Os países do sul da Europa já foram chamados de «PIGS» (Portugal, Itália, Grécia e Spain) e, há dias, passaram a ser chamados de cigarras por oposição às formigas (Alemanha, Áustria, Holanda e Finlândia). Ou, se quisermos, «países pobres versus países ricos». Nestes últimos podíamos incluir a Suécia, Noruega, Reino Unido e Dinamarca. A França seria um misto de sul e norte.

Antigamente a vadiagem era crime público…
O estranho disto tudo é que não encontramos grandes riquezas no solo da Dinamarca, nem da Finlândia, nem da Áustria, que eu saiba. O que os faz ser ricos é a sua organização social e a vontade dos seus povos em não quererem ser mendigos. Para isso utilizam a cabeça e as duas mãos que Deus lhes deu para produzirem riqueza e dela viverem. Ao contrário, os países do sul utilizam a cabeça e as mãos para pedirem esmola ou apoderarem-se do que os outros produzem. São, pois, como a cigarra da fábula, que passa o Verão, época de colheitas e angariação de alimentos, a cantar, enquanto a formiga utiliza a época do bom tempo para armazenar comida que a sustentará no Inverno. E, quando a cigarra lhe bateu à porta no Inverno para lhe estender a mão à solidariedade ou caridade, obteve a resposta da formiga: «Cantaste? Pois dança agora.»
O nosso primeiro ministro ficou chocado por o ministro das Finanças da Holanda lhe dar sopas quando pretendia que os países ricos contribuíssem para um Fundo para ajudar os mais pobres, classificando mesmo de repugnante a resposta desse ministro. Pode parecer duro receber respostas dessas dos ricos mas a realidade é que eles têm razão. Estão fartos de contribuir com o seu esforço para ajudar países que já receberam milhões da Comunidade Europeia e continuam a pedir esmola. Atiram-lhes os pobres com a solidariedade europeia. Imaginem que era ao contrário: os pobres seriam os ricos e estes os pobres. Estaríamos nós dispostos a trabalhar eternamente para alimentar preguiçosos? Sim, porque para eles, os do sul não passam de preguiçosos que não querem trabalhar. E não venhamos nós com a conversa de que os portugueses lá fora até são dos melhores trabalhadores. Se o são lá fora, por que não o são cá dentro?
Cá protegem-se os calões. Dão-se subsídios de nascimento e abonos para as crianças até aos 14 anos ou mais. Está certo, proteja-se a natalidade. Só que, não se proteja o abuso. Todos sabemos que muitos ciganos e pretos, chame-mo-los pelo nome, sem medo que venha logo certa gente já conhecida a chamar racista a quem põe o dedo na ferida, têm carradas de filhos e vivem desses abonos. Trabalhar não é com eles. Estão a sugar o nosso suor. Para que precisamos de mais filhos desses que não vão querer trabalhar?
Uma vez conheci um preto junto do Jamor que tinha 19 filhos, creio que de mais de uma mulher. Precisava de trabalhar com os abonos de tantos filhos? Façam as contas e vejam quanto recebia! Em estados-providência é assim. Não seria fácil acabar com este esbulho? Subsídio e abono para os dois primeiros filhos. Os outros teriam o desconto no IRS. Veríamos se deixavam ou não de ter tanta filharada e se começavam ou não a trabalhar! Talvez muitos optassem por ir para os seus países de origem. Mas há muitos trabalhadores que têm vários filhos… dirão alguns. Pois, sim! Esses teriam o acerto no IRS, eventualmente com pagamentos extra. Mas também teriam a responsabilidade de só ter os filhos que pudessem alimentar. Não é ter os filhos que desejam, mas sendo o Estado(nós) a criar-lhos. Se os pretos e ciganos e outros não querem ser discriminados, cumpram as leis do país onde vivem. Dizem-se portugueses como os outros mas uma boa parte não trabalha e não cumpre as leis como os outros. Deixem-se de se defender com a palavra «racismo». Trabalhem e cumpram as leis e verão que não há racismo, mas apenas desdém e marginalização por parte daqueles a quem sugam o suor e a quem apelidam de racistas. Eles é que se marginalizam dos que trabalham e pagam impostos. «Em Roma sê romano», diz o ditado. Em Portugal, sê português, acrescento eu.
