:: :: SORTELHA :: :: O arrolamento dos bens das igrejas e capelas da freguesia do Sortelha, no concelho do Sabugal, foi coligido pela comissão concelhia de inventário em 9 de Março de 1912. Transcrevemos os respectivos autos de arrolamento existentes no processo.
Aos nove dias do mês de março do ano de mil novecentos e doze, nesta freguesia de Sortelha e no edifício da igreja paroquial, denominada de Nossa Senhora das Neves, onde compareceram os cidadãos José Augusto Martins Paiva, representante do Excelentíssimo Administrador deste Concelho e bem assim o cidadão José Lopes, indicado previamente pela Câmara Municipal do referido concelho, comigo Manuel José Gonçalves Coelho, delegado do Secretário de Finanças e da Comissão Concelhia de Inventário, para os fins consignados no artigo 62º da Lei da Separação das Igrejas do Estado, e assim principiamos o arrolamento e inventário da forma seguinte:
Bens imóveis
Uma igreja, denominada a de Nossa Senhora das Neves, situada ao cimo do Pelourinho e que serve de igreja matriz, com capela mor, sacristia, com um campanário em frente da porta principal, com dois sinos de tamanho regular, contendo a referida igreja dentro, altar mor, dois laterais no corpo da igreja e um encostado ao arco cruzeiro.
Uma capela, denominada a de São Sebastião, situada entre a vila e o arrabalde, contendo um altar mor em ponto pequeno.
Uma capela, denominada a da Senhora do Desterro, situada ao cimo da Quarta-Feira, anexa desta freguesia, com sacristia, com uma sineta, em pequeno tamanho, com altar mor em ponto pequeno, em mau estado, contendo a imagem da Senhora do Desterro.
Uma capela denominada de S. Brás, no sítio das Eiras, com a respectiva imagem.
Uma capela, situada na quinta do Dirão da Rua, anexa desta freguesia, com uma sineta em pequeno tamanho, contendo dentro um altar mor com a imagem de São Cornélio.
Bens móveis
Alfaias, e outros utensílios encontrados na igreja matriz:
Três cálices de prata, um dourado e dois com capa dourada, em uso regular.
Um vaso sacramental de prata, em uso regular.
Um relicário de prata, em uso regular.
Três patenas de prata, em uso regular.
Uma concha de estanho, em uso regular.
Três ambulas de estanho para santos óleos, em bom uso.
Uma salva de estanho, em bom uso.
Uma caixa de estanho, em bom uso.
Uma caixa de estanho, que contém estes objectos, em bom uso.
Uma custódia de prata, em bom uso.
Duas galhetas de estanho e prato, já velho.
Uma caldeirinha de metal amarelo e um hissope, em uso regular.
Um turíbulo e naveta de metal amarelo, em uso regular.
Cinco casulas, de damasco, uma branca e outra preta, em uso regular.
Quatro casulas de damasco de diversas cores, novas.
Quatro capas de asperges, de damasco de diversas cores, duas novas e duas velhas.
Um véu de ombros de damasco branco, novos.
Duas dalmáticas de damasco branco, em uso regular.
Cinco alvas, de linho, com os respectivos cordões, em uso regular.
Quatro véus para cálice, de seda, em uso regular.
Três véus para cálice, de seda, em mau uso.
Sete bolsas para corporais, já velhas.
Sete talhas brancas, uma nova, seis novas e uma velha.
Um frontal branco de damasco, para púlpito, em bom uso.
Três manustérgios, já velhos.
Um pálio novo encarnado, preparado, de damasco.
Quatro missais, já velhos.
Uma estola, em uso regular.
Um pálio de damasco vermelho, já velho.
Três banquetas douradas, novas.
Uma umbela de damasco branco, já velha.
Um ferro para hóstia e respectiva tesoura, em uso regular.
Uma cruz de pau, já velha.
Imagens encontradas na igreja matriz:
Senhora das Neves.
São Sebastião.
Santo Antão.
Coração de Jesus.
Coração de Maria.
Bens do passal
Uma casa de altos e baixos, situada na rua Direita, nesta freguesia, que parte do nascente com António Esteves Valentim, poente com Manuel Silva, norte com campanário e do sul com rua pública.
E não havendo outros bens a inventariar, se concluiu este auto, ficando tudo entregue ao presidente da junta de paróquia, que vai assinar com os representantes do Administrador do Concelho e do secretário de finanças, mencionados no princípio deste auto, declarando que o pároco desta freguesia não assistiu a este auto, por não ser encontrado.
Fonte:
Arquivo e Biblioteca Digital da Secretaria Geral do Ministério das Finanças (Fundo: Comissão Jurisdicional dos Bens Cultuais)
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«Arrolamento das Igrejas», por Paulo Leitão Batista
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