Continua a sanha de proibir e condicionar os gostos e acabar tradições centenárias! Voltou-se à carga de forma muito sub-reptícia para tentar matar todo e qualquer tipo de espectáculo de tauromaquia e rematar a vida de pessoas e regiões que sobrevivem à custa e em resultado daquela actividade.

Não conseguiram criar lei que proíba os espectáculos e actividades tauromáquicas, eis que voltam de novo à carga para dar outro tipo de estocada e tentar levar à morte lenta aquela actividade, que passa por querer legislar para lhes tirar o dinheiro e apoios estatais àquelas actividades e assim morrerem à fome e à sede lentamente até se extinguirem. Uma morte lenta prenunciada!
Condicionar o que cada um pode escolher e o que cada um gosta de fazer! É o lema e nova ideologia sob falso argumento das liberdades e defesa de minorias, dos animais ou da natureza e das pessoas! Caso para questionar: Quais pessoas? Qual natureza? e quais animais eles querem proteger? E qual liberdade!
A marcação cerrada dos novos ecoditadores e minorias fundamentalistas e autocráticas, são de um extremismo que roça no mesmo sentido ideológico de outros ditadores que cometeram a mesma erradicação ou prática de extermínios de culturas, religiões, ideologias, gostos ou tradições de regiões, povos ou sociedades. Tudo sob uma mascarilha de bons justiceiros e libertários do sofrimento de terceiros!
Nunca os vi querer legislar para obrigar o estado e poder central a devolver os linces à sua origem, à Serra da Malcata, mas tentar acabar com as Capeias da Raia e outras touradas do país, tornou-se uma obsessão. Dizem-se verdes e defensores dos animais, mas também nós somos e queremos tanto os Touros de Lide tal como queremos o lince de volta e ninguém nos o devolve nem apoia nesse sentido.
Tudo em prol de que a ideologia deles é a certa, é melhor que a do vizinho ou seu semelhante! Porque são uma minoria, mas acham-se melhores, pensam sobre as coisas, querem reinventar a roda, têm um conhecimento intelectualóide que lhes dá o direito de encontrar e impor formas legislativas para tentar acabar com o que não gostam e assim conseguir coagir sobre o que os outros devem escolher e podem ou devem gostar de fazer! Sabem tudo e não querem aprender nada! Decidem na capital do país sobre a realidade e necessidades das restantes regiões! Fazendo jus ao slogan «Portugal é Lisboa e o resto é paisagem»! Pois a maioria dos deputados nunca esteve ou tem qualquer ligação afectiva às regiões para além do Tejo! Logo não sabem o que sentem e o que diferencia quem vive os costumes, as tradições e a cultura de um povo, mas acham-se no direito de decidir sobre a vida deles. Aniquilando-lhes o seu passado a sua história, secando-lhe as suas raízes.
Nós, humanos, somos donos da nossa vontade. Temos o poder de fazer uma coisa ou de agir de outra forma, não a fazendo. Este poder é o livre-arbítrio. Exercemo-lo tanto nas decisões mais naturais e triviais – carne ou peixe para o almoço? Ir ou não ir a uma capeia ou tourada? – como em escolhas importantes, que moldam a nossa vida em geral! E é este livre arbítrio que deve imperar nas nossas acções, desde que não impeça o outro de escolher as suas preferências ou exercer a sua liberdade de escolha.
Querem impor um determinismo nas acções e gostos dos outros! Querem acabar com o livre-arbítrio. Um valor maior e um poder da sociedade actual e tão representativo do humanismo a que chegámos no séc XXI. Que trouxe as maiores tréguas e o benefício de termos vivido, as gerações actuais, um dos períodos mais longos de paz no mundo e na nossa vida, como nunca tiveram os nossos antepassados!
O livre-arbítrio conseguiu ser o mote e garantia de maior paz e tolerância! Tanto foi assim, que não havendo guerras mundiais, teve que vir agora uma guerra de inimigo desconhecido e invisível – Pandemia Covid-19 –, para nos fazer repensar nas consequências da globalização, no caminho que queremos para as pessoas e para o planeta!
