Este artigo foi escrito no dia 20 de Abril de 2020. Não pedi para publicar porque achei muito «agressivo» porque sentia um frustração e impotência ao que assistia. Digo assistia porque onde estou não assisto, e nem por isso, me sinto preocupado mesmo havendo medidas obrigatórias como o uso de máscara em qualquer lugar (mesmo dentro da viatura), e em muitos locais públicos há uma torneira de água com sabão azul e branco. Daí que convida o leitor e leitora a uma reflexão com prós e contras, como tudo na vida.

Frase mais banal para verter um estado de espírito. Mas o facto é que estes dias são de desespero. Para quem gosta de trabalhar, sem duvida que a reclusão, ou mais pomposamente o confinamento, é algo que nos leva à depressão por incapacidade de se encontrarem respostas a uma solução.
Não se entende porque motivo custa implementar-se uma normalidade progressivamente. As próprias lojas comerciais vão «rompendo» o cerco e timidamente vão abrindo, com todas as cautelas. Se eu estou numa angústia latente imagino um pequeno empresário. É assim tão dificil implementarem-se planos para a normalização da vida? Vida palavra estranha quando muitos devem estar a sofrer com problemas psíquicos.
Estes casos, doenças psíquicas, ou até cardiovasculares (muitas vezes originadas por stress) nada de estatísticas, nada de notícias. Sabemos é que em Portugal estão a morrer mais pessoas comparativamente a 2019, em período homólogo. Mas as causas, um mistério…
Mas o cenário macroeconómico é o que mais irá «doer» a todos e todas.
Desconhecemos se os tradicionais mercados continuam abertos aos nossos produtos, nomeadamente turismo, vestuário, calçado, vinho, etc.
E à boleia da pandemia, tal como nas guerras, contas são ajustadas entre patrões e trabalhadores, entre colegas de profissão e ainda fecho de empresas porque a sua sustentabilidade já andava «por um fio».
Mas um casal, Homo ou Heterosexual, como irá viver nos tempos mais bizarros da história moderna? Quem garante que, após o confinamento, um não possa ser infectado já que a vida irá progressivamente normalizando. Que medidas tomar?
E os outros vírus e bactérias? Agora que o humano anda tão centrado no novo corona será que vão alastrar?
Todas estas reflexões vão levando os mais intelectuais a criar um suspense e, alguns em estados depressivos, dada a falta de tantas respostas.
Por isso, tal como sempre vaticinei, há mais vida para além desta pandemia e com impactos mais preocupantes nas nossas vidas do que esta doença, em concreto. Só que esta realidade será o pós pandemia e muitos e muitas sentirão uma revolta de tanta estupidez porque o sofrimento irá começar nessa previsível fase.
Aí sim. Calma muita calma, porque nada adianta desesperar.
Covilhã, 20 de Abril de 2020
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«No trilho das minhas memórias», crónica por António José Alçada
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Junho de 2017)
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