Mas, infelizmente, não são só estes a viverem de subsídios do Estado. Há subsídios de desemprego por tempo indefinido para quem não quer trabalhar. Só se lhes dessem um emprego igual ou melhor que o que tiveram. E mendigam junto de empresas um documento que lhes ateste que aí procuraram emprego e não lho deram. Aldrabices atrás de aldrabices para manterem o subsídio. Não têm é vergonha na cara. Isto não acontece nos países ditos ricos.
E há ainda quem receba subsídio de inserção. Mas qual inserção se eles não querem trabalhar?! Portanto, esse subsídio continua por tempos infinitos. Lembro-me dum programa dos «Prós e Contras» em que um empresário de Trás-os-Montes dizia que procurou trabalhadores para a sua empresa e ninguém quis ficar porque oferecia apenas o salário mínimo. Veio logo a CGTP a defender esses pseudo trabalhadores, atirando ao empresário que ele pagava mal, no que foi secundado pela coordenadora do programa. Se o empresário pagava o que estipulava a lei, isso era pagar mal? Todos os dias há empresários a pedir empregados e estes não aparecem, apesar de haver tanta gente inscrita no Fundo de Desemprego. O subsídio é que os faz não aceitar o emprego. Acham que os ditos países ricos os mantinham com subsídios e não lhos acabavam logo?
Criou-se na mente dos portugueses a ideia de que o Estado é rico e pode pagar tudo a todos. Não querem é pensar que o Estado somos todos e que, se eles em nada contribuem para a riqueza desse Estado, então são os outros que o sustentam. Deputados há que clamam por saúde e outros serviços e bens grátis para todos. Só não dizem onde iriam buscar o dinheiro. É que, se o dissessem, mostrariam a sua verdadeira face e diriam: aos ricos. Aliás, essa receita já foi dada pela deputada Mariana Mortágua: Percam a vergonha de ir buscar o dinheiro onde ele esta! Ou seja: vão roubar o suor e as poupanças de uns tantos (13,5%), que têm alguma coisa porque trabalham e pagam impostos. Ela é que, pelos vistos, não tem vergonha.
Boa parte dos restantes 86,5% não passam de sugadores dos primeiros. Perdoem-me a generalização. Bem sei que há casos que não podem ser incluídos nesta generalização. Nos 86,5% está incluída a grande maioria de reformados com reformas isentas de IRS. Esses trabalharam. Percebam a intenção do que pretendo dizer.
Certos partidos têm no seu programa alcançar a ditadura do proletariado. Já a alcançaram, embora não sejam eles a governar. Não são eles, com os votos dos que não querem trabalhar e dos que não pagam impostos, a fazer as leis para roubar os que trabalham, poupam e pagam impostos? Que podem fazer os 13,5%, ou mesmo 30% contando com parte dos reformados, ainda que estivessem no mesmo partido, contra os restantes 86,5% ou 70%?
Vão às grandes cidades e vejam: Uns estão à porta de igrejas, de supermercados, cafés e outros lugares de ajuntamentos, pedindo esmola. Alguns são bósnios ou sei lá de onde. Vêm para aqui trabalhar ou vêm sugar-nos? São vadios. Antigamente a vadiagem era crime público e eram metidos na cadeia. Agora dizem que estamos em democracia e as autoridades nada fazem. Como se a democracia significasse exploração, agora não dos pobres pelos ricos mas sim dos «ricos» pelos pobres. Vivem em grupos debaixo de pontes e as autoridades, mesmo com as regras do confinamento, não os expulsa. Até são capazes de exigir que lhes dêem casa, quando o normal seria pô-los fora. A regra deveria ser: só é admitido aqui quem tem alojamento e vem para trabalhar. Mas não. Deixam-nos entrar, ocupam um espaço onde entenderem, montam uma barraca e agora dêem-me uma casa, água, luz e comida. Eu e muitos outros fomos para Lisboa ou outras cidades e alguém nos deu uma casa? Eu, se a quis ter, tive de a pagar em prestações ao banco. Eles querem-na dada. Juntem-lhes os ditos refugiados, cuja maioria não são perseguidos, mas apenas pretende ter uma vida melhor. E que dizer dessa multidão de brasileiros e brasileiras que vieram para cá só para viverem do sexo, anunciando-o mesmo em jornais. A prostituição é proibida por lei. Mas como é que a permitem ser anunciada nos jornais?