E até nem precisámos de uma guerra destrutiva e arrasadora de civilizações e património, como era cíclico na história da humanidade, para se repensar na reprogramação da bússola que orienta o mundo e a rotação do planeta! Mas serviu esta pandemia para tomarmos nota e consciência que o humanismo assente no livre-arbítrio tem sido o caminho de maior prosperidade para a estabilidade e paz no mundo!
Mas vêm de novo estes ecoditadores contemporâneos tentar acabar com tradições e espectáculos tauromáquicos! Conseguido tal infortúnio, representaria vetar todos aqueles povos e regiões onde acontece aquela manifestação e expressão cultural, ao abandono da tradição e festividades, as quais permitem, além da socialização local, um ganho económico volumoso para o comércio e actividades económicas daqueles territórios!
As regiões são procuradas naqueles dias e meses para aquele efeito e todas a actividades desde a concepção, marketing, construção, vedação, montagem de stands, comes-e-bebes, e tudo demais que envolve aqueles certames ou eventos daquele âmbito e género, geram receita e da qual resultam impostos.
Mas vêm aqueles modernos ecofascistasditatoriais agora invocar de novo argumentos economicistas ou financeiros relacionados com a aplicação de verbas do estado em eventuais apoios à cultura tauromáquica do nosso país. Usando para manipular e instrumentalizar as sociedades, o argumento mais temeroso e conveniente que é a saúde e o dinheiro!
– Vede bem cidadãos deste país, Olhai bem! O dinheiro que subsidia ou que é gasto no apoio a espectáculos tauromáquicos de qualquer natureza, é que impede a qualidade e garantia dos nossos serviços de saúde!
– Veja cidadão e senhor contribuinte de bem e de respeito, pagador de impostos! Se chegar ao hospital e não tiver um ventilador é porque o dinheiro dos seus impostos foi gasto para apoiar uma tourada!
Perante tantas e tão vastas barbaridades e estratégia argumentativa só lhes faltou à comitiva extremista radical e outros afilhados e demais partidários defenderem que…
Se existe a pandemia Covid-19, é porque esta foi resultado e consequência de um CORNOVIRUS que migrou dos cornos dos touros bravos para os aficionados e destes para o mundo.
Corte-se a eito! Sem dó nem piedade por quem sobrevive e por quem está refém socioeconomicamente de uma actividade que é o rendimento de muitos e das suas respectivas famílias e faz movimentar a economia de muitas regiões do nosso país, desde a produção animal, à agricultura associada, até à produção e realização dos espectáculos, festividades e eventos.
O dinheiro dos contribuintes que é gasto em apoio àquelas actividades é depois devolvido ao estado em impostos resultantes das receitas que aquelas actividades geram. Mas se o dinheiro é importante, outros valores maiores se levantam, como o bem-estar que prestam às pessoas que procuram ou vivem nas regiões onde se realiza a aquela actividade, ao promoverem a sua tradição, valores e sentimento colectivo de pertença a um mesmo território.
Mas já não se pode dizer o mesmo do dinheiro que tem sido gasto, como se diz na Raia, à tripa-forra, em milhares de actividades de mafiosos, corruptos, que de forma reiterada e sem limites ou pudor e que continuam diariamente a vir a publico e que todos bem conhecemos, mas não vemos capacidade politica partidária capaz de criar legislação que lhe ponha cobro! Rouba-se à descarada e sem escrúpulos! Desde bancos de gestão danosa, em que seus bancários continuam a manter vidas de luxo mesmo após os seus bancos ficarem falidos!
Faliram bancos mas não faliram banqueiros!
E não há políticos ou justiça que os faça devolver ou pagar os mafiosos danos que provocaram ao país! Pois o dinheiro que roubam permite-lhes contratar os melhores escritórios de advogados da praça, para intimidar juízes temerosos ou pouco confiantes na sua capacidade e mérito, comparativamente ao poder com que os grupos de advogados de renome exercem e representam, que fazem tremer muitos e todos os fracos da nossa magistratura que ficam incapazes de os punir ou sentenciar.
Empresas públicas ou semi-privadas tentam-se salvar, arruinando com os cofres do estado em prol de saciação de egos e invocação de honra e preservação de empresas de bandeira, como é o caso da TAP. A empresa estava falida, um dos sócios privados arrecadou 55 milhões e pôs-se ao fresco, depois de administrar um negócio que mesmo dando sempre prejuízo, manteve prémios aos administradores por terem conseguido apenas mitigar o prejuízo. Que grande negócio que ele fez! Vendeu um produto que estava arruinado per si face à pandemia!
