A proposta para a criação do Centro de Interpretação do Castelo do Sabugal foi apresentada por Romeu Bispo, num artigo publicado no Capeia Arraiana há mais de um ano. É uma ideia meritória que deve ser levada à prática, porque valoriza o castelo das cinco quinas e a história do concelho do Sabugal.
O Castelo do Sabugal tem um formato incomum, que o torna diferente dos demais. A torre de menagem é pentagonal, o que o levou a ficar conhecido como o Castelo das Cinco Quinas.
Um velho livro escolar, salvo erro da 3ª classe, continha a seguinte quadra:
Castelo de cinco quinas
Só há em Portugal
Fica à beira do Coa
Na vila do Sabugal.
Trata-se de uma poesia popular muito antiga, reveladora do valor patrimonial do nosso monumento, o verdadeiro ex-libris do concelho do Sabugal. De resto, a imagem pentagonal está já expressa em forma estilizada em símbolos e logotipos. Vejam-se os casos do brasão da Confraria do Bucho Raiano e o logotipo que o próprio Município sabugalense utiliza actualmente.
O imponente castelo, em excelente estado de conservação, domina o alto de um planalto, com o rio Côa aos pés e ladeado das casas que constituíam a antiga vila.
Do alto da torre, com mais de 20 metros de altura, avistam-se terras distantes, numa imagem soberba que releva a importância estratégica deste antigo forte militar, onde estiveram vários reis e de onde se assistiu a muitas batalhas, a última em 3 de Abril de 1811, quando as tropas anglo-lusas derrotaram um corpo do exército napoleónico na batalha do Sabugal, na terceira invasão francesa.
Dizem que D. Dinis tinha um gosto especial em permanecer no castelo, e também se afirma que foi às portas do mesmo que a sua mulher, a rainha Santa Isabel, proferiu a famosa frase «São rosas, senhor!», no episódio popular tido por milagre das rosas.
Não há que perder tempo, pois é urgente, por necessário, avançar com a valorização do Monumento através da criação de um centro interpretativo, que poderá ser um projecto informativo e educativo ao mesmo tempo que um factor de atracção ao Sabugal por aqueles que gostam de conhecer as histórias dos lugares.
Tal como disse Romeu Bispo, «O Castelo além de Monumento físico que todos vemos tem um valor simbólico que vai para além da grandeza monumental e que muito poucos se apercebem e valorizam.»
Releia o artigo de Romeu Bispo: aqui.
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«Contraponto», de Paulo Leitão Batista
Se releres “Sortelha e a Preservação da Memória”, de 12 de janeiro, publicado no Capeia Arraiana, só podes concluir que estamos completamente de acordo!
Temos cinco castelos e nenhum Centro de Interpretação/espaço interactivo!
Inteiramente de acordo, António Gonçalves.
Os cinco castelos são um património histórico valiosíssimo. Que outro concelho do interior de pode vangloriar de ter 5 castelos medievais?
À parte uma «rota dos cinco de castelos» interativa, que já caiu no esquecimento, nada de consistente foi feito para tirar partido desse património.
Paulo Leitão Batista