Um dos grandes erros do moderno pensamento é ter como adquirido que o avanço da tecnologia leva o Homem também a um verdadeiro progresso Ético e Humano. Pura mentira, a realidade mostra-nos o contrário.
Nada, mesmo nada nos diz, que o indivíduo da presente era tecnológica seja moralmente superior ao da época pré-industrial, ou até mesmo industrial. Sem dúvida que o Homem desenvolveu formas de organização económica, social e politica muito mais eficazes e racionais, mas isso não quer dizer que o seu procedimento individual seja muito superior ao de outros tempos. Há historiadores e filósofos a afirmar que muito provavelmente ao progredirem os meios de produção e também o aumento do Bem Estar material, estes desenvolveram o egoísmo e outros baixos instintos, impedindo o desenvolvimento de outros mais nobres e mais elevados.
Resumindo: a tecnologia está a levar-nos ao mais alto grau de desenvolvimento e progresso, mas a cultura ética e humana está a cair na mesma proporção. Com isto, não quero dizer que a tecnologia seja incompatível com a conduta moral, e que o Homem actual não é, nem será um bárbaro e um selvagem, está é a transformar-se num alienado.
A educação dos jovens deveria ter como objectivo principal a formação do seu carácter e o desenvolvimento dos seus atributos morais e sociais, que são a principal base de convivência sã entre os seres humanos. Presentemente, o que é necessário para o sistema politico e económico que nos rege, é que o jovem seja uma máquina tecnológica capaz de cumprir as funções laborais exigidas pela Economia.
E para corrigir todos estes desvios morais e humanos, aos quais juntarei os modelos de conduta da comunicação social e muitas vezes da classe politica e empresarial, são necessárias leis, mas de que servem estas leis que muitas vezes não se cumprem e estão cheias de subterfúgios? Simplesmente para autênticos duelos verbais na comunicação social, captando audiências. A Cultura da Convivência, a Ética e o Humanismo, não podem ser «enfiadas» na cabeça do cidadão por Constituições, leis, policias, etc., etc., mas sim pela educação e pelo civismo.
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«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Junho de 2008)
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