Com o objetivo de alterar profundamente a organização social, foi criado o calendário da Revolução Francesa, um símbolo de uma nova era que se iniciava. O novo calendário, baseado no ciclo da natureza, tinha características marcadamente anticlericais, daí ser também designado por calendário jacobino.
Nos finais do século XVIII, os franceses, no seu furor revolucionário, tentaram reformular tudo, incluindo o calendário. Assim, pela Convenção de 1792, foi criado o Novo Calendário Revolucionário.
Os meses era 12, de 30 dias cada um, e havia ainda cinco ou seis dias intercalares, segundo o ano era comum ou bissexto. A estes dias complementares chamaram-lhes sansculotides.
O mês foi dividido em três décadas, o dia em 10 horas e a hora em 100 minutos. Os meses receberam novos nomes, de terminação igual nas mesmas estações, e cujo significado expressava a época do ano a que pertenciam.
Meses do Outono
Vindimiário (vendémiaire) – referência às vindimas: 22 de setembro a 21 de outubro;
Brumário (brumaire) – referência às brumas, aos nevoeiros: 22 de outubro a 20 de novembro;
Frimário (frimaire) – referência às geadas: 21 de novembro a 20 de dezembro.
Meses do Inverno
Nivoso (nivôse) – referência à neve: 21 de dezembro a 19 de janeiro;
Pluvioso (pluviôse) – referência às chuvas: 20 de janeiro a 18 de fevereiro;
Ventoso (ventôse) – referência aos ventos: 19 de fevereiro a 20 de março.
Meses da Primavera
Germinal (germinal) – referência à germinação: 21 de março a 19 de abril;
Florial (floréal) – referência às flores: 20 de abril a 19 de maio;
Prairial (prairial) – referência aos prados: 20 de maio a 18 de junho.
Meses do Verão
Messidor (Messidor) – referência às colheitas: 19 de junho a 18 de julho;
Termidor (thermidor) – referência ao calor: 19 de julho a 17 de agosto;
Frutidor (fructidor) – referencia à frutificação: 18 de agosto a 20 de setembro.
A lei do novo calendário francês determinou que o ano principiava em data próxima da proclamação da República, tomando-se para origem precisa de cada ano a posição do sol no equinócio do outono.
Porém o novo calendário só estaria em vigor durante 13 anos.
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«Histórias de Almanaque», por Paulo Leitão Batista
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