ATENUANTES DE UMA DEMOGRAFIA APREENSIVA – Contrabalançando os que nascem (Taxa Bruta de Natalidade) e os que morrem (Taxa Bruta de Mortalidade), constatamos que o concelho do Sabugal apresenta a Taxa mais baixa de Crescimento Natural de toda a Região Centro (em cada cem residentes perdemos mais de dois por ano). Contudo a perda de população é minimizada por uma taxa positiva de crescimento migratório, ou seja, o saldo entre os que saem e os que entram no concelho é positivo. Isto pode ser interpretado como um factor a considerar na implementação de políticas activas de desenvolvimento local.

Ao atrair mais pessoas (imigrantes ou de outros pontos do país), com a tendência patente de uma fraca emigração, ao apostar na fixação das gerações mais novas (através da criação de melhores condições de vida e de estruturas de apoio familiar) e ao gerar políticas amigas do incentivo à natalidade, pode-se considerar uma esperança para um futuro bem próximo.
Vejamos antes de mais alguns dados:
– A Taxa de mortalidade do nosso concelho é a maior de toda a região Centro. Por cada 1000 residentes morrem anualmente 27. Por 10.000 residentes morrem 270;
– A Taxa de natalidade (3 nascimentos por 1.000 residentes) é a mais baixa das Beiras e Serra da Estrela e uma das mais baixas de toda a região Centro;
– Se atendermos ao diferencial entre mortes e nascimentos, o concelho do Sabugal apresenta o pior índice da zona Centro;
– Se aos indicadores acrescermos os que saem e entram no concelho, o crescimento populacional continua a ser negativo mas o concelho sai da cauda da perda populacional da região Centro (contudo ainda apresentando o segundo pior resultado das Beiras e Serra da Estrela e um dos piores da região Centro);
– O crescimento migratório indica-nos que o concelho do Sabugal tem mais residentes a entrar do que a sair, possuindo um dos indicadores mais positivos de toda a região Centro.
Mas o que levará a que o Sabugal possua assim um indicador tão positivo? Infelizmente a entrada de pessoas no nosso concelho não tem sido significativa. A questão prende-se com a saída de pessoas, ou com a sua não saída. Com uma população idosa, com poucos jovens e já por si com uma população ativa não significativa, os índices de emigração, nos últimos anos, não têm acompanhado os valores nacionais. A entrada de novos residentes no concelho justifica-se, na sua maioria, com alguns (cada vez menos) dos nossos emigrantes que voltam à sua raiz.
A emigração ou saída de residentes jovens para outros sítios não é visível nas contas finais porque, já por si, as faixas mais jovens têm pouco peso populacional. E isto é importante porque a tendência da migração atual indica que enquanto as faixas populacionais mais velhas possuem uma tendência de se fixarem as mais novas possuem maior mobilidade. E aqui surge uma outra questão. Há poucos residentes a sair, mas os que saem são das gerações que estão no início da idade ativa.
Será importante atrair, acolher e dinamizar estas gerações mais novas, torna-las parte da solução e auscultar os seus anseios. O caminho a percorrer é imenso e as soluções não se avizinham fáceis mas é necessário dar voz a quem quiser contribuir para a construção de um futuro de esperança realista.
Fontes: INE, I.P. e PORDATA
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«Desassossego», opinião de César Cruz
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