Todo e pequeno ou médio empresário, se falir ou tiver dificuldades na sua empresa ou negócio familiar tem que declarar insolvência ou falência e fechar portas! Ficando sujeitos a acerto de contas com as finanças e com a segurança social. Mas empresas ou bancos de renome, elas próprias falidas por gestão danosa têm que ser salvas pelos contribuintes! Sem arresto, apreensão ou devolução de dinheiros ou património que se mantém propriedade daqueles que provocaram o descalabro financeiro ou em nome dos seus familiares ou amigos de laço duvidoso.
Mas não perdendo o rasto ao curro que vai para encerro….
Primeiro que tudo existe uma lei que legaliza como espectáculo cultural as touradas, capeias e afins! Logo, estes, tal como todo e qualquer outra forma de cultura tem os mesmos direitos. Não sendo terra da minha lavra, mas ainda entendo que vivemos num estado democrático de direito, e não pode este «movimento fascista invertido ou invertebrado» e sustentado em ideais ditos mais verdes, eco sustentáveis, ou apregoadas como sendo de maior liberdade, vir impor a sua vontade e gosto acabando com os dos outros!
Aceita-se a sua opção mas não a sua imposição!
Num país onde permitimos o aborto, onde queremos permitir a eutanásia, sempre por respeito e consideração pela maior liberdade de cada um!
Toleramos e aceitamos a interrupção do ciclo de vida humana, aceitamos espectáculos de perigo, risco, de ameaça, violência e até de agressividade entre humanos, mas tolerarmos um espectáculo de luta e desafio entre humanos e touros, isso é desumano e perpassa o primitivo.
Com que raios teremos que nos sujeitar a que nos condicionem a livre escolha e vontade de assistir a uma actividade e exercício de superação da lei de selecção natural. Como é um confronto com um animal?? Teste comum de bravura entre dois seres! Ou lutas ou foges!
Crime, sofrimento para com os animais! Porque se faz espectáculo com a morte e sofrimento animal!?
A generalidade dos animais da nossa cadeia alimentar sofrem e vivem uma vida muita curta e sem qualidade! Atente-se na actividade de criação de animais em cativeiro, pocilgas, aviários e vacarias ou viveiros, de ovinos, caprinos, piscícolas ou bovinos.
Que qualidade de vida têm aqueles? E como são tratados? Para crescer, engordar depressa e bem, nas condições que todos sabemos, para que possam quanto antes atingir o seu peso ideal para a matança final. Sofrem em vida e sofrem na morte! A generalidade deles sem ver a luz do dia ou o verde dos campos.
Áh! E tal! –, mas aqueles animais são criados naquela violência e más condições ou mau trato, mas é no privado, não são expostos ao público!
Pois admitir e aceitar esta tese, é como aceitar que temos de ser permissivos com os crimes de violência doméstica, pedofilia e homicídios porque também são praticados no segredo!
Aqueles animais, contrariamente à excelente qualidade de vida animal dos touros de lide, são criados e mortos duma forma pouco digna porque é urgente e necessário alimentar o mundo e não há tempo a perder!
Já a violência e crime entre humanos deve ser a fonte e prioridade da preocupação dos políticos e das políticas na qual devem ser centradas as energias e não perder tempo e e gastar recursos com foco nos tratos que são prestados aos touros de lide.
Os touros de lide, são uns felizardos e os verdadeiros animais livres! Comparativamente com os de pecuária ou produção animal, os quais levam uma vida de escravidão, violência e sujeição a mau trato constante, à espera do dia do juízo final!
A morte violenta ou provocada, intencional está premeditada logo à nascença e na criação para a generalidade dos animais que nos hão-de servir de alimento! Fazem parte da cadeia alimentar! Sim os que criamos e alimentamos para nos alimentarem a nós!
Todos irão ter morte provocada e se porventura o animal sofre! Esta será sempre a máxima da lei de Darwin, a lei da selecção natural, só sobrevivem os mais fortes!
