A Vida e a Capeia têm os seus riscos mas não podemos perder a paixão de as viver! Muitos não irão ler estas seis reflexões, nem estão para aqui virados, para assuntos batidos e rebatidos sobre vírus e as diferentes perspectivas que proliferam num mundo tão globalizado e tão saturado de opiniões! Alguns irão espreitar! Outros… poucos, irão ler alguns parágrafos! E outros, mas muito poucos mesmo, conseguirão ler até ao fim! (Parte 6 de 6.)

Continuando… E para acabar esta longa reflexão!
Épah! Chegaste até aqui!? Vou dar-te um prémio pela tua persistência e curiosidade!
Podia ser um milhão de euros o prémio por tão grande paciência e teres lido tudo até às conclusões finais!
Pois podia, mas o meu humanismo ainda não tem essa capacidade financeira!
Fica o prémio de consolação e o meu abraço, virtual, de gratidão pela tua consideração!
Porque para mim o confinamento e isolamento socio-afectivo tem os dias contados! BASTA!
Prudente, sim e muito! Mas não evitante, misógino ou misantropo!
Caso contrário, não morro do vírus morro de carência afectiva!
Mas como tudo nesta reflexão girou à volta do comportamento!
Se possível fosse adivinhar ou prever a essência dos comportamentos de todo ou qualquer ser vivo, não precisaríamos de exames, tratamentos, estudos, investigações ou especialistas das mais variadas áreas, pois tudo ficava facilitado!
Todos éramos autossuficientes, saudáveis, ricos, felizes, DEUSES!
Mas como o comportamento de muitos seres vivos é ainda imprevisível, teremos apenas que encontrar as melhores formas de criar, implementar e potenciar os ditos comportamentos saudáveis, para minimizar os riscos e que garantam a sobrevivência humana com a melhor qualidade de vida e bem-estar possíveis!
Descrevo então, para terminar, o comportamento de três seres vivos deste nosso complexo ecossistema!
Não obstante a polémica instalada quanto ao facto dos vírus serem ou não considerados seres vivos, mas partindo do principio que tem vida própria, a quanto lhe basta para exercer o seu percurso e domínio sobre outros seres.
Há o comportamento inato e instintivo de sobrevivência natural e resiliente do Ginkgo Biloba. Uma árvore das mais resilientes da natureza, que foi considerada como um fóssil vivo por Darwin, pois sobrevive no planeta acerca de 270 milhões de anos! Sobreviveu às bombas atómicas, no Japão e consegue sobreviver cada árvore por mais de mil anos nos ambientes mais agressivos e poluentes! E um dos seus comportamentos especiais é que deixa cair todas as suas folhas numa única e indeterminada noite de outono, fenómeno que é inexplicável e imprevisível do como, quando e porquê!
Há o comportamento instintivo e biológico natural, destrutivo mas resiliente do coronavírus que tudo faz para se alimentar, propagar e dominar, considerado como inteligente e com uma capacidade de adaptação, sobrevivência e evolução que tem deixado cientistas e investigadores à beira do esgotamento pela sua capacidade de se diferenciar e criar mutações genéticas sobre si próprio, que parece não haver um igual a outro! Todos diferentes! Todos iguais! Tal como a humanidade!
E há o comportamento humano, que perdeu o inato e o natural proporcional à sua sobrevivência, em prol de um consumismo desmesurado e absolutista que nada tem a ver com as suas necessidades básicas ou de sobrevivência. Criando na sua evolução e desenvolvimento constantes ameaças para a destruição da sua própria espécie.
O comportamento do ginkgo biloba é natural e necessário à sua sobrevivência. Sabemos como se comporta, mas não sabemos o quando, o como e o porque acontece daquela forma e como consegue aquela resiliência e uma vida com aquela longevidade.
O coronavírus também age de forma natural e de acordo com a sua propagação virulenta para assegurar a sua espécie, pouco sabemos ainda sobre como ele se comporta, como, quando e que sequelas pode deixar e como vai ou pode voltar a surgir, com que mutação e força e como vai evoluir, ou como pode ser controlado para deixar de ser ameaça aos humanos!
