A aposta na qualificação e na inovação é tida como essencial para a afirmação dos projectos empresariais que melhor podem contribuir para o desenvolvimento. No Sabugal, essa aposta deve envolver as pequenas e médias empresas (PME), com recurso aos fundos de financiando disponíveis.
O primeiro-ministro António Costa disse que a qualificação e a inovação serão o motor para o crescimento sustentável da nossa economia.
Os bloqueios que persistem resolvem-se com reformas – não as propaladas reformas que retiram direitos e precarizam a vida laboral, mas antes medidas que desimpeçam o caminho da qualificação e da inovação.
Torna-se imperioso aproveitar os meios que estão ao dispor das empresas, a começar pelo financiamento através do programa Portugal 2020, particularmente o Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização das PME.
A internacionalização das PME fixadas no Sabugal, algumas de reconhecido mérito e assinalável dinamismo, deve contar com o reforço da sua capacitação, desenvolvendo processos de qualificação para a internacionalização e valorizando os factores imateriais da competitividade. Só assim conseguirão aumentar a base produtora e a capacidade exportadora.
Para além da qualificação há ainda a inovação como reforço da capacidade empresarial das PME. Falamos sobretudo de inovação organizacional, aplicando novos métodos e processos que incrementem a flexibilidade e a capacidade de resposta do mercado, com recurso a investimentos na área da competitividade.
Os incentivos a fundo perdido previstos no Portugal 2020 para esse fim, podem ir até aos 500 mil euros por projecto individual, cobrindo 45% sobre o total das despesas elegíveis e 50% para a contratação de recursos humanos altamente qualificados.
Há que meter mãos à obra, apostando na exportação, nomeadamente para Espanha.
Para o fazerem, as empresas sabugalenses deverão melhorar a sua presença na Internet – através da chamada economia digital, onde se incluem o lançamento de catálogos virtuais de bens e serviços e a sua venda on-line.
A internacionalização também se fará pela promoção de marcas próprias – o made in Sabugal – assim como pela prospecção de novos mercados além-fronteiras, e pela presença assídua em feiras e exposições transfronteiriças.
O marketing não deve ser esquecido, assim como a introdução de novos métodos organizativos, novas práticas comerciais e as inevitáveis certificações externas com base nos sistemas internacionais de certificação.
Toda a mudança exige uma aposta de fundo na economia digital e nas tecnologias de informação e comunicação, e isso não pode esperar porque o futuro começa agora.
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O Município do Sabugal lançou o «Guia do Investidor». A brochura, ainda que evidenciando as nossas potencialidades e enumerando os incentivos à actividade empresarial, não cumpre verdadeiramente a função de «guia». Mais parece um veículo de propaganda da acção camarária, bem expresso no item «Os investimentos que fizemos para o receber». Não há caminhos para as opções de investimento e a questão da qualificação e da inovação é manifestamente ignorada.
Não há tempo a perder – é imperioso refazer já a dita brochura e produzir um verdadeiro documento de apoio, que aponte o roteiro que o investidor tem que seguir para alcançar uma actividade empresarial de sucesso que contribua para o desenvolvimento deste concelho raiano.
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«Contraponto», opinião de Paulo Leitão Batista
leitaobatista@gmail.com
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