No sentido de colmatar as nossas necessidades alimentares e preservar a sobrevivência! Todos somos animais e os mais fortes comem os mais fracos! É inato, instintivo e natural! Os peixes grandes comem os mais pequenos e, muitos pequenos, se conseguirem juntar-se conseguem também eles comer um dos maiores!
Aos touros de lide é-lhes proporcionada uma vida livre e sem qualquer sofrimento! Atrevam-se estes ecoditadores a fazer umas visitas guiadas ou, como tanto defendem, um safari, numa pocilga ou vacaria e a uma ganadaria! Vão com certeza sentir e avaliar a diferença!
A ideia do safari, não é tão descabida quanto isso, e bem podia ser aproveitada para efeitos pedagógicos e ensinar aqueles radicais como se tratam e vivem os touros bravos.
E qual o desfecho para qualquer uma daquela vida animal, touros bravos e todos os outros?
A morte, pois com certeza… e qual daqueles teve melhor vida e maior dignidade na sua morte!?
Ainda que em Portugal não haja touros de morte com excepção de Barrancos. Mas caso houvesse, qual morte será mais pesarosa? Dadas as circunstâncias e contingências de morte na praça ou num matadouro!?
A socialização dita algumas regras e comportamentos mas não pode acabar com a necessidade de saciação nem com a fome, recorrendo a moralismos e regras sociais ou jurídicas. O mundo e as pessoas precisam de se alimentar! E não há vegetais, ou seres vivos tais, que consigam encher a barriga e por termo à fome do mundo!
E o dia que as actuais minorias ditatórias conseguirem acabar com a ingestão de produtos de origem animal, outro grupo extremista e radical ou fundamentalista surgirá, para defender que só podemos comer o que a natureza dá e não podemos tirar a vida a nenhuma planta, porque também são seres vivos e sofrem muito quando são colhidos, pois é observável o quanto murcham logo assim que se desprendem ou arrancam da terra e ficam sem nutrientes!
Enfim haja paciência! Mas acima de tudo haja tomates (não murchos de preferência)- pois estes são fruto que a planta dá e não é preciso ferir o ser vivo – para dizer a todos os radicais e extremistas, que a vida contempla prazer e dor para todos nós e a felicidade e bem-estar de todos está na aceitação daquela muito realista e indestrutível simbiose… «Prazer» e «Dor» para todos seres vivos e sencientes!
E já agora, que a vida continue a contemplar também o Livre-Arbítrio para podermos continuar a fazer o que nos dá prazer, como ir a uma boa Capeia, e nos ajude a tolerar ou diminuir a dor dos dias com tantas palermices destas minorias e seus exercícios de poderzinho autocrático!
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p.s.: é minha convicção que se nada for feito, fingirmos que não se passa nada, continuarmos a enterrar a cabeça na areia, ou colocar palas de lado, e não forem escritos, partilhados ou divulgados artigos de opinião contrária à daqueles grupos extremistas, assevera-se que face à sua proactividade, creio que aqueles a seu tempo podem levar «a deles avante» e acabar com a tradição e com a Capeia!
Nem o facto de ser Património Cultural Imaterial a protege se não houver quem a defenda de forma também acérrima e proactiva.
Atente-se no que aconteceu aos animais de circo! Onde é que eles andam!? Em que tipo de sala ou espectáculo são actualmente exibidos?
Até porque não conheço nenhuma tradição, cultura, ideologia ou até religião, que seja eterna! Podem ter 100, 500 ou mil anos, mas nenhuma terá mais de dois mil! Bem o cristianismo, tem mais de dois mil! Mas como tem evoluído!? E o que existia antes do cristianismo!?
Ficam as questões!
Mas creio que a longevidade da Capeia, será tanto maior quanto maior for a contra-argumentação em sua defesa para manter viva a força da sua tradição!
Viva a Capeia! Viva a Raia!
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«Território dos Cinco Elementos», crónica de António Martins
(Cronista no Capeia Arraiana desde Setembro de 2014.)
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É de artigos como este seu que podemos perceber a ditadura que nos pretendem impor. Está na hora dos Municípios e Associações democráticas se imporem e exigir os seus direitos, entre eles a liberdade cultural e o afastamento de todos os que manifestam ideologias totalitárias. Bem haja…