O meu passado trava uma encarniçada batalha com o meu presente, nela não tenho lugar, mas sei que o vencedor é o presente, o passado é uma simples lembrança do que nele senti.

Onde estão essas almas sublimes que percorrem meus pensamentos? São fantasmas que me acenam neste já meu Outono da vida. Olho para os campos, estão ermos! Olho para as ruas da Cidade, estão desertas Tudo em mim já é Saudade, os silentes passos meus são a única lembrança viva de um tempo em que volto a ser, em que adoro tudo quanto me rodeia, esses passos são a união entre um presente de Primaveras destroçadas e um passado de coisas maravilhosas. Que será de mim sem os meus sonhos? Sem os meus pensamentos? Que será de mim viver numa realidade decadente onde os caminhos da vida são trevas, lágrimas e dramas? Ver mentes chafurdar em baixas ambições, ver sombras fugidias arrastando-se para túmulos de corrupção, ver gente dilacerada pela angústia, ver gente derrotada pela infelicidade, ver gente sem nenhum sentido na vida, ver homens dignos derrotados e humilhados por ínfimos, ver trevas, só trevas… Sonhos e pensamentos são um refúgio, estupefacientes que me estimulam.
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«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Junho de 2008)
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Parabéns António … Gostei muito