Acaba de ser publicada uma monografia, «Apóstolo da Imprensa», relacionada com a obra e vida do Padre Francisco dos Santos Vaz, edição do autor raiano, Manuel Lopes Botelho sacerdote da Diocese de Évora e licenciado em História e Psicologia.

O padre Manuel Lopes Vaz, historiador e psicólogo tem vasta obra de índole histórica, religiosa, patrimonial e psicossocial publicada, alguma em parceria com o Dr. Mário Simões Dias, e tem no prelo para breve: «Ribacôa, suas Leis e Costumes Medievais», «Monumentos de Alfaiates», «Sacaparte», «O Líder em Dinâmica de Grupo», «A Linguagem na Socialização da Criança», e «Linguagem e Dislexia», entre outros.
A publicação deste livro vem preencher uma lacuna existente: a de não existir para memória futura, um livro que nos levasse a percorrer e a conhecer o longo caminho de Francisco dos Santos Vaz, como Padre e Pároco (Diocese da Guarda), Autarca, (Presidente da Junta de Freguesia de Aldeia da Ribeira-Sabugal) Professor, (Vilar Formoso, Vila Nova de Foz Côa e Sabugal) Escritor (Diversas Obras) e Jornalista (Raiano e Nordeste). Esta obra revela-se, assim, como uma justa e póstuma homenagem.
O percurso do saudoso Padre Francisco dos Santos Vaz poderia alongar-se mais alguns anos, mas uma terrível doença prolongada, sofrida com um profundo e silencioso sofrimento, tenha determinado a sua vida, aos sessenta e sete anos.
Recordo, no entanto, que embora no outono da vida, ainda muito tinha a dar, amigo, conselheiro, escritor, dinamizador, sacerdote com visões e acções pastorais na linha do Concílio Vaticano Segundo.
O autor, para a realização desta obra, contou com a colaboração da irmã Imelda do Nascimento Vaz, membro das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus e do seu irmão, recentemente falecido, o Capitão José Augusto Vaz.

Temos presente um livro com quase duzentas páginas, com uma ilustração fotográfica muito completa dos familiares e das localidades ligadas à vida pastoral do Padre Francisco dos Santos Vaz.
Associado a esta iniciativa, D. Manuel Felício, Bispo da Guarda, escreveu um pequeno, mas enriquecedor e significativo prefácio, salientando as qualidades do Padre Francisco Vaz, «como homem comunicador e ligado à imprensa. Diretor do jornal “O Nordeste”, fez chegar a muitas e longínquas paragens a vida das suas aldeias». Salienta também que, apesar de doente, «nunca esmoreceu na sua dedicação às pessoas…de uma forma especial às que lhe estavam confiadas… o esmerado profissionalismo, a sua missão de professor».
Através daquele mensageiro mensal, o seu editorial era de leitura obrigatória, era a actualidade de uma Igreja viva, dinâmica e incómoda.
Não esqueço, a este propósito, a mensagem de um adeus escrito e lido pela Direcção da Escola do Ensino Secundário do Sabugal, deixando «uma marca inapagável…um contributo cultural humano e religioso…ilustre professor, deixou profundas referências cristãs…»

Estamos perante um livro muito bem estruturado, paginado com uma dedicatória, um prefácio, uma introdução e um preâmbulo.
A obra dividida em três partes, é constituída por diversos capítulos e variada documentação. Na segunda parte há um capítulo em que diversas personalidades manifestam a sua dor pela partida deste seu amigo, salientando o trabalho pastoral, social, pedagógico e jornalístico.
Sinto uma grande felicidade, acompanhada com a saudade, a perdurar para sempre, porque pude juntar a minha voz a este livro de homenagem, um pequeno contributo sobre o meu saudoso amigo e conterrâneo, Padre Francisco dos Santos Vaz, um irmão mais velho. Manifesto ao autor do livro a minha profunda gratidão.


Na última parte, a terceira, é interessante consultar a «Geneologia da família Vaz», com fotografias legendadas.
Aos que conviveram e conheceram o Padre Francisco dos Santos Vaz, aconselho desinteressadamente, a aquisição deste livro, da autoria de Manuel Lopes Botelho, cuja distribuição está a cargo da Livraria ARcor, Lda., de Vila Viçosa (arcor88@sapo.pt) e do seu autor (mlbotelho@sapo.pt).
Sem memórias, não somos nada.
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«Aldeia de Joanes», crónica de António Alves Fernandes
Agradeço ter publicado esta homenagem a um amigo que me foi sempre grato. Quando passava pelo Sabugal, visitava sempre o meu amigo Chico Vaz. Sempre acolhedor, sempre bem-disposto. Parabéns ao autor, porque homens destes não podem ser esquecidos. Da família, conheci também a Antoninha, muito amiga da minha irmã Olívia. São sempre simpáticas as suas crónicas, muito ilustrativas. Parabéns e abraço.