Entre 2004 e os dias de hoje, já devo ter escrito mais de mil páginas sobre a minha aldeia. São descrições, memórias, histórias, modos de falar… É de tudo, a memória está cheia de tudo isso e salta facilmente para o teclado… Hoje, continuando esta repescagem, mais umas linhas escritas há 12 ou 13 anos. Espero que goste.
Os bailes da minha aldeia…
…no Largo de São Francisco e nos «Italianos»
No início dos anos 50, éramos nós galfarritos de seis sete anos, a aldeia agitava-se aos domingos em torno dos magníficos bailes da terra. Eram famosos. Ficaram para sempre na nossa memória. Éramos pequenitos mas participávamos à nossa maneira como vai ver. O som único: a concertina Primeiro, a música. A concertina, de boa memória. A dos botões brilhantes e das lindas decorações rendilhadas, com inscrições em italiano. Peças lindas. Continue a ler… (Aqui.)
Explicação que não é «dos pássaros»…
…Os ícones da minha terra
Convém, nesta altura, explicar o que entendo por «ícones». São os seres que me marcaram, vivos ou não, mas todos com muita «vida» dentro de mim, com grande significado não só para mim mas para toda a aldeia.
Exemplos: a camioneta da carreira, de que já falei atrás; a torre da igreja; o ninho das cegonhas e a vinda e a partida delas; a Serra da Opa; o Forno comunitário, etc. Repararam? O «Forno» merece letra maiúscula: era uma instituição. Hoje, vejam lá, é um estábulo de ovelhas – disseram-me nestas férias. Continue a ler… (Aqui.)
Estórias de outro mundo…
…A pedra das agulhas
Sempre me incomodou. Ter de confessar que me senti enganado por todos, incluindo os meus familiares, não é fácil, mesmo passados tantos anos. Era uma tradição malandreca da aldeia: gozar a rapaziada pequena. Tudo começava com gestos de boa vontade. E aí a coisa ainda dói mais: era enganado (eu e os outros putos) precisamente por ser «bem mandado» ou seja, por gostar de ser simpático para com os adultos. O que choca é que esses adultos eram ajudados e à socapa apoiados mesmo pelos meus tios e pelo meu pai. Continue a ler… (Aqui.)
Uma boa semana para si, leitor amigo.
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«A Minha Aldeia», crónica de José Carlos Mendes
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Janeiro de 2011)
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