Maquina-se uno lúzio uno Códrazenho ó marcado do Sabugal e dirijumpe-se a uno vandedor de calcantes, já que necitava d’unês calcantas.

O vandedor tunhiê nunê prateleirê diversas calcantas alinhedas por númaro de tamanho.
– Q’anto custarsem aquestas calcantas? – perguntarse o Códrazenho, referumpindo-se às purmeirês.
Respondunhe-le o vandedor:
– Donas notas, freguês.
– E aquêlas? – referumpindo-se às últimês na filê da prateleirê.
– Aquêlas são ó mesmerno câmbio.
– Atão q’runho as últimês, que são mai granjeirês!
No interessarsiê o númaro que calçarsiê. Se eram mai granjeirês, devunhiam sunhir mai caras, porque gastarsiam mai material. Se eram do mesmerno câmbio, as mai granjeirês saiumpiam mai achegadas. Co’aqueste raciocíno lá levarsiu o Códrazenho as mai granjeirês. Se le quedavam granjas, qu’importarsiê? Metunhia-les unos papelosos à frente, ó talvez que os calcantes indê cresçunhissem!
A aquesse mesmerno marcado, ó mai provablemente à feirê de S. Pedro, maquina-se uno lúzio o casal Tonho Manel Fã e a marna fazunhir as compras habituais. A frutê era uno dos produtos que se trazunhiam do marcado. Aí adquirumpiram peras e pexegos. Sentumpe o Tonho Manel a inchada a darsir esquilonas e vá de deitarsir a manápula a um pexêgo, que se prepararsiê já p’a trincarsir, q’ando é interpelado p’a marna naquestes termos:
– Eh! Tonho Manel, suque a perinhê e deixarse o pexêgo!
No sabunho s’o Tonho Manel segumpiu o cunselho da marna ó s’o sê instinto.
Nota: Não apresento a tradução para Português corrente por esta história ter sido publicada aqui no Capeia Arraiana na semana passada.
Leave a Reply