Mais uma vez… Boas Festas e Bom Ano. Com saúde e o melhor possível, com calma. Agora, a crónica de hoje, com mais umas lamechices sobre a minha terra e algumas notas muito duras sobre Operações Especiais em Lamego. Já era a doer (e muito…).
Uma aldeia muito bonita de se ver
«A minha terra está mais ou menos ma linha dos 500 metros de altitude. Em redor é tudo serranias com mais 200 a 400 metros de altura. Portanto, o Casteleiro é assim como que uma bacia, um lugar mais abrigadinho, mais quentinho e rodeado de pontos altos: a Serra da Vila, a quase 900 metros de altitude; a Serra d’Opa, a mais de 700; a Serra do Mosteiro, a cerca de 800; e ainda os pequenos montes ali ao redor: o Cabeço Pelado, com pouco mais de 100 metros de altura relativamente ao Casteleiro, e a Serra da Preza, mais ou menos a 150 metros acima do nível médio da minha terra».
Esta foi de facto uma crónica cheia de emoções, há uns sete anos. Leia muito mais… (Aqui.)
Os sons que me ficaram até hoje
«As cegonhas apareciam e era um divertimento quando elas batiam a cartchaneta no cima da torre – é que esse som atraía a nossa atenção onde quer que estivéssemos: em casa, na escola ou na ribeira…
Há ruídos, há barulhos e há sons. Hoje falo aqui mais dos sons: os que me são ou eram muito agradáveis – ou seja: os que me apraz recordar hoje aqui para si. Dou apenas uns exemplos para o leitor perceber do que falo:
– o dlão-dlão do chocalho das juntas de vacas que havia (não eram muitas),
– o dlim-dlim dos chocalhos e campainhas dos poucos rebanhos do meu tempo,
– o dlão-balalão, dlão-balalão do sino da igreja a chamar para a missa ou para o terço…
– O toque-toque das ferraduras das burras na calçada da Rua Direita,
– o ladrar permanente dos cães de guarda das casas,
– o som da concertina dos bailes ou
– o som da música da Bendada nas alturas de festa».
Poderá, se quiser e lhe der prazer, acompanhar-me em mais umas linhas sobre estes assuntos… (Aqui.)
A minha tropa foi entre 1971 e 1974
Tal como venho prometendo, vou percorrer e lembrar para si os anos mais complicados da vida de um ser humano: foram 39 meses, quase, dos quais 26 em cenário de guerra. Nesta narrativo que lhe trago, estou ainda em Lamego, mas todo o cenário e esforço físico infernal é já de guerra pura e dura…
Os dias da Tropa – Exemplos do que se treinava e se sofria em Lamego
«Um vídeo de loucos. Aviso desde já: este vídeo devia ter bolinha vermelha por razões de violência. Parece que os instruendos estão a ser agredidos. Mas do ponto de vista técnico e jurídico não é isso: chama-se treino! Portanto, aqui fica o aviso aos mais incautos: veja e, se achar demasiado violento, aconselho a que de imediato desligue e siga em frente. OK? É nessa condição que aqui deixo a todos o resumo das 11 operações de Lamego / Rangers / Operações Especiais…»
Pode aceder a mais dados horrorosos… (Aqui.)
Os dias da Tropa – Tudo como se fosse guerra
Exemplos de Operações lá em Lamego:
«– O Calvário – É uma prova diurna. Há alguns tipos de equipamentos que têm de ser transportados à mão, entre dois locais distanciados de oito a dez quilómetros. O equipamento, a sortear pelos instruendos, tem um peso unitário da ordem dos 20 kg e compreende bolas grandes (talvez cheias com terra), rolos de arame farpado e cruzes latinas em madeira, com cerca de três metros. A mim calha-me um rolo de arame farpado (…).»
«– Prisioneiros de guerra – É uma prova individual de tortura psicológica. A noite está a começar, estamos todos preparados para sair do destacamento. Os olhos estão vendados e as mãos atadas atrás das costas. Brevemente as Berliets carregadas de soldados arrancam para uma serra desconhecida onde nos vão largar. Vão dar voltas e mais voltas para baralhar a nossa orientação. Lá vamos aos solavancos, seguramente por estradões de terra batida (…)». Mais… (Aqui.)
Boas Festas, sem problemas dos tais…
Até para a semana, à mesma hora, no mesmo local!
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«A Minha Aldeia», crónica de José Carlos Mendes
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Janeiro de 2011)
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