Trago, hoje, uma imagem de inverno antigo. Era o tempo das noites frias, dos serões longos e das famílias reunidas à lareira. No final da ceia, minha mãe ajeitava a cozinha e, de seguida, tricotava. Antes de abrir o jornal, meu pai recostava-se num banco cujo encosto se lhe moldava às costas e suspirava fundo para expulsar o cansaço do dia.
