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23 Dezembro 2020

À fala com… António Morais

Por José Carlos Lages
José Carlos Lages
À fala com…, Bombeiros Sabugal antónio morais, josé carlos lages 1 Comentário

O legado transporta a tristeza do falecimento com 52 anos de José Henriques, o anterior comandante. No dia 4 de Dezembro após alguns meses de impasse (a que não é alheia a actual situação pandémica) tomou posse como comandante dos Bombeiros Voluntários do Sabugal, António Morais. Vamos conhecer melhor o novo líder que se apresenta como… «bombeiro desde os 12 anos».

António Morais com alguns elementos do Corpo de Bombeiros do Sabugal - capeiaarraiana.pt
António Morais com alguns elementos do Corpo de Bombeiros do Sabugal (capeiaarraiana.pt)

António José Gomes Morais, casado, pai de dois filhos, é oficial bombeiro e… agente da PSP. Fez toda a sua carreira no Corpo de Bombeiros da Guarda onde ingressou em 1975 com 12 anos. Exerceu o cargo de 2.º Comandante de 2003 a 2013, com cerca de um ano de Comandante em substituição. A 4 de Dezembro deste ano foi empossado como Comandante dos Bombeiros Voluntários do Sabugal.

– Estamos a assistir a uma mudança de paradigma nos Bombeiros Voluntários do Sabugal. O início nunca é fácil…

– O início nunca é fácil. Mas como eu costumo dizer apenas mudaram as dinâmicas entre um quartel e outro. Estava há 45 anos nos Bombeiros da Guarda entre os quais dez anos como segundo comandante e um ano como comandante em substituição. Depois por motivos que agora não importam passei para oficial bombeiro.

Nunca temos de provar nada a ninguém, só a nós próprios. Comecei com a idade de 12 anos e visto a farda de bombeiro há 45.

A 10 de Fevereiro deste ano surgiu o convite dos senhores presidente e vice-presidente da Direcção dos Bombeiros do Sabugal. Ponderei, porque já tinha recebido e recusado outros convites mas a este não podia dizer que não. Pela amizade que tenho pelo presidente Luís Carriço. Já há muitos anos que nos conhecemos.

– Já conhecia o Corpo de Bombeiros do Sabugal?…

– …Conheço muito bem o Sabugal e as mulheres e os homens deste Corpo de Bombeiros centenário. Comemorámos, infelizmente, os 125 anos num incêndio. Gostei do projecto que me apresentaram até porque gosto de desafios. As coisas fáceis para mim não têm valor.

– Está tudo a começar de novo, até o quartel é novo, só o presidente é velho [risos]… 

– É óbvio que há muito trabalho pela frente. Resta tempo para tudo. Querer é poder. Como eu costumo dizer o comandante tem de ser a figura de referência mas deve saber delegar as funções. E cada um deve reportar ao comandante, é o chamado estilo de liderança. Além disso sou agente da PSP há 35 anos.

– E consegue conciliar?

– Consigo conciliar perfeitamente. Fui militar nos Comandos durante três anos e aí aprendi o que era a disciplina. Ingressei na PSP em 1986 e estive oito anos em unidades especiais. Fui efectivo no Corpo de Intervenção, no GOE, Grupo de Operações Especiais, e dei formação na Escola de Polícia em Torres Novas. Fui promovido e actualmente estou a comandar uma equipa de intervenção rápida na Guarda, vocacionadas para acções de violência concertada.

Hoje em dia ser bombeiro não é fácil. Nós gostávamos de ter melhores veículos e melhores equipamentos mas atendendo ao tipo de serviço que prestamos aqui no Sabugal não estamos mal equipados. 

A Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) cada vez exige mais dos bombeiros e depois quem legisla sobre estas matérias não percebe nada, nunca andou por cá. Quem tem a experiência do terreno não é perdido nem achado nas decisões.

Este ano demos uma grande resposta operacional. As pessoas pensavam que o 0902 [n.d.r. 09 é o distrito e 02 é a segunda corporação mais antiga depois da Guarda] estava um pouco apagado mas soubemos dar uma resposta à altura no dispositivo de combate a incêndios rurais durante este ano de 2020. Tivemos três grupos, tivemos uma Equipa de Logística de Apoio ao Combate (ELAC) com apoio de veículo tanque. O grupo tinha 22 mulheres e homens a trabalhar e demos uma resposta cabal.

Conseguimos adquirir um Veículo Florestal de Combate a Incêndios após proposta que fiz ao presidente da Direcção. Ironias do destino tivemos um acidente com um veículo e ainda estamos a tentar resolver com a ANPC a reposição do mesmo. Era um veículo tanque táctico urbano de 16 mil litros de água. Temos de saber gerir em ligação directa com a Direcção.

Comandante António Morais - capeiaarraiana.pt
Comandante António Morais

Não digo «Eu!»… digo «Nós!»

– Mas gerir homens num enquadramento profissional como é o caso da Polícia é diferente de gerir voluntários?

