Do início de Ágoas-Bellas às primeiras memórias paroquiais. No Arquivo Nacional da Torre do Tombo, pude consultar o «Livro II das Inquirições do rei D. Dinis (1284)» que recolhe dados das Beiras e Alto Douro e visualizar o microfilme relativo às primeiras memórias paroquiais da freguesia de Águas Belas onde se registam batizados, casamentos e mortes, de 1614 a 1886, parte do livro: «Inventário Colectivo dos Registos Paroquiais (1993), Vol.1.».
No «Livro II das Inquirições do rei D. Dinis (1284)» existe a referência a «Ágoas-Bellas», na página 33. Contudo, tratando-se de um manuscrito antigo, a sua leitura só é possível a especialistas. Tomo por boa, a tradução de um pequeno excerto que encontrei no blogue: Portugal torrão natal, onde é referido, em 11/12/2010, que:
«O concelho de Sortelha deu em tempo de El-Rei dom Sancho, tio deste rei (D. Dinis), a dom Ponço, herdamento que lavrassem seis juntas de bois, em aquele lugar hu ora (onde agora) hé Águas Belas; e ele foi acrescentado, de guisa (maneira) que fez hi essa aldeia».
Sendo o rei D. Sancho II, que reinou de 1223 a 1248, o início de Águas Belas ocorre neste período, quando são dadas, ao tal Dom Ponço (de quem não consegui qualquer informação) as terras equivalentes ao que seis juntas de bois poderiam lavrar. Não parece muito embora, hoje, seja difícil ter ideia da área de terreno que uma junta de bois lavrava num dia, mas é a partir daqui que estas terras deixam de pertencer à coroa e a aldeia se vai formando.
No microfilme referido, embora tenha percorrido todo o documento, relativo aos dados da Freguesia de Águas Belas, dado o mau estado das páginas, manchadas e deterioradas, e a difícil caligrafia dos párocos que faziam os registos, não consegui ler de modo a poder falar, com certeza, do que lá estava escrito. Posso dizer, como curiosidade, que aparecem legíveis estes apelidos: Lopes, Matias, Costa, Nabais, Gonçalves, Pina, Luís, Jorge, Antunes e Santos. Mas, haverá outros, certamente.
A partir de 1886, os registos paroquiais referentes à freguesia de Águas Belas fazem parte do Arquivo Distrital da Guarda, estão digitalizados, têm referência bibliográfica online e podem ser consultados no local.
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«A minha terra é Águas Belas», crónica de Maria Rosa Afonso
Também vivi aqui 1974 1975 1976
Walter, por alguma razão não vi o teu comentário que agradeço. Sim, viveste cá e és de cá, também. Um abraço. Rosa