Começamos esta crónica por evidenciar este axioma pentagonal. Sortelha continua a ser a nossa Princesa das Beiras, pela simples razão que é a povoação, sem margem para comparação, que recebe mais turistas. Mais que o castelo do Sabugal e porventura mais que o conjunto ou somatório dos turistas de todas as outras aldeias medievais e até das demais aldeias.

PARTE X
CINCO ALDEIAS MEDIEVAIS
Uma delas – Sortelha – integra as Aldeias Históricas
Que a Aldeia Histórica de Sortelha seja o nosso ponto de referência, nosso chamariz nacional e internacional, nosso cartão de visita ou porta de entrada, é excelente, porque precisamos de convidar e atrair gente para nos visitar, mas fazer da porta da rua a serventia da casa, não é de todo boa educação ou estratégia a seguir.
Não devemos mandar, quer dizer, deixar sair quem acabou de chegar e entrar, sem tomar um copo, sem convidar para um bom almoço, um petisco, um lanche e ainda deixar sair sem levar um mimo para a sua viagem de regresso. Fica-nos bem convidá-los a pernoitar, oferecendo-lhe casa e acompanhá-los na visita ao tanto que cá temos e só nós conhecemos. Esta é a forma transcudana de bem receber e acolher quem nos visita.
Sortelha pode ser a porta de entrada, mas não deve ser a porta de saída.
Precisamos de aliciar todos aqueles que vieram até cá, a entrar, a conhecer e a desfrutar de todo o restante património natural, histórico, arquitetónico, cultural, e gastronómico que existe no nosso território.
Queremos que os nossos convidados e visitas permaneçam na nossa casa/território, entrem e conheçam outras curiosidades e singularidades, mas se não lhe aguçarmos a curiosidade ou mostrarmos logo na nossa recepção e acolhimento, o que temos cá mais para dentro, os turistas, visitantes «picam o sítio», cumprimentam-nos tiram umas fotos e partem pelo mesmo caminho por onde vieram, sem se adentrar pelo concelho.
Foi efectivado um trabalho de restauro e conservação da «aldeia museu» fabuloso. Sortelha é uma das 12 aldeias históricas melhor conservadas. Excluindo desta apreciação a construção de algumas eólicas tão próximas da aldeia, que muito lamentamos, mas essas são contas para outro rosário. E o que não tem remédio, remediado está. Compensa-nos saber que o município também tirou e tira alguns proveitos e receitas provindas da cedência para instalação daqueles parques eólicos no território que permitem fazer alguns melhoramentos noutras áreas.
A Associação das Aldeias Históricas tem efectuado um trabalho de comunicação e divulgação extraordinário e de reconhecido mérito. Sabem comunicar e tem sido através daquela associação a constante e uma das maiores divulgações turísticas sobre o património do nosso território. Mas esta fica aquém porque aquela divulgação resume-se quase na sua totalidade apenas àquela aldeia do nosso concelho.
O marketing e comunicação sobre o restante e o que existe para além de Sortelha, carece de ser apresentado com atractividade de tal forma cativante, que se tornasse irresistível a todos os que se dignaram percorrer centenas de quilómetros para aqui chegar. Já que vieram até cá e optaram por este território, os maiores custos e resistência em vir, como a viagem e as suas malditas portagens, já foram ultrapassados pelos curiosos visitantes, resta-nos uma boa, atempada, oportuna e apelativa comunicação prestada logo à entrada naquela embaixada do concelho para os manter por cá.
Importa rever o que funciona bem e menos bem. Fazer inquérito ou estudo junto dos que nos visitam e tentar perceber os seus interesses e o que os move. Apostar em cartazes, outdoors e flyers com imagens impactantes e criar bons roteiros, de interpretação fácil e imediata, com todos os outros ex-líbris do território:
– Nascente do Côa, o próprio rio e suas praias fluviais;
– Trilhos e Rotas existentes;
– Reserva Natural da Serra da Malcata;
– Estradas cénicas e os altos miradouros com as belas panorâmicas;
– Rota dos cinco castelos e respectivas aldeias medievais;
– Museus e espaços museológicos;
– Particularidades e singularidades de outras povoações;
– Tradições.
Podemos fazer todas as obras e mais algumas, de restauro e muita recuperação do património, de praças, lugares, construir as melhores vias rápidas, aderir ou fazer os eventos mais fantásticos, mas se não soubermos comunicar e apresentar esse, e todo o outro nosso imenso e diversificado potencial, então todos os esforços e investimentos terão sido em vão e é pena, porque temos cá tudo e tanto.