Mas muitos dos comportamentos humanos não são naturais nem tão pouco essenciais à nossa sobrevivência, são prejudiciais, autodestrutivos e causam a nossa morte, colocam-nos em risco e são ameaça constante.
Mas contrariamente ao ginkgo biloba e ao Corona, cujos comportamentos são necessários à sua sobrevivência e nós não conseguimos perceber, adivinhar ou mudar, há muitos dos comportamentos humanos, ditos mais prejudicais, que podem ser
mudados e corrigidos, para garantir a nossa sobrevivência e ganhar a batalha a este desconhecido vírus e a muitos outros malefícios, bactérias, vícios e vírus afins, que irão continuara a fazer parte da nossa vida de todos dos dias, de hoje e sempre.
Tudo isto para que, tal como o ginkgo biloba, continuemos nós humanos apenas a perder as folhas da nossa árvore genealógica nas estacões certas do ciclo de vida, e não no dia inconveniente, antecipado e incerto, indeterminado, imprevisível que a força da natureza e do ecossistema entende como ser o do nosso fim!
Porque todos ansiamos querer morrer de velho e maduro, num dia incerto mas que seja na estação certa! Porque sempre existe um fim!
Assim tenhamos nós a coragem de copiar o comportamento livre, natural e resiliente do Ginkgo Biloba e não o comportamento ameaçador e destrutivo de sobrevivência da espécie Coronavírus!
Não temos a resiliência nem a genética dos ginkgo biloba. Estas árvores não existem no nosso território. Mas temos a resistência e força dos raros e ainda sobreviventes castanheiros milenares e dos centenários carvalhos, que nos dão alento e matéria-prima para enfrentar e defender, com todas as galhas de um forcão e com a determinação dos arraianos, não só a bravura dos touros como também as ameaças à vida!
E em jeito de ironia, se no extremo formos confrontados e a ter que optar, sobre o que queremos para o nosso futuro… A Vida ou a Capeia!? Qualquer arraiano pode sempre responder, leva-me a vida porque a capeia faz-me falta. Porque sei e consigo viver com o medo e sou capaz de enfrentar os desafios e ameaças, tanto na vida como na capeia, mas viver sem a paixão e liberdade de escolha sobre o que quero fazer com a minha vida, isso… não é viver!
Esta é apenas uma perspectiva de um tipo-espécie-de-parvenu-intelectual, que não aspira nem pretende ser prócere, mas só e apenas expor umas boutades e lançar umas bravatas!
Este discurso pseudo-intelectualóide é dirigido aos cultos dos anima-fundamenta-listas. Mera escornadela, só para lhes mostrar que os arraianos também são cultores tanto da capeia como da escrita e amam a liberdade de escolha e de expressão.
Tudo isto trocado por miúdos, não passo de um tipo armado em «carapau de…», não… em «touro de corrida» ou de capeia, porque prefiro mais esta atividade e a qual estivemos impedidos de assistir e viver este ano e pode ter sido esta, entre outras, a causa e consequência desta longa reflexão…
Mas que acima de tudo não propende a ofender ou melindrar ninguém!
Desculpem qualquer coisinha e alguma marrada!
Mas autocuidem-se e autoprotejam-se!
E busquem sempre a vossa liberdade! De acção e de expressão!
A Capeia há-de voltar e manter-se. E nós voltaremos a ela aceitando o risco da vida com bravura!
Grato!
:: :: ::
Leituras e fontes de dados consultadas para efeitos desta reflexão/manifesto:
– Fitogenia do Ginkgo Biloba… (Aqui.)
– «Homo Deus : História breve do amanhã», Harari, Yuval Noah (2017)
– «Global burden of disease, injuries and risk factors study 2013»… (Aqui.)
– «Obesity killing three times as many as malnutrition» (dados de 2010 a 2012)… (Aqui.)
– WorldOMeters… (Aqui.)
– Artigo do jornal «Público»… (Aqui.)
– Pordata… (Aqui.)
(Parte 6 de 6.) (Fim.)
:: ::
«Território dos Cinco Elementos», opinião de António Martins
Leave a Reply