Trago ao leitor mais algumas linhas de escritas «antigos», como forma de o incentivar a ler mais e mais. Estas «peças» saíram há uns anos e muita gente adorou lê-las. Hoje é a sua vez…

Casteleiro – terra de bom vinho
Estamos em Outubro… Falta pouco: «Pelo São Martinho, vai à adega e prova o vinho»… Lembram-se? É que agora, depois da faina, é altura de o beber, o bom vinho da terra. Quem ainda o tem… Já há mais de dois séculos a abundância de vinho no Casteleiro era referida, a par de outras produções: «Os frutos que nesta terra se colhem em maior abundância são centeio vinho e azeite castanha e linho, mas esta maior abundância apenas…a terras fortes.» Isso escreveu o Cura Manuel Pires Leal no seu Relatório para o Marquês de Pombal em 1758. As videiras têm de ser acarinhadas e trabalhadas durante o ano: é a poda e é o resto: tratar da terra e das cepas. Depois… é a vindima e a refrega do fazer do vinho. Nada melhor, para os apreciadores.
Pode ler mais se aceder a este meu texto de 2012… (Aqui.)
As Moiras da Serra d’Opa
«A história era assim:
– Há muitos anos, quando ainda havia moiros, antes de eles fugirem, ficaram lá em cima três moiras. Jovens e muito bonitas. As moiras vestiam sempre vestidos brancos. Eram três e não havia lá mais ninguém. E sabes onde é que elas estavam? Dentro de um barroco muito grande que lá há.– As três moiras nunca podiam sair de dia. Nem podiam ver a luz do Sol. Só podiam sair do barroco encantado de noite e só quando havia luar. E todas as noites à meia-noite elas saíam, vestidas de branco e vinham cá fora pôr a roupa a corar à luz da Lua. E a dançar. Elas todas as noites dançavam as danças dos moiros lá em cima, ao pé do barroco. E quem as queria ver tinha de ir de dia lá para cima e ficar lá escondido e depois, à meia-noite, espreitar. Mas nunca lá foi ninguém, porque as moiras eram encantadas e se alguém as visse desfaziam-se logo no ar. E ainda hoje estão à espera do moiro que fugiu da guerra que cá havia e que ficou de cá voltar para as vir buscar. …Imaginam a pequenada a ouvir tal história de encantar?».
Leia mais e mais… (Aqui.)

O talefe dos nossos encantos
Por falar na Serra d’Opa… não haverá ninguém de Santo Estêvão até ao Casteleiro e Vale, passando pela Moita e Terreiro, que não se tenha sempre encantado com o talefe… «Hoje sei que o talefe do Casteleiro não tem nada de vaca sagrada nem de coisa antiga, e ainda menos coisa muuuito antiga. Sei que faz apenas parte de uma rede geodésica que serve (melhor: servia) para, através de determinados cálculos, obter um levantamento topográfico bastante rigoroso para a época. Portanto, algo bem real, da área da Matemática e da Engenharia: nada de coisa meio religiosa, meio misteriosa, quase mítica. Mas vão lá vocês dizer isso a um miúdo de oito anos nos anos 50. Quem se atreve a acabar com o encanto, a quebrar o feitiço?»
Leia o que publiquei aqui mesmo, no «Capeia» há nove anitos… (Aqui.)
Obrigado! Boa semana para todos nós!
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«A Minha Aldeia», crónica de José Carlos Mendes
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Janeiro de 2011)
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