:: :: SORTELHA :: :: A investigação da listagem dos padres registados desde 1602 é um pequeno contributo para a História da Aldeia Histórica de Sortelha. Por vezes encontramos diversos párocos, quase em simultâneo! Não é fácil assinalar a data em que um termina e outro começa.

Padres que serviram na Paróquia de Sortelha
Nos séculos XVII, XVIII e XIX o trabalho do vigário devia ser intenso. Faziam parte da freguesia de Sortelha as anexas seguintes: Azenha, Caldeirinhas, Dirão da Rua, Espinhal, Quarta Feira, Quinta do Clérigo e Ribeira da Nave. Todas as anexas eram designadas por quinta. Considerando a extensão geográfica, o relevo montanhoso, as vias de comunicação difíceis e as condicionantes meteorológicas seria impossível um pároco exercer toda a atividade no momento adequado. Assim, havia uma rede de acólitos, como o Vigário Coadjutor, Juiz da Igreja e Comissão Fabriqueira.
Século XVII
Em 1602 temos a notícia do falecimento de Diogo Rodrigues, que havia sido vigário em Sortelha.
– 1602 – Gonçalo de Proença.
– 1603 a 1607 – Diogo Luís.
– 1605 a 1608 – Assina o pároco Belchior Dias.
– 1605 – João Pinto da Fonseca.
– 1608 – Belchior Dias (vigário encomendado).
– 1608 – Assento de óbito do pároco Belchior Dias.
– 1608 – Assina Antão Alvares (3 de Dezembro 1613).
– 1616 – Vigário: Manuel da Silva Rebello.
– 1626 – Padre Miguel Rodrigues.
– 1627 – António Fernandes.
– 1628 – Cura Miguel Rodrigues.
– 1628 – Pároco Encomendado António Gonçalves Mendo (às vezes assinou só António Gonçalves).
– 1630 – Prior João Pinto da Fonseca.
– 1636 – Cura António Dias.
– 1637 e 1638 – Cura Simão Leal.
– 1638 – Cura Ignacio de Tobar e Miranda.
– 1639 – Pároco de Sortelha Theotónio Freire de Andrade (a partir de 3 de Setembro).
– 1640 – Cura Pedro Mendes.
– 1642 – Theotónio Freire de Andrade.
– 1643 – Cura António Dias.
– 1662 – Gonçalo Proença.
– 1694 – Manoel Fernandes Álvares.
– 1696 – Em 15 de maio faleceu o vigário Manoel Mendes do Valle. Curiosamente a irmã fica a administrar os ofícios enquanto não for encomendado novo pároco, isto significa que era Vigário Colado. O registo de óbito é assinado por Josepf Pinna de Olival.
– 1696 – António Soares Ferraz.
– 1697 – Pároco João Afonso Pinto Gamboa.
Século XVIII
– 1713 – Em Janeiro, Vigário António Ferreira (encomendado pelo Cabido); em Março, João Afonso Pinto Gamboa; em Julho, Vigário encomendado Manoel Martins de Carvalho.
– 1714 – 13 de Fevereiro – Vigário encomendado Manoel Martins de Carvalho.
– 1717 – Vigário encomendado Manoel Martins de Carvalho (encomendado).
– 1715 a 1718 – Manuel da Silva Rebelo.
– 1718 – Desde 2 de Setembro, Manuel Martins Carvalho (em 1720 assina como Vigário Encomendado).
– 1723 – Vigário Encomendado Diogo de Pina Botelho d’Olival.
– 1727 – Assina o Padre Doutor Diogo de Pina Botelho d’Olival, que serve com licença de António de Pina Botelho d’Olival, ou seja, este seria o Vigário Colado.
– 1729 – Vigário encomendado António de Pina Botelho d’Olival.
– 1740 – Manuel Antunes.
– 1750 – Cura Padre Manuel Pires Leal.
– 1754 a 1794 – João dos Santos. Em 27 de janeiro de 1794 registo do óbito do Reverendo João dos Santos, de 85 anos, sepultado na capela-mor no espaço reservado aos párocos. Neste ano alguns registos foram assinados pelo Cura José dos Santos, ao que tudo indica seria irmão do falecido. Em muitos registos efetuados por João dos Santos, assinou como testemunha.
– 1794 a 1798 – Em 18 de Janeiro de 1794, assina o Encomendado José Duarte Guerra.
– 1798 – Um casamento celebrado pelo Encomendado José Carlos Morais, de Torre de Moncorvo.
– 1799 – O Encomendado José Carlos Martins.
– 1799 (6 de Junho) a 1823 – João Rodrigues das Neves (faleceu em três de Janeiro de mil oitocentos e vinte e três faleceu com todos os sacramentos o Reverendo João Rodrigues das Neves, colado nesta freguesia e natural de Peraboa, foi sepultado na capela-mor da Igreja Matriz).
Século XIX
– 1823 a 1855 – Luís Leitão. A partir de 1850 assina de vez em quando alguns registos, a maioria são assinados por Firmino da Costa Pacheco.
– 1850 – Firmino da Costa Pacheco assina como Coadjutor.
– 1855 – Reverendo José Luís de Matos (refere-se nos documentos como professor de Gramática Latina).
– 1855 – Vigário Encomendado Firmino da Costa Pacheco.
