Dois períodos fortes da minha vida: os anos da infância e adolescência a beber tudo o que via e ouvia na aldeia; e os anos da tropa… Se ler, vai gostar mesmo. Bom Ano!
Corruptelas e fraseado específico
O Povo sempre falou de modo a entenderem-se todos bem uns com os outros… Quem vem de fora ou tem pouco contacto com este linguajar, claro que estranhará. Hoje farto-me de rir quando uso um destes vocábulos, na paródia, e muitos dos meus interlocutores nem imaginam o que é que algumas dessas palavras significam. Mas atenção: o povo corrompe os sons mas lá no fundo essas palavras vêm sempre de outras bem clássicas… só que foram corrompidas. Nada mais. Eu chamo-lhes «corruptelas». Veja alguns desses casos… (Aqui.)
Caminhos da linguagem do Povo
Ainda sobre a mesma matéria: «Os caminhos do Povo para fabricar a sua linguagem vão quase sempre pelas analogias. E vêm quase sempre de muitos séculos atrás. É que muitas vezes, lá bem atrás, se soubermos raciocinar e se pudéssemos ter conhecimento de como se falava há sete ou oito séculos, quase sempre encontrávamos de certeza os caminhos das palavras século após século no linguajar do Povo – e sempre com caminhos bem simples. Mas bem recuados». Leia um pouco mais sobre esta matéria… (Aqui.)
A minha tropa foi entre 1971 e 1974
Tal como venho prometendo, vou percorrer e lembrar para si os anos mais complicados da vida de um ser humano: foram 39 meses, quase, dos quais 26 em cenário de guerra. Nesta narrativo que lhe trago, estou ainda em Lamego, mas todo o cenário e esforço físico infernal é já de guerra pura e dura…
Lamego: meses do diabo!
As semanas e semanas com milhares de histórias de Lamego, como já deu para se perceber, «são meses do diabo, como já deu para perceber. Tudo ainda registado aqui no meu disco rígido com 70 anos… Uns dias de folga e vai de dar entrada no RI 1 para formar Batalhão. Foi a minha segunda ligação à Amadora; já antes lá tinha vivido, para estudar e dar aulas. Estes meses de Janeiro a Agosto foram de férias. Dia 2 de Agosto de 1972: aeroporto militar de Lisboa, Boeing 707 da tropa, nove horas de voo, rumo a Luanda. Aterrar em Luanda e de imediato ir do Grafanil (quartel de acolhimento) para o porto e rumar a Cabinda, destino operacional do Batalhão». Continua... (Aqui.)
Uma realidade militar complexa
«A tropa / Exército organizava-se em pelotões (grupos de combate), companhias e batalhões. Cada batalhão tinha quatro companhias. Cada companhia, quatro grupos (pelotões). Cada pelotão, cerca de 28 homens. Ou seja, cada companhia, perto de 105 homens, incluindo oficiais e sargentos. Cada batalhão, cerca de 430 homens, incluindo os comandantes e o oficial de operações». Saiba mais… (Aqui.)
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«A Minha Aldeia», crónica de José Carlos Mendes
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Janeiro de 2011)
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