O presidente da direcção da Casa do Concelho do Sabugal, Alberto Luís Pachê, fez chegar ao Capeia Arraiana com pedido de publicação um esclarecimento sobre o mandado que presidiu e que terminou a 31 de Março de 2017. O texto incide sobre a temática da Casa do Concelho do Sabugal a vários níveis: estabilidade financeira, relação com a Câmara e o futuro da mesma.

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Caros Sabugalenses
Quando há quatro anos me propus formar uma lista candidata aos Órgãos Sociais da Casa do Concelho do Sabugal, convidando um leque alargado e diversificado de pessoas do concelho ou a ele ligado por laços fortes, nomeadamente o Ex-Procurador Geral da Republica – Fernando Pinto Monteiro –, sabia que uma tarefa árdua nos esperava ao leme de tão distinta instituição. Não é fácil prestigiar uma Casa com mais de 42 anos de existência e com o passado que todos lhe reconhecemos. Apesar de tudo e ao longo de quase quatro anos apostámos fundamentalmente na vertente social, cultural e gastronómica, por nos parecer que fora esta uma das razões que levou à criação desta instituição. Tivemos a preocupação de divulgar e promover os nossos produtos na região da Grande Lisboa.
Fizemos a apresentação ou lançamento de mais de 10 livros de autores do concelho ou a ele intimamente ligados. Enfatizámos o aspecto singular de fazer da Casa um verdadeiro Ponto de Encontro dos arraianos a viver em Lisboa, realizando um vasto conjunto de actividades e almoços-convívio em que o prato principal foi o Bucho ou o Cabrito Raiano.
Estabilizámos financeiramente a associação através do pagamento atempado aos fornecedores aos quais, actualmente, a Casa não deve nada. A questão dos funcionários foi resolvida a contento de ambas as partes. É bom que se diga que tudo isto foi conseguido à custa de muito trabalho e dedicação à causa sem contar com qualquer apoio da Câmara Municipal do Sabugal, digno desse nome. A CCS deve ter pernas para andar, com a dedicação dos seus associados e sobretudo com o trabalho e empenho da sua Direcção. A autonomia face ao poder político é crucial e desejável. Os estatutos e o regulamento Interno são bem claros a esse respeito. Temos consciência que nem sempre conseguimos os resultados que gostaríamos, apesar de todo o empenho e dedicação à vida da associação.
Divulgámos as actividades levadas a cabo utilizando todos os meios ao nosso alcance, nomeadamente facebook, site e jornais, mas nem sempre tivemos sucesso. Houve, porém, sabugalenses que voltaram ao nosso convívio e actualizaram as suas quotas. De realçar também aqueles que se inscreveram como sócios pela primeira vez. Muito mais haveria para dizer, mas não é numa página A4 que se consegue verter o trabalho diário e paulatino numa instituição como a Casa do Concelho do Sabugal.
O nosso mandato à frente dos destinos da Casa do Concelho do Sabugal terminou a 31 de Março de 2017. Chegou o momento de dar o lugar a outros na governação desta nossa prestigiada instituição. Quem chega traz sangue novo e ideias novas, fundamentais para a vida da instituição. Assim, esperamos que surjam novos elementos motivados para formar uma lista que continue o trabalho encetado há mais de 42 anos por figuras de topo nos idos anos de 1975. O futuro da Casa do Concelho do Sabugal passa essencialmente pela capacidade e sagacidade dos seus dirigentes em atrair os jovens e os sabugalenses anónimos à vida da associação. Da sua participação e enredo nas actividades depende o sucesso do associativismo da Casa do Concelho do Sabugal, em Lisboa.
Faço aqui um apelo aos novos dirigentes para não deixaram morrer a maior tradição do concelho: a capeia arraiana.
Parabenizamos todos os que de uma ou de outra forma deram a conhecer a alma, a cultura e o saber fazer de um povo antigo, habituado aos rigores do tempo e da geografia do terreno granítico, um povo duro como os barrocos que emolduram e recortam a paisagem das terras sabugalenses.
A todos os elementos da Mesa da Assembleia Geral Fernando Pinto Monteiro, Adérito Tavares, Rosa Lopes Fonseca; a todos os membros da Direcção, Porfírio Ramos (já falecido), Cândida Côxo, Henrique Martins Luís, Carlos Gata, Rui Monteiro, Elias Lopes, João Monteiro e Luís Pereira e finalmente aos membros do Concelho Fiscal, Augusto Boucinha e António Basílio, o meu mais sincero agradecimento pelo trabalho e sobretudo pelo apoio total e incondicional à forma como a nossa instituição foi gerida neste mandato de três anos.
Passaram pela Casa do Concelho do Sabugal algumas personalidades como o filósofo Eduardo Lourenço, o pensador Jesué Pinharanda Gomes, o Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas Pina Monteiro, o capitão de Abril, Vasco Lourenço, que fizeram questão de se tornarem sócios.
Aproveito esta ocasião soberana para, em nome dos Órgãos Socias da Casa do Concelho do Sabugal em Lisboa, para desejar a todos os sabugalenses Feliz Natal e Bom Ano Novo, com muito Paz – Amor e Harmonia entre os homens de boa vontade.
FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO
O Presidente da Casa do Concelho do Sabugal
Alberto Martins Luís Pachê
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O “BARCO” foi levado a bom porto…