– 1856 – Vigário Firmino da Costa Pacheco.
– 1864 – Joaquim Mendes Fernandes, realizou o primeiro assento de batismo em 1 de novembro, utilizando a expressão «Vigário collado nesta Egreja de Sortelha…».
– 1865 – Pároco Encomendado Joaquim Sequeira Leal.
– 1875 – Em 8 de Setembro José Luís de Mattos é Cura Coadjutor.
– 1875 – Joaquim Mendes Fernandes assina como «vigário colado…».
– 1885 – Joaquim Dias Ribeiro.
– 1885 – Agostinho Pereira.
Século XX
– 1903 – Agostinho Pereira.
– 1907 – Cónego Manuel Barbas Freire.
– 1908 – Pároco Jaime d’Oliveira Carvalho e Conde.
– 1909 – Vigário José Fernandes.
– 1910 – Cónego: Manuel Nunes Barbas.
– 1911 a 1918 – Vigário José Fernandes.
– 1919 e 1920 – José Martins.
– 1921 – José Pereira da Silva.
– 1922 a 1946 – António Gonçalves Sapinho.
– 1947 a 1951 – José Décio Lusitano Fonseca Vilão.
– 1952 – Júlio da Cruz Gata.
– 1953 a 1969 – José Mendes Leitão.
– 1970 a 1978 – Carlos Rodrigues Pinto.
– 1979 a 2008 – José dos Santos Pires.
Século XXI
– Desde 2008 – Hélder José Lopes e Manuel Igreja Dinis.

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«Memórias de Sortelha», opinião de António Gonçalves
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Janeiro de 2019)
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Caro Miguel Pina.
Em 1715 era Capitão-mor, da vila de Sortelha, Luís de Pina. Este foi enfeitiçado por Leonor Fernandes, natural de Vale Mourisco e que casou no Casteleiro com Sebastião Fernandes Gázio. Leonor Fernandes foi condenada pelo Tribunal da Santa Inquisição. Uma história apaixonante que gostava de ver em peça de teatro!
Os filhos desse capitão ficaram com o apelido Pina de Olival!
Julgo que terão ido para o Sabugal. Na segunda metade do século XVIII houve uma Maria de Pina, do Sabugal, que casou com o capitão Manuel Vaz Leal, da Bendada.
Tudo indica tratar-se da mesma família.
Cumprimentos.
António Gonçalves
Caro António Gonçalves,
Uma surpresa para mim neste seu magnífico texto, resultado de investigação e consulta muito útil: é que pelo menos dois desses «curas» (párocos?) da sua terra foram-no também na minha aldeia, o Casteleiro.
São eles:
– Padre Sapinho;
– Padre José Pires.
Um abraço e não desista: vá sempre em frente, OK?
Obrigado.
E NUNCA ESQUEÇA QUE O CASTELEIRO ERA UMA DAS FREGUESIAS DO CONCELHO DE SORTELHA (ATÉ 1855).
JCM
Caro Manuel Cabral
Todo o material publicado resultou do contacto com as populações, múltiplas consultas bibliográficas, pesquisas presenciais nos Arquivo Distrital da Guarda, Municipal de Sabugal e online no Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Possuo diversos materiais inacabados devido à dificuldade em compatibilizar a atividade profissional com a investigação.
Procuro respostas para muitas perguntas?
Se fizer perguntas concretas poderei ou não ter a informação!
Um abraço.
António Gonçalves
Caro António,
A minha investigação é sobre os antigos concelhos de Sortelha e Vila do Touro do século XVII e XVIII
– Actividade na area da educação, da saude e situação militar,
– Genealogia das familias Pina do Olival, Gouveia, Cabral, Orta, Costa, …
– Arquitetura civil e religiosa
Abraços de França
Manuel Cabral
Caro Manuel Cabral
A família Pina:
– Em 1715, António de Pina foi Capitão-mor da vila de Sortelha;
os padres Diogo de Pina Botelho d’Olival e António de Pina Botelho d’Olival julgo serem filhos do Capitão-mor.
Quanto aos Costa existiram diversas famílias! Julgo referir-se aos condes e viscondes de Sortelha.
Das outras famílias não tenho elementos.
Sobre educação, oportunamente procurarei informação.
Neste momento é o possível.
Um abraço.
António Gonçalves.
Bom dia, vim parar a esta interessantíssima informação e troca de ideias. Também ando a estudar dos Pinas de Olival, Gouveias Cabrais etc, no Sabugal, Sortelha, Vila do Touro Nave etc. Pode ser que possamos trocar informações relevantes. Ao vosso dispor, Miguel Esperança Pina
Bom dia,
Podemos partilhar o nosso trabalho. A minha ligação com os “Pina” é Dona Maria de Gouveia que casou na vila do Touro em 1709 com Manuel de Pina de Abreu filho de José Lourenço e Maria de Pina.
Dona Maria de Gouveia era filha de António de Gouveia Cabral, com família na Sortelha, barbeiro na vila do Touro e Margarida Gomes da mesma vila.
A disposição
Cumprimentos
Manuel Cabral
rapoula@free.fr
Caro Antonio Augusto,
Rico trabalho.
Tambèm procuro dados sobre a Sortelha do século XVII e XVIII
Onde se pode encontrar as “Memorias de Sortelha” ?
Cumprimentos
M. Cabral