O ano que se avizinha é de esperança. É é tão importante para quase todo o mundo que ninguém se ofenderá se disser «sagrada». O que nos espera é muito inesperado. Tudo indica que a tempestade vai passar. Mas deixou danos. A começar por aqueles que estão doentes à um ano aguardando o tratamento apropriado. No trabalho tudo indica uma revolução laboral. O comércio, o ensino, as viagens, muita coisa pode mudar…

Mas o enigma, o que na realidade nos torna vivos, é que se calhar tudo voltará à normalidade mais rapidamente do que pensamos. Tudo está nas nossas mãos!

Talvez por Fé, por acreditar, consegui fugir dessa tempestade que assolou meio mundo, que precisamente nos cantos desenvolvidos viveu-se a irracionalidade tão bem descrita pelos mais conhecidos pensadores. Mesmo assim, o tempo que tive aí, entre Março e Agosto, fiquei com mazelas bem pesadas, por ansiedade de querer ver a luz da liberdade. E como eu, acredito noutras e noutros, que sofreram as amarras de uma ditadura sanitária que, verdade seja dita, foi para nos proteger.

Tal era o mito que me perseguia, que pessoalmente vi sempre a queda do Mr. Trump, como a chave que nos devolveria a liberdade. E sei lá se não ando longe das previsões.

Não vamos assumir este boato como verdade. Mas o nível de realidade em que se vive, os contos do Gin Tónico, do Mário Henrique Leiria, desta vez, se calhar, até acabam por ser a pura da verdade.

O importante, somos nós humanos, termos esperança. A nossa história universal passou por tanta mazela que, penso, temos a obrigação de superar mais esta.

Um aspecto curioso é a incerteza. Uma notícia fala numa cura, outra diz cura mas… e outra cura que retorna à doença.  Em quem de facto podemos acreditar?

Porque não em nós, nas nossas capacidades, na tal esperança, sagrada, como dizem os meus amigos da Lunda Norte?

Eu espero que esteja a ser optimista. E, em jeito de votos de Bom Ano, com muita humildade e sinceridade, desejo de facto o melhor para todos e todas.

Malanje, 15 de Dezembro de 2020

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«No trilho das minhas memórias», crónica de António José Alçada