Sempre existiu a distinção entre rurais e citadinos, dois modos de vida totalmente diferentes, até nas relações entre pessoas. Ao longo da História fomos assistindo a um êxodo rural, ou seja, a população que vivia nos campos e trabalhava na agricultura começou a deslocar-se para as cidades à procura de melhor nível de vida, assim se deu o crescimento urbano.

Foi a partir do século XIX que começou o crescimento e desenvolvimento urbano na Europa, mas no limiar desse século já havia duas Megacidades com mais de quinhentos mil habitantes! Londres e Paris.
Como já referi, uma das causas do crescimento urbano foi o êxodo rural, mas há outros factores não menos importantes, entre eles a Revolução dos Transportes, sendo nessa altura mais importante o caminho de ferro.
Depois, a Revolução Técnica ligada à invenção de máquinas e a novas fontes de energia obrigam a uma concentração e um aumento de mão-de-obra à volta dos novos centros de produção, a partir daqui deu-se uma ligação entre cidade e indústria que trouxe formas modernas de distribuição, os grandes armazéns com os seus empregados, caixeiros, etc. Surgem também os Bancos já bem estruturados, necessitando dezenas de empregados, isto, quando começou a surgir a poupança privada. Devido às atribuições do Estado que cada vez eram mais, aparece o funcionalismo público, é para este «El Dorado» que milhões de pessoas se deslocam vindas do campo.
A cidade era a esperança de um trabalho certo para a esmagadora maioria, mas havia quem se deslocasse à procura de êxito e fama e o livro de Eça de Queiroz, – A capital – é um bom exemplo na personagem principal, Artur Corvelo.
O abastecimento alimentar era uma prioridade, tornou-se necessário ir longe e trazer mais quantidade, a recolha do lixo era imprescindível. mas como as cidades se iam tornando maiores, eram necessários transportes públicos, surgiram então a substituir a tracção animal, o carro eléctrico, o comboio e o próprio Metro. Foi-se procurar água a grandes distâncias por isso se fizeram redes de canalizações e construíram-se aquedutos.
As questões políticas e sociais levaram a redesenhar as ruas e avenidas, havia receio por parte do poder político às insurreições urbanas, então as vielas e as ruas estreitas empedradas começaram a ser substituídas por largas avenidas em macadame, para a cavalaria levar tudo na frente quando houvesse desordens. As ruas estreitas e empedradas ajudaram a cair muitos governos!
E, querido (a) leitor (a), como não podia deixar de ser, os terrenos nos centros das cidades já eram caríssimos , e também as casas, nelas habitavam os grandes burgueses, e os trabalhadores foram empurrados para as periferias , onde abundavam a criminalidade, a delinquência e a prostituição.
Os portos de mar, quando os havia, eram a porta de entrada para as grandes epidemias como a cólera, por exemplo. Presentemente são os aeroportos. Assim nasceram as grandes cidades, dando origem às Megalópoles.
O Covid-19 vai mudar isto tudo ? Duvido muito…
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«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
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