Com a documentação existente no Arquivo Distrital da Guarda foi possível realizar um levantamento dos locais de origem das crianças matriculadas em Sortelha, umas expostas outras não, somente para este período.
Expostos no antigo concelho de Sortelha (de 1851 a 1855)Conclui-se que foram matriculadas na Roda uma média de 22,8 por ano. A primeira conclusão é de que estamos perante uma catástrofe social!
Se fosse hoje?
• De quantas horas necessitariam as televisões para noticiarem tamanha tragédia?
• Quantas páginas nos jornais?
• Quantos milhões gastariam os meios de comunicação social para fazerem a cobertura dos acontecimentos?
Esta tragédia só é comparável a um cenário de guerra!
Aconteceu há pouco menos de duzentos anos no antigo concelho de Sortelha, mas aí ninguém sabe de nada!
A distribuição geográfica mostra que nenhum lugar escapou a tal praga!
O facto de a maioria se verificar na freguesia de Sortelha parece normal, era a sede de concelho e, como tal, o centro administrativo, aí concentrava-se mais população e estavam sediadas as instituições de assistência social.
A freguesia de Águas Belas, considerando o número de habitantes, deve ter vivido uma grande tormenta.
A Roda teve pouca expressão (8,77%), certamente que motivada pela dispersão da população e das péssimas vias de comunicação existentes (já referidas em situações anteriores).
O primeiro-ministro, António Costa, disse, a propósito da violência doméstica:
«Não aceitamos viver numa sociedade que silencia e que ignora.»
Será aceitável silenciarmos ou ignorarmos o que se passou na nossa região?
:: ::
«Memórias de Sortelha», opinião de António Gonçalves
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Janeiro de 2019)
:: ::
Leave a Reply