Creio que alguns leitores já conhecem esta história do como e do porquê da construção da bonita igreja da minha aldeia naquele local onde se encontra, ao fundo da povoação e não cá em cima, junto da estrada, que seria um local de muito maior visibilidade. Pois bem… leia e tire as suas conclusões.

Tudo pode ter começado em 1890
Devia estar-se aí pelos anos 80 ou 90 do século XIX. Digamos por volta de 1880 ou 1890. O nosso caro amigo Daniel Machado afirma que foi em 1890 que foi construída a igreja no local onde está hoje, no seu magnífico livro de etnografia popular a que deu o título simples de «Casteleiro» e que agora amavelmente me ofereceu com dedicatória simpática que agradeço. Pois bem, admitamos: estava-se em 1890. (…)
Lutas partidárias e local da igreja
Tanto quanto me contam, havia na altura no Casteleiro, como no resto do País, muita luta entre os partidos (leia o que digo sobre a tradição oral). Ora o que é que isto tem a ver com a igreja? Tem tudo e já veremos porquê. É que ambos os partidos – ou melhor, os seus chefes – queriam oferecer terreno para a construção de uma igreja, uma vez que a igreja matriz da época (a capela do Reduto, dedicada ao Espírito Santo) era já muito pequenina. (…)
Cada partido seu local para a igreja!!!
(…) Conta-se na nossa tradição oral que a coisa foi assim. O chefe do partido conservador ofereceu para a nova Igreja um terreno junto do cemitério da época, mesmo no sítio onde agora está de facto a Igreja Matriz; e o chefe do outro partido terá adiantado outra oferta de terreno: queria que a igreja fosse construída no terreno a que chamamos «Miranda» cá em cima, onde depois foi instalada e onde ainda se encontra a cabina eléctrica, à beira estrada.
A minha fonte diz que o povo foi a votos e que ganhou o local lá de baixo. Eu não acredito que houvesse uma verdadeira votação de braço no ar em pleno final do século XIX. O que deve ter acontecido é que a maioria das pessoas, o pároco e os seus mais próximos seriam também mais próximos do partido mais conservador e assim se terá decidido construir a igreja ao lado do sítio onde estava o cemitério da época que julgo que ficaria lá atrás, no adro de acesso ao Coro.
(…)
História completa deste caso da construção da nossa igreja. Leia… (Aqui.)
Bom Ano 2020 e tudo de bom para todos nós, Família e Amigos!
:: ::
«A Minha Aldeia», crónica de José Carlos Mendes
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Janeiro de 2011)
:: ::
Leave a Reply