Portugal é um dos dez países no mundo que conseguiu a sua independência há mais tempo na história, em 1139. Sendo porventura um dos primeiros países, senão o país mais antigo, mais estável em fronteiras de todo o velho continente, dado que não sofreu qualquer alteração nos limites traçados e estabelecidos com a assinatura do Tratado de Alcanizes em 1297. Tratado através do qual passou definitivamente todo o território do nosso concelho a pertencer a Portugal. Caso para dizermos que somos tão antigos enquanto território dos cinco elementos quanto a formação do nosso país.

PARTE VIII – I
PATRIMÓNIO CULTURAL
Património Histórico Arqueológico
Se por um lado são raros os vestígios ou evidências físicas que nos permitam inferir sobre o tipo de ocupação do nosso território antes da formação de Portugal, dado ter havido um possível ermamento, acontece que com a definição e reorganização das linhas de fronteira, houve necessidade de encetar num (re)povoamento deste território. O qual foi, por sinal, diga-se, garbosamente bem-sucedido.
Caso insólito e difícil, mas bem conseguido com boas medidas para incentivar as pessoas e comunidades a instalar-se nestas terras de Nemo. Terras que mais pareciam ser percebidas como terras do Demo, face à reduzida ou inocupação humana por tão longo período de 700 anos, coadjuvada pela fraca qualidade dos solos, em associação com uma geografia e clima com condições tão ásperas.
Características que em nada abonavam na altura a favor deste território e que actualmente persistem na região, pois a geografia e o clima não se alteraram e continuamos a ser uma ponta isolada do país, somos limite e estamos no limite. E em boa verdade, não estamos perante um novo ermamento mas o êxodo iniciado na década de 60 nunca mais o conseguimos estancar ou inverter.
Muitos planos, muita estratégia, muita discussão, muitos modelos, muitas politicas, até um Ministério da Coesão Territorial se criou e muito se escreveu e continua a escrever que é preciso fazer algo pelos territórios do interior, mas ainda ninguém passou das palavras à acção, a de repovoar o interior.
Não precisamos inventar a roda, os modelos e estratégias do passado, podem ser reestruturados e aplicados na actualidade. Falta apenas a coragem política para mudar o Estado a que o estado deste país chegou.
Sem tecnologia, sem informação, sem administração pública instalada, sem códigos e sem leis, sem burocracia, sem poder central, sem assembleias municipais ou da república, mas com incentivos simples, aliciantes, bastante atractivos, ou até algumas medidas impositivas, conseguiu D. Dinis, D. Sancho I e II e todos os que se lhe seguiram, encetar num processo de repovoamento e ocupação territorial que só parou ou se inverteu, com maior evidência, a partir de 1960.
Naqueles tempos do grave e já longo antanho, além de se conseguir ocupar o território, tinham de assegurar a independência e garantir o respeito pelos limites de fronteira estabelecidos. Tinham ao mesmo tempo a árdua tarefa de assegurar a sua subsistência, fazer tudo de raiz, desmatar e desbravar os campos, construir casas, ruas, estradas e todas as demais e necessárias valências para assegurar o funcionamento de uma vida e sobrevivência em comunidade.
Hoje os limites, independência, segurança, estruturas e todos os demais equipamentos necessários para um funcionamento em comunidade estão assegurados, mas são cada vez menos os que se atrevem a ficar ou a retornar ao concelho. Há soluções? Claro que há! Não há é coragem geopoliticoeconómica para o fazer! Ainda assim, apresentaremos algumas na próxima semana!
Enquanto isso não acontece, atentemos nos novos axiomas, desta semana, sobre a nossa persistente fundamentação para o Teorema do Território dos Cinco Elementos.
Cinco epítetos para este território
Transcudânia | Ciscudânea | Ribacôa | Terras frias | Raia Sabugalense
Cinco outros repovoadores do território antes da Monarquia
Galegos | Castelhanos | Vascões | Moçárabes | Asturianos.
Cinco achados de ferraduras da Época Medieval (Reino de Leão)
(Imagens do Espólio Arqueológico do Museu Municipal)

No tempo da Monarquia, as semanas de trabalho eram cortadas pelo meio com a concessão de um dia votado a uma semi-paralização das actividades agrícolas no antigo concelho. Era à quinta-feira. Acontecia em cinco freguesias (4 delas ainda são actualmente do concelho)… (+info)
Cinco Povoações com interrupção semanal dos trabalhos agrícolas:
– 1.ª Quinta do mês – Sabugal;
– 2.ª Quinta do mês – Alfaiates
– 3.ª Quinta do mês – Vila do Touro
– 4.ª Quinta do mês – Pousafoles do Bispo
– 4.ª Quinta do mês também – Miuzela do Côa (que passou para o concelho de Almeida).
Cinco achados de moedas da Época Medieval (Reino de Portugal)
(Imagens do Espólio Arqueológico do Museu Municipal)

Bem-hajam pela vossa curiosidade e leitura!
Prá semana temos mais! Até lá! Cuidem-se e cuidemos dos nossos!
Meu abraço dos cinco costados!
:: ::
(Esta crónica continua…)
:: ::
«Território dos Cinco Elementos», crónica de António Martins
(Cronista no Capeia Arraiana desde Setembro de 2014.)
:: ::
Leave a Reply