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Página Principal  /  No trilho das minhas memórias • Viagens  /  Saudades de um bom cabrito
21 Fevereiro 2020

Saudades de um bom cabrito

Por António José Alçada
António José Alçada
No trilho das minhas memórias, Viagens angola, antónio josé alçada, cabrito 4 Comentários

Nesta minha estadia no estrangeiro, um colega angolano, convidou-me para provar o sabor do «cabrité», uma iguaria feita com cabrito assado na brasa, mas com uma envolvência tão real, que até assistimos à preparação do animal antes de ir para a grelha. Não deixa de ser uma forma inteligente, como me foi dito, para saber que não é «cãoté». O segredo está no molho, sem dúvida único, mas a qualidade da carne não se compara ao cabrito da Raia. Graças a Deus!

Saudades do cabrito raiano
Saudades do cabrito raiano

Até hoje não provei um cabrito como o Raiano…

Agradecendo obviamente este amável convite provar o sabor do «cabrité». Tive a oportunidade de provar esta iguaria do Leste de Angola, sem contudo de me dar saudades dos tempos que ia aos Fóios saborear o cabrito de leite, único no mundo.

A bebida também não é a mesma. Aqui, no Leste de Angola é a cerveja, contrastando com a pureza do vinho tinto beirão, que ajuda a puxar pelo paladar da carne gostosa do cabritinho que pasta nessas terras mágicas.

Obviamente que um estrangeiro que nos visite nos Fóios deve preferir o cabrito da sua origem. Tal como é legítimo o contrário. E de facto comprovo que até hoje não provei um cabrito como o Raiano.

Tenho é pena que, nós portugueses, não saibamos promover o melhor que temos. E nestes países onde ainda existe alguma matriz cultural que nos identifica, os nossos produtos poderiam ser uma alternativa aos pratos tradicionais ou então, como faz o Comendador Nabeiro, pega nos produtos locais e transforma-os de forma a que os consumidores fiquem agradados sem deixar de ter subjacente a sabedoria lusitana. Facto é que em Angola todos gostam do triângulo do Comendador, nunca tendo sabido que em tempos este país era o terceiro maior produtor mundial. Num tempo em o Comendador se limitava a saltar à vara na fronteira com Espanha.

Se calhar o «cabrité» feito por um mestre raiano teria outro sabor, sem deixar de ser «cabrité». Os portugueses são mestres na culinária e fazem milagres nos pratos que confeccionam.

A trágica ladainha de um povo desgraçado só está efectivamente na nossa cabeça. As potencialidades que usufruímos são imensas, e um tal de Porter, quando cá veio e disse o que hoje se constata, o turismo e a gastronomia são «o nosso forte», cilindrou o desgraçado com fortes críticas, algumas bem mordazes, porque alguém se achava que ainda vivia no tempo de D. João II, e as nossas empresas até poderiam ser multinacionais de referência, como as saudosas Portugal Telecom, Grupo BES e tantas outras que nem me lembro.

Até os algarvios, no aeroporto de Luanda, têm um restaurante, num cantinho, e está sempre cheio.

Será assim tão difícil exportar cabrito, ou aproveitar os locais, e fazer uma iguaria diferente mas que nos honre com capacidade empreendedora?

Pois é. Não há subsídios comunitários. Talvez no próximo quadro comunitário. Mas com tantos Brexit´s vamos ter Esperança. Sagrada, como o Clube de Futebol do Dundo.

Cáceres, 13 de Fevereiro de 2020.

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«No trilho das minhas memórias», crónica de António José Alçada

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António José Alçada
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4 Comments

  1. Avatar Silvestre Rito Responder a Silvestre
    Quarta-feira, 26 Fevereiro, 2020 às 15:36

    Um dos problemas é que cada vez há menos cabritos! um dia destes já nem nos Fóios conseguimos comê-lo! faz-me lembrar uma história que me contaram ,duns alemães que provaram borrego na zona da Guarda e gostaram tanto que encomendaram logo 1000 unidades para exportar para a Alemanha! mas onde estavam os 1000 borregos ? em lado nenhum! O nosso problema na área caseira é um problema de dimensão! Até nos Fóios já não se consegue comprar quase queijo caseiro! porquê? cada vez há menos para vender pq não há pastores! veja-se por Ex.º a Irene- nos Fóios,onde estive no sábado, chegou a ter 200 ovelhas e cabras; agora tem 25 ! esta é a realidade nua e crua, infelizmente!

  2. Avatar Antonio José Alçada Responder a Antonio
    Sábado, 22 Fevereiro, 2020 às 22:45

    Obrigado ao meu amigo e minha amiga.

  3. Avatar Alex Responder a Alex
    Sexta-feira, 21 Fevereiro, 2020 às 19:43

    👍

  4. Avatar José Geraldes Responder a José
    Sexta-feira, 21 Fevereiro, 2020 às 19:03

    Boa sugestão. O pastel de nata, hoje internacional, também conheceu o mundo com uma sugestão do “Álvaro”.
    Talvez oportunamente possamos ir aos Fóios saborear o tal cabrito acompanhado com um tinto da terra.
    Abraço e boa estadia

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