É um erro pensar que as pessoas nos apreciam pelas nossas opiniões por mais sérias e verdadeiras que sejam, mas um homem livre escreve o que a sua consciência e a sua verdade interior lhes ditam, não anda atrás dos sectores de opinião que estão de moda.

A verdade existe!…
O que nós somos quando escrevemos, estamos a mostrá-lo para fora. E também não deixamos de ser humanos e éticos só porque grupos de desumanos nos levam, não a um fracasso, mas a um isolamento social, ou seja, esses desumanos são gente que só aceita o externo para valorizar as pessoas. Os homens de «acção», neste caso não os verdadeiros, mas aqueles cujas acções externas são o que lhes ditam os conventículos políticos e o dinheiro, não compreendem que o conceito de acção não significa só a actividade externa que é visível, também é preciso que os valores do espírito estejam presentes, coisa impossível para alguns.
A verdade existe! Embora os relativistas digam que não, a verdade está no interior do Homem, o que significa que a interioridade não é um luxo nem um capricho, é na interioridade que os verdadeiros homens de acção encontram essa mesma verdade que lhes dá força para vencerem.
Porque é que muitas vezes o Homem se refugia nele próprio? Porque procura consolo e protecção frente à hostilidade e à incompreensão externas, mas também é aqui, neste refugio que nasce a criação artística e intelectual.
Uma doença pulmonar obriga-me a estar em casa neste tempo de Pandemia do Coronavírus, tenho muito tempo para a leitura, li então esta frase de Rousseau:
«Os dias em que não vejo ninguém não sofro e sinto-me feliz e contente sem necessidade de me divertir.»
Exactamente o que eu sinto neste momento…
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«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
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