Juntem ainda os chulos, proxenetas, prostitutas, drogados e os que vivem da droga e terão a realidade deste país.
Aqui é que está o ponto. Vêem isto nos ditos países ricos? Não. Estes não deixam montar barracas nem vão na conversa de calões. Ajudam. Mas não os sustentam eternamente.
Querem outro exemplo de vadiagem. Sobretudo em Lisboa e Porto, não existe parque público onde não esteja uma ou mais «sentinelas» a indicar um lugar livre para receberem a moedinha. São os ditos arrumadores de carros. Habituaram-se a ganhar tanto ou mais do que se trabalhassem, sem ter de dar ao coirão. As moedinhas vão parar ao bolso dos criminosos da droga. E ainda há quem os proteja-coitadinhos! É a mentalidade do europeu do sul.
Querem mais? Como pode um país produzir riqueza suficiente para alimentar os seus habitantes se, em boa parte do tempo útil, há trabalhadores, ou simples empregados, que fazem tudo menos trabalhar, passando esse tempo em greves? Greve dos pilotos hoje, do pessoal de terra amanhã, do pessoal de escritório noutro dia. Mas, sem uma parte do todo, a empresa fica paralisada. Se os professores fazem greve, a escola fecha. Mas se a greve for do pessoal não docente, a escola também fecha. E assim vai ficando fechada por tempos infinitos. Se os motoristas entram em greve, os transportes param. Mas basta que as bilheteiras façam greve para não haver combóios. E, não havendo transportes, muita gente não vai trabalhar com essa desculpa, ou perdem várias horas de trabalho. Acresçam a isto as faltas por falsos atestados médicos e teremos a resposta ao facto de sermos pobres.
Contou-me um antigo cliente meu que certo dia, após ter dormido na bicha dentro do seu camião, se apresentou pelas 16:30 horas do dia seguinte nas instalações da CP, ou da EDP, no Entroncamento para carregar um poste de electricidade de ferro e transportá-lo para Lisboa. A empresa deveria fechar às 17:00 horas. Já não lhe carregaram o camião porque, dizia o dirigente sindical, ultrapassariam as 17:00 horas. Às 16:30 horas começaram a lavar as mãos e, por mais que o meu cliente lhes suplicasse e dissesse quanto tempo havia perdido na bicha, nada o convenceu. O sindicalista a fazer de patrão dos trabalhadores! Foi pública a recusa do sindicato dos estivadores em Olhão em descarregar gado vivo só porque estava na hora de acabar o trabalho. Se o gado morresse, isso não era problema deles! E, por falar dos estivadores, quantos milhões de euros já fizeram Portugal perder com as suas constantes greves, eles que ganham muito mais que a generalidade dos portugueses?!
Creio que os governantes têm muito a mexer nas leis laborais e nas regalias dos dirigentes sindicais que pouco ou nada fazem nos seus empregos. Parece que as empresas são deles, sem lá terem posto um centavo. O trabalho deles é muitas vezes insultar patrões e fazer exigências. Até parece que o interesse deles é destruir as empresas, como aconteceu com a GM da Azambuja e com a Valadares junto do Porto. Mais, ainda temos de ser nós a pagar-lhes nos sindicatos da Função Pública, já que são requisitados aos seus serviços.
Basta ver o que se passa em período de confinamento. Os trabalhadores devem ter direito ao salário mesmo sem fazerem nada. Perder o emprego, nem pensar. Os patrões têm de os manter e de lhes pagar os salários. Onde irão buscar o dinheiro? Eles que o arranjem, ou seja, que se arruínem, que peçam empréstimos com avales pessoais, ou seja, terão de os pagar com os seus bens pessoais. Os trabalhadores, ou assim chamados, esses não podem sofrer nada com as crises. A crise é só para os outros. Partidos há que já questionam o governo sobre a inaceitável possibilidade de se poder voltar à austeridade imposta pela troika. Sacrifícios, nem pensar! Os outros que os suportem.
É isto que distingue os do sul dos do norte. Uns gozam a vida estendidos ao sol, os outros que trabalhem, já que precisam de aquecer. Gozem, mas não se queixem. Cigarras, vivam com o que produzem.
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«Lembrando o que é nosso», por Franklim Costa Braga
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