Conta-se que em certa ocasião o africanista Serpa Pinto, recebeu em sua casa o famoso explorador Henry Morton Stanley, a quem ofereceu um lauto jantar. Entre os convidados estava Pinheiro Chagas, estimado jornalista e homem de letras.
![Pinheiro Chagas](https://i0.wp.com/capeiaarraiana.pt/wp-content/uploads/2018/02/59.jpg?resize=500%2C500&ssl=1)
Pinheiro Chagas ficou sentado à mesa ao lado de Stanley. Aquando da apresentação, Serpa Pinto disse para o britânico:
– Apresento-lhe Pinheiro Chagas, o nosso segundo jornalista!
Apesar desse qualificativo secundário, Pinheiro Chagas não acusou o toque e durante o jantar foi um permanente e sugestivo conversador com o convidado de honra, o que o deixou encantado, assim como ao anfitrião. Porém, assim que o banquete acabou e Stanley se despediu, Pinheiro Chagas quis pedir satisfações ao dono da casa:
– Meu caro Serpa Pinto, explique-me: por que razão me apresentou ao Stanley como «o nosso segundo jornalista»?
– Ora, meu amigo, foi por patriotismo.
– Por patriotismo?… Desculpe mas não o entendo!
– Está claro, Chagas, que foi para que o Stanley ficasse a pensar, como certamente ficou: «Caramba! Se este é o segundo jornalista português, como será o primeiro?».
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«Histórias de Almanaque», por Paulo Leitão Batista
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