Talvez por ter sido Festa da Caça, deu-me a melancolia: lembrei-me da primeira edição da festa, há sete anos; e lembrei-me muito da escola – sempre presente em cada um de nós. As aulas, os professores, o quadro, a pedra e a pena… Ora leia e recorde também…

Em Maio ou em Junho, ano sim, ano não, mais ou menos, cá temos nós a Festa da Caça. Este ano foi ano sim.
Festa da Caça
Foi a edição n.º 5. Começou em 2010, bem me lembro. As duas primeiras edições foram um sucesso. Por isso se percebeu logo que, se houvesse vontade, a animação não faltaria, apesar da época do ano: habitualmente as festas de aldeia são em Agosto, como sabemos.
Mas a Festa da Caça é uma excepção: é muito atractiva, e beneficia do facto de muitos emigrantes já terem idade para estarem reformados e mais à vontade do que há uns anos.
Como exemplo, pode ver e ouvir um dos grupos que participaram: o Rancho de Santo António / da Covilhã… (Aqui.)
Mas há outras actividades que se realizaram e foram sucesso. Por exemplo as demonstrações com cães da GNR. Ver… (Aqui.)
Muita música. Marafona… (Aqui.) ou os Toca a Bombar… (Aqui.)
Registo que a Festa não foi só dos adultos. Os miúdos fartaram-se de saltar e gritar de alegria. Veja um exemplo… (Aqui.)

Os meus tempos de escola
Esta semana deu-me mesmo para visualizar na memória, por várias vezes, o ambiente da escola primária onde estudei, ali mesmo no Terreiro de São Francisco.
E da escola o que é que vejo sempre? As carteiras, o Professor Neves, o quadro e a pedra.
Era na pedra que aprendíamos as primeiras letras e os primeiros números.
A cantilena está sempre presente:
– 2 vezes 1, dois,
– 2 vezes 2, quatro,
– 2 vezes três, seis… e por aí adiante.
Por outro lado, não há como não lembrar nomeadamente:
– o livro de leitura de cada classe;
– a tabuada (qual calculadora, qual computador para fazer contas. Felizmente aprendemos a fazer contas nós mesmos. Ainda bem. E nada de contar pelos dedos, que as contas devem ser feitas na cabeça de cada um),
– o aparo e a caneta do tempo e o tinteiro ali na carteira (qual mesa, qual secretária, qual quê: carteira de tampo inclinado, pois então);
– o caderno de duas linhas.
E, claro, como já disse, a pedra de ardósia e a pena (julgo que também de ardósia, nada de giz: isso já é muito mais tarde) com que se escrevia nela e se apagava com o dedo molhado em saliva uma vez e outra e outra a engolir ardósia moída – e ninguém morreu disso… Era a lousa.
A pedra é uma das minhas lembranças preferida – a pedra e o ponteiro que tanta vez se partia e vai de aproveitar os bocados até ao fim.
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«A Minha Aldeia», crónica de José Carlos Mendes
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Janeiro de 2011)
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