusto Simão.
No dia de Reis de 1941 saíram de Quadrazais dois grupos de homens em direcção a Acebo (Espanha), a uns 15 a 20 quilómetros a leste de Valverde, comprar volfrâmio para ser vendido em Portugal.
O primeiro grupo, em que se incluía o Batino (Albertino), levava o dinheiro, acto proibido pelo governo espanhol do pós-guerra civil. No segundo grupo seguia o pai do Batino, o Balhé (Manuel) Selada. Na serra de Xalma havia neve. O caminhar nocturno destes homens ao luar fazia estalar a neve sob os seus pés, único ruído que se ouvia.
De repente viram um vulto negro e, já mais perto, descobriram tratar-se de um grupo de cabineiros cobertos pelos seus capotes escuros, que acendera um pequeno lume para se aquecer. Mal os avistaram, cada qual fugiu para seu lado. Os carabineiros desataram a disparar em tal tiroteio que até recearam atingir-se uns aos outros, gritando: Fuego alto! Fuego alto!
O segundo grupo havia chegado, entretanto, a Acebo, onde, pouco depois, chegaram os carabineiros. Para amedrontar os quadrazenhos, aqueles diziam: Hombre, matámos uno português, un chiquillo muy joven. Pobrecito! Se quedó seco, muerto.
Como o Batino era o mais jovem do grupo, o pai pensou logo que lhe haviam matado o filho e começou a gritar: «Já me mataram o meu filho!»
Horas depois chegou o primeiro grupo a Acebo e o Balhé Selada abraçou o filho e contou o que haviam dito os carabineiros… «Estes ladrões disseram que tinham matado um rapazito e eu pensei que tivesses sido tu.»
Felizmente, ninguém havia sido morto. Tratava-se apenas de um argumento psicológico usado pelos carabineiros espanhóis.
Nos tempos da guerra civil o Jé Selada trouxe para sua casa o antigo ministro da República Julio Alvarez d’el Vayo, que encontrou escondido como ele numa seara, e que era conhecido em Quadrazais pelo falso nome de D. Pedro. Agradecido, como era engenheiro, repartiu uns seis hectares de baldio à Lameira por todas as famílias de Quadrazais. As sortinhas da Lameira teriam uns quinze metros por oito ou dez. Davam para cultivar umas batatas, que a terra é boa e estavam junto à água. Algumas famílias não tinham outro chão.
Na época da emigração para França nos anos cinquenta e sessenta houve conluio entre passadores quadrazenhos e espanhóis. Um até casou em Quadrazais… o Manolo.
Nas festas de uma e outra terra, havia quadrazenhos no S. Braz em Valverde, a 3 de Fevereiro, e espanhóis na Santa Eufêmia em Quadrazais, a 16 de Setembro. A única vez que fui a Valverde nos meados do século XX foi precisamente num dia de S. Braz, onde assisti a uma corrida.
Lembro-me de virem em cavalos alguns amigos do ti Barreiro à festa de Quadrazais. Estes foram mesmo padrinhos da última filha do ti Barreiro, a Pilar. O nome até tem sabor a Espanha.
A Valverde iam casar muitos quadrazenhos por os pais não concordarem com tal união, como foi o caso de outro filho do ti Barreiro, o Lino. Há poucos anos aí foi casar a L. M., viúva que ficara, para casar com um cunhado. Parece que queria evitar que soubessem que casara novamente para não perder a pensão de França ou algo parecido.
Há já alguns anos que espanhóis vêm banhar-se na praia fluvial de Quadrazais.
Esta convivência foi tão forte que na Páscoa de 2019, em 14 de Abril, Quadrazais e Valverde d’el Fresno resolveram geminar-se, acto festejado em Quadrazais com a presença da alcaldesa de Valverde, a eng.ª Ana Cristina Carrasco Obregón, e muita gente dessa terra.
Na minha juventude casou com o espanhol Manolo a Luísa da Graça, uma tia dela, que ainda vive em Valverde, e a Chachão (Conceição) do Rabito. Voltei a Valverde no Verão de 2018, já com a família e de carro.
Impressionou-me a barreira da Marvana vista de Valverde, que os quadrazenhos tantas vezes subiram, e o monte onde se alcandora Eljas e o resto do seu castelo. San Martin de Trevejo é uma maravilha medieval. Só o rio Erges, seco, não mostrou que era rio. Achei as populações simpáticas.
Nota: Dado os documentos dos arquivos estarem escritos à mão, com letra muitas vezes difícil de decifrar, é provável que alguns nomes de povoações espanholas estejam incorrectos.
ABRAÇO AMIGO FRANKLIM.!!!