O povo sabugalense guarda saberes antigos que constituem um património histórico intangível que a Câmara Municipal do Sabugal pode e deve preservar.

Os mais velhos da nossa sociedade conhecem histórias, provérbios, adivinhas, receitas, costumes e tradições, que em muitos casos se perderão com o desaparecimento das pessoas que os guardam.
É importante preservar esse património imaterial. Para o fazer será necessário criar um programa de levantamento desses valores do nosso povo, missão morosa e rigorosa, que requer organização, planeamento, persistência e interacção com quem detém esses valiosos saberes.
O Município de Oeiras, na Grande Lisboa, presidido pelo sabugalense Paulo Vistas, pode ser tido como bom exemplo do que é trabalhar para a preservação da história de um povo. Criou um sítio na Internet e lançou um desafio aos habitantes com mais de 55 anos: participarem numa recolha de histórias de vida para assim se preservar a memória e a identidade do concelho. Os interessados em participar no projecto vão ser acompanhados por duas jornalistas que os ajudam a recuperar memórias e histórias, a dar-lhes forma e a partilhá-las com os outros através da Internet.
O concelho do Sabugal está também cheio de histórias de vida que devem ser recolhidas e preservadas, por fazerem parte do nosso património imaterial.
Para essa recolha pode usar-se a oralidade, forma mais expedita de abordar os mais velhos. Em sessões de recolha, na biblioteca municipal, nos lares de idosos, nas associações, os mais antigos podem contar as suas experiências do passado e com isso potenciar a sua cidadania, a auto-estima, a valorização das suas vidas e dar um precioso contributo para a sociedade em que vivemos.
Em colaboração com as escolas do concelho, a Câmara Municipal do Sabugal poderá realizar este trabalho exigente e necessário. Há que definir as parcerias, acertar quem são os actores do projecto, estabelecer um plano, dispor os meios necessários, criar um guião com as etapas a seguir em cada entrevista.
Feitas as recolhas, será necessário trabalhar cada entrevista, dando-lhe a forma adequada para as colocar à fruição pública.
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É sempre com satisfação que vemos as nossas modestas e despretensiosas propostas ganharem forma e tornarem-se realidade. Depois de aqui ter proposto insistentemente a necessidade de a Câmara desenvolver o chamado «envelhecimento activo» foi com todo o gosto que verifiquei a realização recente de encontros interactivos entre os idosos e as crianças, com estas a deslocarem-se aos lares para conviverem com os mais velhos. Parabéns ao Município e às associações envolvidas nessa prestimosa actividade.
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«Contraponto», opinião de Paulo Leitão Batista
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