A tarântula é uma aranha cujo nome provém da cidade de Tarento, no sul da Itália, onde se encontra abundantemente, embora existam outras variantes de tarântulas em diversos lugares do mundo. O que se fazia antigamente perante a perigosa picada de uma tarântula?
Diziam os antigos que a tarântula se enraivecia e se picasse alguém nesse estado, provocaria na vítima as mais diversas reacções: uns cantavam, outros riam ou choravam sem cessar, outros havia que falavam constantemente e alguns ainda experimentavam um sono letárgico.
O que fazer para pôr cobro a tão difíceis e opostos sintomas?
Durante muito tempo acreditou-se que uma pessoa picada pela tarântula e dada a esses comportamentos extremos, poderia morrer se não se entregasse a uma dança frenética, a tarantela, capaz de eliminar o veneno pela transpiração.
O que fosse picado pela perigosa aranha deveria ser obrigado a dançar ao som de diferentes sinfonias, até que naturalmente encontrasse aquela que era o verdadeiro antídoto para o veneno. A vítima da tarântula andaria assim em voltas delirantes, até que a exaustão o postasse por terra, altura em que descansaria por uns momentos, levantando-se depois completamente curado.
Havia mesmo charlatães que encenavam estas curas maravilhosas aos viajantes que passavam por Tarento, no intuito de serem compensados com o contributo dos forasteiros.
Porém os entendidos afirmam que nunca se observou uma tarântula enfurecida, nem tão pouco alguém que fosse picado por ela.
:: ::
Paulo Leitão Batista, «Histórias de Almanaque»
Leave a Reply