Todos nós devíamos saber até onde podemos chegar, ou seja, conhecermo-nos a nós próprios, temos de reconhecer a fragilidade da nossa condição humana. Infelizmente, nos tempos que correm já não é assim, estamos no tempo do domínio do Eu, a tendência para a Megalomania.

Houve tempos em que se usavam frases como esta: «Quando dirijo o olhar para o meu interior não encontro mais nada do que dúvida e ignorância» ou então como afirmava o filósofo Sócrates «Só sei que nada sei». Mesmo com a chegada do Iluminismo, da Ilustração, em que o Homem pôs de parte muita da sua religiosidade, continuou a acreditar em valores universais, como a moral, a razão, a verdade e a justiça.
Chegamos aos dias de hoje e em que acredita o Homem? Nele próprio, esse estúpido hiperindividualismo ensinou-lhe que a verdade está nele, ele é um valor absoluto, nada se compara a ele, e conforme são os povos assim é a sua megalomania, creio que Portugal está entre os primeiros, alguns energúmenos consideram-se deuses, seja qual seja a sua categoria social!
Será que também já terminou a fronteira entre o Bem e o Mal? O relativismo já se encarregou de a esbater… O que mais abunda é o cinismo, a corrupção, a violência, o ódio e as injustiças. Valerá a pena procurarmos o aperfeiçoamento moral no actual momento histórico em que atravessamos? Vou responder-lhe perguntando: Quer sofrer? Quer saber o que é a impotência perante a humilhação e as injustiças? Quer saber qual é a vingança por se afastar deste tipo de sociedade? Faça o quiser querido(a) leitor(a).
Ter consciência moral é ser consciente da própria impotência, mas isto não quer dizer que não lutemos contra esse mesmo mal, e nunca fracassar quando ele nos tortura! Todos nós sabemos, ou devíamos saber, que a própria História tratou quase sempre mal os bons, tratou-os muitas vezes como sendo uns pobres diabos.
Também ser honesto e decente termina quase sempre com um castigo, não com uma recompensa, ou seja, está destinado a perder.
E eu, como Ser Humano, tendo os mesmos pecados dos outros seres humanos. mas lutando dia após dia por uma impossível perfeição, conseguindo não chafurdar na corrupção, na egolatria, no ódio, na vingança, na ambição e na inveja, aqui termino.
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«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Junho de 2008.)
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