O mês de Agosto carrega sempre o secreto apelo do regresso às origens para os que estão longe. No concelho do Sabugal faz povoar as aldeias, abrir as persianas, lotar os bancos das igrejas e encher os lugares públicos com um estranho mas familiar linguajar mesclado aqui e ali de expressões e palavras de origem francesa. Mas, para muitos dos sabugalenses é o tempo da mãe de todas as touradas – a capeia arraiana – espectáculo único que andou escondido esotericamente nas praças das nossas aldeias e que, agora, de há uns anos para cá parece ter perdido a vergonha e tudo faz para se dar a conhecer ao mundo.
A Tradição Raiana manda que as touradas com forcão, precedidas de encerro, se iniciem na Lageosa no dia 6 de Agosto e terminem em Aldeia Velha no dia 25. E que se oiça bem alto o grito: «Agarráááio»
DIA | FREGUESIA | EVENTO | FESTA |
09-08 | Soito | Tourada Noturna | – |
10-08 | Soito | Largada de Toiros | – |
11-08 | Ruivós | Capeia Noturna | Assoc. Amigos Ruivós |
DIA | FREGUESIA | EVENTO | FESTA |
03-08 | Quadrazais | Encerro e Capeia | – |
06-08 | Lageosa da Raia | Encerro, Capeia e Desencerro | Senhora das Neves |
07-08 | Rebolosa | Encerro e Capeia/font> | Santo António e Sr. dos Aflitos |
12-08 | Aldeia do Bispo | Encerro, Capeia e Desencerro | Senhora dos Milagres |
13-08 | Soito | Encerro e Capeia | São Cristóvão |
14-08 | Nave | Capeia | Santo António |
14-08 | Ozendo | Capeia | Senhora de Fátima |
14-08 | Ozendo | Capeia | Senhora de Fátima |
15-08 | Aldeia da Ponte | Encerro, Capeia e Desencerro | Santo António |
16-08 | Aldeia da Ponte | Festival «Ó Forcão Rapazes» | Exibição das aldeias |
16-08 | Vale de Espinho | Capeia | Festa do Emigrante |
17-08 | Alfaiates | Encerro e Capeia | Senhora da Póvoa (Sacaparte) |
19-08 | Forcalhos | Encerro, Capeia e Desencerro | Santíssimo Sacramento |
20-08 | Fóios | Encerro e Capeia | São Pedro e São Sacramento |
25-08 | Aldeia Velha | Encerro, Capeia e Desencerro | São João Baptista |
Fonte: Município do Sabugal |
«A Capeia Arraiana não é uma tauromaquia qualquer. Como uma espécie de religião em que se acredita, não basta assistir, é preciso participar, ir ao encerro, comer a bucha, beber uns goles da borratcha e voltar com os touros, subir para as calampeiras, ser mordomo, ser crítico tauromáquico, discutir a qualidade dos bitchos da lide ou, simplesmente, ser fotógrafo da corrida que não deixa ninguém indiferente, corre na massa do sangue, provoca um nervoso miudinho, levanta os pêlos do peito, atarracha a garganta e perturba o sono. É um desassossego colectivo que comove.»
António Cabanas in «Forcão – Capeia Arraiana».
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jcl
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