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Página Principal  /  Angola • No trilho das minhas memórias  /  Viagem ao centro de Angola
09 Março 2018

Viagem ao centro de Angola

Por António José Alçada
António José Alçada
Angola, No trilho das minhas memórias antónio josé alçada, uíge 8 Comentários

Mesmo sendo uma longa viagem, sem dúvida que valeu a pena esta deslocação à Província do Uíge, em tempo uma das principais zonas de produção mundial de café, tendo acabado por fortalecer laços e, conjuntamente com os meus parceiros angolanos, enriquecendo experiências.

Viagem ao Uíge em Fevereiro de 2018 -António José Alçada - Capeia Arraiana
Viagem ao Uíge em Fevereiro de 2018

O objetivo da missão seria dar um contributo à formação dos técnicos de uma das principais empresas angolanas, tornando-se porém numa importante troca de competências entre os profissionais dos dois países.

Do programa social tive a oportunidade de conhecer algumas figuras destacadas da sociedade angolana, tendo uma delas me marcado consideravelmente, não só pela sua experiência de vida, como principalmente pelo respeito que tem pelas pessoas de bem, sejam de que país for.

Procurámos pôr uma pedra nos problemas atuais que nos assolam, e desenvolvemos uma das conversas mais interessantes que tive na vida. O meu interlocutor abriu-me as portas da sua casa e do seu coração. A sua inteligência obrigou-me a estar bem atento para o ouvir.

Viagem ao Uíge - António José Alçada - Capeia Arraiana
Viagem ao Uíge

Tendo lutado pela sua liberdade, nos anos sessenta e setenta, sorria-me sem rancor, mas dificilmente escondendo um desalento, porque, dizia, quando mais precisou dos portugueses, já não estavam lá. Sem esconder as dificuldades que teve, de construir uma nação, cheia de fraturas, ao longo desta conversa nunca me deixou de apertar a mão.

Aqueles olhos brancos sorriam às vezes com um amargo de boca: então os amigos não são para as ocasiões? Passados todos estes anos, mesmo com zangas e divergências, senti que a palavra «amigo» até faria sentido. Refleti instantaneamente nos meus grandes amigos, de décadas, e, na verdade, o relacionamento nem sempre é fácil. Por outro lado, tive consciência que estaria na casa de um deles, onde o respeito, a educação e a diplomacia são pedras essenciais para o fortalecimento dos laços.

Mas a lição que trouxe foi que nunca se guarda rancor, ódio ou inveja, porque o importante, o que realmente interessa, é arregaçar as mangas para que tudo se faça em prol do desenvolvimento, evolução e prosperidade de qualquer nação.

Na realidade senti um pouco isso em Angola. Mesmo no Interior vi milhares de estudantes, que curiosamente usam bata branca, onde a conversa, mesmo de circunstância, é regra geral com muita elevação, num português correto e bem falado. Não é por acaso que se vê também muita gente a ler, para além de um incentivo à cultura como a presença de teatros ou até de galerias de arte.

As sábias palavras que ouvi não são mais do que um hino à liberdade, que se combate com a promoção da sua cultura, e que um país, que pretende ser evoluído, conquista-se através da aposta na educação e formação.

Afinal nem todos só vêm negócio neste jogo! E assim seremos sempre amigos!

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«No trilho das minhas memórias», crónica de António José Alçada

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António José Alçada, nasceu em Setúbal, em 1960, casado e pai de duas raparigas. Estudou Hidráulica e Recursos Hídricos no Instituto Superior Técnico, tendo – se licenciado em Engenharia Civil e obtido, posteriormente, o grau de Mestre em Hidráulica. Presentemente é aluno de doutoramento, em Bioquímica, na Universidade da Beira Interior, onde estuda a presença de contaminantes ambientais na água.

A sua família paterna é da Covilhã, onde passava a Páscoa e a época das vindimas.

Na sua profissão esteve ligado a grandes empreendimentos nacionais, como sejam as Minas de Neves Corvo, a Via do Infante, a CREL, o Plano Diretor de Saneamento de Macau, o Plano Diretor de Abastecimento de Agua de Ourém e o Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Agua e de Saneamento do Alto Zêzere e Coa.

Começou a escrever durante as viagens que realizou à China e à Rússia, em 2008, anotando todos os aspetos relevantes. Foi aí que descobriu o gosto pela escrita. Tem publicadas as obras «No trilho dos seis zimbros» e «As minhas memórias da Quadrilha».

É ainda candidato a dirigente do Corpo Nacional de Escutas, escutismo católico português, e foi membro do Departamento Nacional de Ambiente, da Fraternidade Nuno Álvares (2014-2017), coorganizando em 2015 e 2016 a atividade «Plantar um milhão de carvalhos na Serra da Estrela», bem como mordomo da Festa de Nossa Senhora da Estrela (Boidobra), nos anos de 2014 e 2015.

Bem-vindo a este espaço de opinião livre.

José Carlos Lages

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António José Alçada
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8 Comments

  1. Avatar Antonio jose Responder
    Quinta-feira, 12 Abril, 2018 às 23:57

    Obrigado minha amiga um beijinho

  2. Avatar Maria Carvalho Responder
    Quinta-feira, 12 Abril, 2018 às 19:43

    És do Bem, meu querido amigo e que bom!

  3. António Alves Fernandes António Alves Fernandes Responder
    Sexta-feira, 16 Março, 2018 às 12:17

    Muito bem escrito. Parabéns a ti, meu Irmão Escuteiro e à Capeia Arraiana, por publicar as tuas viagens ricas de humanismo, valores e afectos.

    • Avatar Antonio jose Responder
      Sexta-feira, 16 Março, 2018 às 22:11

      Obrigado meu irmão Bem hajas por seres quem és!

  4. Avatar helio vicente Responder
    Terça-feira, 13 Março, 2018 às 6:49

    Caro Alçada, foi um imenso prazer te-lo ca durante esses dias, aquele abraço e mungweno

    • Avatar António José Alcada Responder
      Terça-feira, 13 Março, 2018 às 23:29

      Amigo Hélio o prazer foi nosso…abraço fraterno

  5. Avatar José Geraldes Responder
    Sexta-feira, 9 Março, 2018 às 16:10

    Na leitura dos escritos do António Alçada e nas conversas sem questões técnicas, fui descobrindo o humanista que além de ser um estudante em fase de doutoramento, é um aprendiz permanente da condição humana e com presença em associações ou grupos que motivam a fraternidade e a ajuda sem nada esperar em troca. Grande abraço.

    • Avatar António José Alcada Responder
      Sábado, 10 Março, 2018 às 9:14

      Obrigado um abraço também

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