– É igual. Apenas é necessário mudar os padrões de liderança para trabalhar com aqueles que têm uma profissão ou com voluntários.

O «saber saber», o «saber fazer» e o «saber estar» aplicam-se a qualquer organização. Os três grandes pilares de qualquer entidade, de qualquer empresa – Organização, Rigor e Disciplina –, estão interligados e se faltar um desses pilares é muito mais difícil um bom funcionamento.

Mas o mais importante é a disciplina. Com disciplina tudo se consegue. As pessoas estão nos Bombeiros porque querem. Ninguém é obrigado a ser Bombeiro.

Como gosto de dizer «ser bombeiro é uma honra que muitos têm e muitos desejavam ter e não conseguem».

A nossa missão enquanto bombeiros é diversa: emergência, transporte de doentes, incêndios urbanos, incêndios florestais, grupos de grande ângulo, desencarceramento, por ai fora… O Bombeiro hoje tem de saber uma panóplia de especializações.

Actualmente em termos de emergência médica, além da nossa área de actuação própria, cada Corpo de Bombeiros tem a sua área, estamos a fazer muita emergência médica fora da nossa área, por exemplo, em Penamacor.

Um comandante tem de tomar decisões que por vezes não são fáceis e por vezes exigimos das mulheres e dos homens que estão no terreno acções sobrenaturais. E o exemplo tem de vir de cima. Se tiver um líder fraco não vou seguir as suas orientações.

Tenho uma regra pessoal. Não digo «Eu!»… digo «Nós!» A porta do meu gabinete está sempre aberta.

– Nesta dinâmica qual é a importância da Direcção da Associação?

Acima de tudo tem de haver uma interligação… um entendimento muito directo e muito frontal com o presidente da Associação.

O trabalho da Direcção da Associação é fundamental. No meu discurso destaquei que o bombeiro sem farda tem um papel preponderante na dinâmica do quartel de bombeiros.

O meu presidente da Associação pode ter achado que o estava a «engraxar» no dia em que estava a tomar posse quando referi que em termos de gestão e organização o presidente Luís Carriço é um exemplo a nível nacional. Mas a minha afirmação corresponde ao que penso.

– E já tem a casa arrumada?

– Sim! Temos de cativar e atribuir responsabilidade às mulheres e homens do Corpo de Bombeiros. Aliás a actuação do adjunto Telmo que esteve ao leme deste barco neste período sem comandante foi um trabalho de grande mérito e de muito valor porque ele fez os possíveis e impossíveis para que o Corpo de Bombeiros mantivesse a operacionalidade. E isso foi muito importante.

O relacionamento que um comandante tem de ter com as suas mulheres e os seus homens tem de ser aberto. A um bombeiro que dá 500 horas não lhe posso exigir mais e se me pedir um fim-de-semana não lho posso negar.

– Objectivos imediatos e primeiros para 2021…

– Neste momento interessa realçar que pretendemos mudar a tipologia do Corpo de Bombeiros. Vamos fazer nomeações e promoções porque vivemos numa escala hierárquica e a reorganização interna tem estado parada.

Mas tem de haver mérito. Se tenho 10 bombeiros e só cinco reúnem as condições para serem promovidos tenho de separar os méritos. Os outros cinco têm de me dar mais, têm de provar que também merecem ser promovidos. No entanto considero que as mulheres e os homens que fazem parte deste Corpo de Bombeiros têm um querer, uma raça, que os distingue dos outros.

A união, a restruturação e promoções do Corpo de Bombeiros passam, também, por incutir responsabilidades aos graduados desta Casa. Quando o comandante ou o adjunto não está, quem os substitui tem de estar à altura e saber tomar decisões.

Vamos fazer o caminho, caminhando sem pressas para conseguir atingir o objectivo. De nada me serve correr para tentar chegar mais depressa mas partir uma perna…

Além de ter passado muito tempo da minha juventude no Sabugal, joguei à bola no Sporting, tenho família aqui e casei perto.

– Então não foi adoptado pelo Sabugal…

– Claro que não! Eu disse às mulheres e aos homens que não me vissem como um sem-abrigo que atravessou o deserto. Aliás, a única coisa que nos distingue são os meus 45 anos de bombeiros.

António Morais durante a entrevista (capeiaarraiana.pt)

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Discurso de tomada de posse como comandante dos Bombeiros Voluntários do Sabugal… (Aqui.)

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«À fala com…», entrevista de José Carlos Lages

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José Carlos Lages
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1 Comentário

  1. Avatar José António Gonçalves Galhano Responder
    Terça-feira, 29 Dezembro, 2020 às 12:43

    Caro Tó Morais, desejo-te as maiores felicidades neste novo cargo que abraças -te.
    Sei que vais continuar a levar esses teus “homens e mulheres” a bom porto…trilhando o caminho junto deles, com o teu rigor, profissionalismo e bom coração que te caracterizam.
    Tens um grande homem, muito humano ao teu lado que é o Sr. Luís Carriço.
    Um abraço

    Galhano

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