Era uma vez um reino de potentados, de príncipes e principados, de barões, de associações de privilegiados, de grandes advogados em assessorias jurídicas, gestores consagrados, de juízes e magistrados jurados, de negócios e protectorados, e jornalistas especializados e que informavam aquilo a que são autorizados e que muitas vezes deviam estar calados, e chefões, de chefes e assessores, consultores, e coordenadores por todo o lado, e havia partidos onde eram abrigados, nomeados e os que ensinavam tudo, mesmo não sabendo fazer nada e os que não sabendo nada faziam tudo menos do que não sabiam.
Havia e há uma plêiade, uma elite de homens e mulheres superdotados, os charlatães prodigiosos que com seu saber deixam a todos extasiados mas quando a verdade vem é o diabo.
Existem os predestinados que pensam que só há espaço para eles poderem falar e possuírem o saber e a infalibilidade e os outros que são acéfalos para não poderem raciocinar. E o mundo é tão grande que não existe conhecimento ou saber para o ocupar.
Que grande charada, argolas metidas umas nas outras sem nenhuma ser quebrada. E os clubes os seus presidentes notabilizados, e os privilegiados que dão pontapés na bola endeusados e deixam todos os outros extasiados com os pontapés na bola cheia de vento e cuja glória dura tanto tempo como o que lá tem dentro.
E havia autoestradas, muitas, que iam ter a grandes rotundas ou encruzilhadas e daí saía só numa autoestrada, para onde ia não sei nada. Mas que existiam caminhos e veredas por onde caminhavam os que faziam tudo mas que não sabiam e que não valiam nada.
Os que cultivavam os campos, trabalhavam nas fábricas, concebiam peças de motores, carros, máquinas, ferramentas, eu sei lá, até aviões, barcos e pontes, casas muito altas e eu sei lá tudo o que faziam, muitos até morreram a fazer estas e outras coisas, mas nem se dá por nada.
E nas autoestradas uns pagavam as portagens e outros não pagavam nada.
Mas era um reino onde ninguém sabia quem reinava, porque uns sabiam tudo, valiam tudo, e os outros, os desgraçados, nada. Era uma grande baralhada, era tudo à molhada e às vezes valia tudo e outras vezes nada. Era como calhava. Se vocês sabem onde era, eu cá nem sei, nem vi nada.
Ao diabo os homens providência e os mitos.
Esse é um reino de lixo sem fim. E a terra onde ele habita é igual ou pior.
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ps: Sou amante do desporto enquanto ele contribui para o meu equilíbrio físico e mental, e que vença sempre o melhor, nada nem ninguém vence sempre.
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«Vivências a Cor», expressão de Alcínio Vicente
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