Filho de Hermes, de Penélope ou de Mercúrio (dentre as variadas versões), Pan é o deus mais feio da mitologia. Considerado o deus dos pastores, é vulgarmente representado com pés de cabra e pernas peludas e tortas, para além de orelhas esguias e cornos a enfeitar-lhe a cabeça.
Pan metia verdadeiramente medo, e dele vem a nasceu o pânico, ou seja, o medo transformado em terror.
Uma vez, sendo Pan capitão do exército de Baco, e estando frente a uma hoste inimiga, verificou que no vale onde estavam se fazia sentir o eco. Assim sendo, mandou que os seus soldados fizessem muito ruído antes de começar a peleja. O estrondo retumbou no vale, multiplicado pelos ecos e isso fez com que o inimigo, aterrado e julgando que tinha em frente um grande exército, se pusesse em fuga.
Outra vez, estavam os gauleses, comandados por Breno, a ponto de saquearem o templo de Delfos, na Grécia, quando de repente foram tomados de um terror tão grande que, mesmo sem serem perseguidos, abandonaram o campo de batalha. Esse terror súbito foi atribuído a Pan.
O mesmo sucedeu na tão falada guerra entre os gigantes e os deuses, porque estando aqueles a ponto e escalar o céu, de tal sorte os amedrontou o caprípede Pan, soprando num búzio, que eles se puseram em vergonhosa fuga.
Os deuses, em extremo reconhecidos, gratificaram Pan pelos seus feitos, colocando-o no Zodíaco, como signo de Capricórnio.
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«Histórias de Almanaque», por Paulo Leitão Batista
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