O imperador romano Domiciano foi, sem dúvida, um dos maiores perseguidores da religião cristã nascente e um dos tiranos que mais envergonham a púrpura dos Césares.
Subindo ao poder por morte de Tito, a aurora do seu governo foi auspiciosa, mas tanto se arredou depois do caminho reto que, por suas crueldades e extravagâncias, fez ressuscitar os tenebrosos dias de Nero.
Tertuliano escreveria que Domiciano foi parte desse monstro chamado Nero, de má memória. Tácito disse que Domiciano foi um vampiro que queria beber todo o sangue da República.
À mais degradante lassidão de costumes juntava a mais louca extravagância. Alguns historiadores relatam que cada sala do seu palácio estava equipada com espelhos para que pudesse ver quem estava à sua volta o tempo todo. Insistia em ser chamado de Dominus et Deum (Senhor e Deus) e, numa ocasião, convocou o senado para saber em que vaso deveria comer certo tipo de peixe.
O seu passatempo preferido era caçar moscas no seu aposento, que depois espetava num alfinete.
Uma vez, perguntaram ao seu camareiro se estava alguém com o imperador, este respondeu prontamente:
– Não, nem sequer uma mosca.
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Histórias de Almanaque, por Paulo Leitão Batista
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