• O Primeiro
  • A Cidade e as Terras
  • Contraponto
  • Cronistas
  • Documentários
  • Ficção
  • História
  • Personalidade Ano
  • Ficha Técnica

Menu
  • O Primeiro
  • A Cidade e as Terras
  • Contraponto
  • Cronistas
  • Documentários
  • Ficção
  • História
  • Personalidade Ano
  • Ficha Técnica
Página Principal  /  Aldeia do Bispo • Pintura • Vivências a Cor  /  Meu bucho rosado
05 Março 2017

Meu bucho rosado

Por Alcínio Vicente
Alcínio Vicente
Aldeia do Bispo, Pintura, Vivências a Cor alcinio vicente, bucho raiano 1 Comentário

Um poema de Alcínio dedicado ao saboroso bucho. Da confecção da iguaria gastronómica raiana e do seu paladar, Alcínio parte em viagem de saudade à procura das origens sentimentais, do tempo em que na aldeia se ouviam chocalhos a tilintar, rebanhos a passar, porcos a grunhir ou cabras a berrar.

Bucho Raiano do Sabuga
Bucho Raiano do Sabugal

Meu bucho rosado
Que vens de longe, tão longe
Que venceste o tempo ainda ignorado
teu corpo arredondado é um livro sagrado
As tuas entranhas páginas escritas com sangue derramado
Pedaços suculentos selecionados dum corpo retalhado
Meu livro de memórias do passado
Tesouro de segredos não desvendado
Conheces o mundo que coabitou a meu lado
Os teus odores e sabores são um mundo encantado
Quantos segredos e sonhos por ti escutados e
Enquanto o teu ventre era depurado pelo lume brando e enfumarado
manjar de reis de ricos de pobres menos afortunados
Para desfrutar o teu denso paladar
Muitos tormentos tiveste que passar
Nas tuas vísceras trazem iguarias imortais
Porque carregam recordações dos pais e pais dos nossos pais
E de todos os nossos ancestrais
Alimento corporal és alimento espiritual
As tuas iguarias são força substancial
Fala nos de como era o mundo
Que ouviste crianças chorar, carros de bois com eixos a chiar,
Chocalhos a tilintar, rebanhos a passar, porcos a grunhir ou cabras a berrar.
Hoje o meu espírito inquieto com o murmúrio do silêncio a passar.

Que importa este este mundo ser mundo
Se eu não sinto o outro a passar

:: ::
«Vivências a Cor», expressão de Alcínio Vicente

Partilhar:

  • Tweet
  • Email
  • Print
Alcínio Vicente
Alcínio Vicente

Aldeia do Bispo (Sabugal) :: :: Artista Plástico :: :: Vivências a Cor

 Artigo Anterior Nótulas de Agostinho de Campos
Artigo Seguinte   Há 100 anos faleceu Manuel de Arriaga

Artigos relacionados

  • Memórias da nossa aldeia

    Terça-feira, 20 Fevereiro, 2018
  • Das cinco quinas…

    Terça-feira, 2 Janeiro, 2018
  • A idade do efémero

    Segunda-feira, 4 Dezembro, 2017

1 Comentário

  1. Avatar Fernandes José Responder
    Segunda-feira, 6 Março, 2017 às 15:39

    Já admirava o (Alcino era como o conhecia) Alcínio como pintor, mas agora, conhecendo-lhe esta veia poética, que me encanta, presto homenagem à sua sensibilidade para as coisas belas da vida.

Leave a Reply Cancel reply

Social Media

  • Conectar-se no Facebook
  • Conectar-se no Twitter

RSS

  • RSS - Posts
  • RSS - Comments
© Copyright 2021. Powered to capeiaarraiana.pt by BloomPixel.
loading Cancel
Post was not sent - check your email addresses!
Email check failed, please try again
Sorry, your blog cannot share posts by email.