É nossa convicção pessoal que a procura do Interior, vai garantidamente, a seu tempo, ter o seu momento de procura como reduto turístico fora do circuito de massas, apenas não sabemos quando vai chegar esse momento e para tal precisamos de o preparar para estarmos na linha da frente na sua divulgação e bom acolhimento.
Para isso, temos que nos preparar para mostrar não apenas os cinco elementos principais, mas todos os múltiplos de cinco que por cá existem.
Mas em simultâneo, temos que acautelar desde já muito do nosso património natural que nos querem estropiar. Preocupação que retomaremos na crónica da próxima semana.
Terminamos por hoje com novos axiomas que fundamentam o nosso Teorema do Território dos Cinco Elementos:
«Cinco Estrelas Regiões»
Denominação do Prémio atribuído a Sortelha… (+Info)
Cinco castelos a norte do concelho do Sabugal
Castelo de Almeida | Castelo Bom | Castelo Melhor | Castelo Mendo | Castelo Rodrigo.
Município do Sabugal membro de 5 associações desenvolvimento turístico-cultural
– Associação das Termas de Portugal
– Carta Europeia de Turismo Sustentável das Terras do Lince
– Territórios do Côa, Associação de Desenvolvimento Regional
– Aldeias Históricas de Portugal – Associação de Desenvolvimento Turístico
– Rede de Judiarias de Portugal.
Cinco aldeias da genuína raia
(situadas na 1.ª linha geográfica com ligação total e directa à fronteira)
Aldeia da Ponte | Lageosa | Forcalhos | Aldeia do Bispo | Fóios
Cinco estradas cénicas
– Estrada que liga Quadrazais a Malcata
– Estrada Soito – Serra do Homem de Pedra – Foios – Vale de Espinho – Quadrazais
– Estrada Águas Belas – Quarta-Feira – Caldeirinhas – Bendada
– Estrada que liga Sabugal – Águas Belas – Sortelha – Casteleiro
– Estrada de Aldeia Velha (Senhora dos Prazeres) – Sabugal Velho – Senhora da Granja – Soito.
Cinco povoações com casas com Janelas Manuelinas… (+ info)
– Aldeia da Ponte – Casa com janelas Manuelinas
– Baraçal – Casa com janelas Manuelinas
– Dirão da Rua – Casa com portas e janelas Manuelinas
– Pousafoles do Bispo – Casa com janela Manuelina
– Vila do Touro – Casa com portas e janelas Manuelinas.
:: :: :: :: ::
Bem-hajam pela vossa curiosidade e leitura!
Prá semana temos mais!
Até lá! Cuidem-se e cuidemos dos nossos!
Meu abraço dos 5inco costados!
:: ::
«Território dos Cinco Elementos», opinião de António Martins
Grande empenho em divulgar o que a região tem. Parabéns.
Franklim Braga
Viva! Grato pelo incentivo e felicitação! Tentamos contribuir com algo que nos vai surgindo, mas ainda não o conseguimos fazer com o mesmo sabumpir, experiência e conhecimento acumulados com que o Franklin o faz tão bem! Um gesto muito côpio da sua parte! Bem-haja
António, obrigado pelo esforço: gostei de ler. É um levantamento muito abrangente daquilo que temos e que precisamos de valorizar. E ainda bem que a minha aldeia, o Casteleiro, foi incluída num dos «roteiros».
Venham mais de igual teor, que esta já cá mora: absorvi com prazer.
Um abraço virtual e tudo de bom.
Viva José Carlos! Grato fico eu pela atenção e em saber que faz também sentido para outros aquilo que reflectimos sozinhos! dificilmente haverá aldeia povoação ou freguesia que não possa ser referida nestes ou outros roteiros, o nosso conhecimento e pesquisa é que não consegue chegar a todo lado! com muita pena nossa! E a serra D` Opa é um local místico que faz parte da minha lista de locais a trilhar! Bem haja! Meu abraço dos 5inco costados 🙂
“ então todos os esforços e investimentos terão sido em vão e é pena porque temos cá tudo e tanto “
Parabéns Antonio Martins pelo texto pois concordo plenamente, pois temos tudo e tanto .
Faltam turistas.
Parabéns
Viva Mário Antunes! Grato pela felicitação e incentivo! Ainda que faltem turistas, temos que continuar a acreditar que é possível cativar outros a virem conhecer este canto esquecido! Meu abraço dos 5inco costados!